COMPÊNDIO DO CATECISMO DA
IGREJA CATÓLICA |
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A liturgia é a
celebração do Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério pascal. Nela,
mediante o exercício do ofício sacerdotal de Jesus Cristo, é por sinais
significada e realizada a santificação dos homens e se realiza pelo Corpo
místico de Cristo, ou seja, pela cabeça e pelos membros, o culto público devido
a Deus.
1066-1070
219. Que lugar ocupa a liturgia na vida da
Igreja?
A liturgia,
ação sagrada por excelência, constitui o ápice para o qual tende a ação da
Igreja e ao mesmo tempo a fonte de que emana a sua força vital. Mediante a
liturgia, Cristo continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da
nossa redenção.
1071-1075
220. Em que consiste a economia sacramental?
A economia
sacramental consiste em comunicar os frutos da redenção de Cristo mediante
celebração dos sacramentos da Igreja, principalmente da Eucaristia, "até
que ele venha" (1 Cor 11,26).
1076
LITURGIA - OBRA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
221. De que modo o Pai é a fonte e o fim da
liturgia?
Na liturgia, o Pai nos enche com
suas bênçãos no Filho encarnado, morto e ressuscitado por nós, e ele derrama
nos nossos corações o Espírito Santo. Ao mesmo tempo a Igreja bendiz o Pai com
a adoração, o louvor e a ação de graças e implora o dom do seu Filho e do
Espírito Santo.
1077-1083 1110
222. Qual é a obra de Cristo na liturgia?
Na liturgia da Igreja, Cristo
significa c realiza principalmente o próprio Mistério pascal. Ao dar o Espírito
Santo aos Apóstolos, concedeu a eles e a seus sucessores o poder de realizar a
obra da salvação por meio do Sacrifício eucarístico e dos sacramentos nos quais
Ele próprio age para comunicar a sua graça aos fiéis de todos os tempos e em
todo o mundo.
1084-1090
223. Na liturgia, como age
o Espírito Santo em relação à Igreja?
Na liturgia realiza-se a mais íntima cooperação entre o Espírito Santo
e a Igreja. O Espírito Santo prepara a Igreja para encontrar o seu Senhor; lembra
e manifesta Cristo à fé da assembléia; torna presente e atualiza o Mistério de
Cristo; une a Igreja à vida e à missão de Cristo e faz frutificar nela o dom da
comunhão.
1091-1109 1112
O MISTÉRIO PASCAL NOS SACRAMENTOS DA IGREJA
224. O que são os sacramentos
e quais são?
Os sacramentos são
sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à
Igreja, por meio dos quais nos é concedida a vida divina. São sete, o Batismo,
a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos enfermos, a Ordem e o
Matrimônio.
1113-1131
225. Qual é a relação dos
sacramentos com Cristo?
Os mistérios da
vida de Cristo constituem o fundamento do que agora Cristo, mediante os
ministros da Igreja, dispensa nos sacramentos.
1114-1116
"O que era visível no nosso Salvador passou para os seus sacramentos" (São Leão Magno).
226. Qual é a ligação dos
sacramentos coma Igreja?
Cristo confiou os
sacramentos à sua Igreja. Eles são "da Igreja" num duplo sentido: são
"dela" porquanto são ação da Igreja, a qual é sacramento da ação de
Cristo, e são "para ela", no sentido de que edificam a Igreja.
1117-1119
227. O que é o caráter sacramental?
É o selo espiritual conferido
pelos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem. Ele é promessa e garantia
da proteção divina. Por força desse selo o cristão é configurado a Cristo,
participa de vários modos do seu sacerdócio e faz parte da Igreja segundo
estados e funções diversas. É, portanto, consagrado ao culto divino e ao
serviço da Igreja. Uma vez que o caráter é indelével, os sacramentos que o
imprimem são recebidos uma só vez na vida.
1121
228. Qual é a relação dos
sacramentos com a fé?
Os sacramentos não apenas supõem a fé, mas com as palavras e os
elementos rituais a nutrem, a fortalecem e a exprimem. Celebrando os
sacramentos, a Igreja confessa a fé apostólica. Daí o antigo ditado: "lex
orandi, lex credendi", ou seja, a Igreja crê como ora.
1122-1126 1133
229. Por que os
sacramentos são eficazes?
Os sacramentos são eficazes ex opere opera to ("pelo fato
mesmo de a ação sacramental se realizar"), porque é Cristo que age neles e
que comunica a graça que significam, independentemente da santidade pessoal do
ministro; todavia os frutos dos sacramentos dependem também das disposições de
quem os recebe.
1127-1128 1131
230. Por que motivo os
sacramentos são necessários à salvação?
Para os que crêem em Cristo os sacramentos são necessários para a
salvação, embora não sejam conferidos todos a cada fiel individualmente, porque
conferem as graças sacramentais, o perdão dos pecados, a adoção como filhos de
Deus, a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja. O Espírito Santo
cura e transforma aqueles que os recebem.
1129
231. O que é a graça
sacramental?
A graça sacramental é a graça do Espírito Santo, dada por Cristo e
própria de cada sacramento. Essa graça ajuda o fiel no seu caminho de
santidade, bem como a Igreja no seu crescimento de caridade e de testemunho.
1129;1131 1134;2003
232. Qual é a relação
entre os sacramentos e a vida eterna?
Nos sacramentos, a Igreja recebe já uma antecipação da vida eterna,
enquanto fica "aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador; Jesus
Cristo" (Tt 2,11).
1130
CAPITULO SEGUNDO
A celebração sacramental do Mistério pascal
CELEBRAR A LITURGIA DA
IGREJA
Quem celebra?
233. Quem age
na liturgia?
Na liturgia age "Cristo
todo" ("Christus Totus"), Cabeça e Corpo. Como sumo
Sacerdote, ele celebra com o seu Corpo, que é a Igreja celeste e terrena.
1135-1137 1187
234. Por quem é celebrada a
liturgia celeste?
A liturgia celeste é celebrada pelos anjos, pelos santos da Antiga e da
Nova Aliança, em particular pela Mãe de Deus; pelos Apóstolos, pelos mártires e
por uma "multidão imensa, que ninguém pode contar, gente de todas as
nações, tribos, povos e línguas" (Ap 7,9). Quando celebramos nos
sacramentos o mistério da salvação, participamos dessa liturgia eterna.
1138-1139
235. De que modo a Igreja na terra celebra a
liturgia?
A Igreja nesta terra celebra a liturgia como povo sacerdotal, no qual
cada um age segundo a própria função, na unidade do Espírito Santo: os
batizados se oferecem em sacrifício espiritual; os ministros ordenados celebram
segundo a Ordem recebida para o serviço de todos os membros da Igreja; os
bispos e os presbíteros agem na pessoa de Cristo Cabeça.
1140-1144 1188
Como celebrar?
236. Como é celebrada a
liturgia?
A celebração
litúrgica é tecida de sinais e de símbolos, cujo significado, com raízes na
criação e nas culturas humanas, adquirir precisão nos eventos da Antiga Aliança
e se revela plenamente na Pessoa e na obra de Cristo.
1145
A celebração sacramental do Mistério pascal
237. De onde provêm os
sinais sacramentais?
Alguns provêm da criação
(luz, água, fogo, pão, vinho, óleo); outros, da vida social (lavar, ungir,
partir o pão); outros, da história da salvação na Antiga Aliança (os ritos da
Páscoa, os sacrifícios, a imposição das mãos, as consagrações). Esses sinais,
alguns dos quais são normativos e imutáveis, assumidos por Cristo, tornam-se
portadores da ação de salvação e de santificação.
1146-1152 1189
238. Que ligação
existe entre as ações e as palavras na celebração sacramental?
Na celebração sacramental, ações e Palavras estão estreitamente
ligadas. Com efeito, ainda que as ações simbólicas já sejam em si mesmas urna
linguagem, é necessário que as palavras do rito acompanhem e vivifiquem essas
ações. Inseparáveis como sinais e ensinamento, as palavras e as ações
litúrgicas o são também porquanto realizam o que significam.
1153-1155 1190
239. Com que critério o
canto e a música têm sua função na celebração litúrgica?
Uma vez que o
canto e a música estão estreitamente ligados à ação litúrgica, devem respeitar
os seguintes critérios: a conformidade com doutrina católica dos textos,
tirados de preferência da Escritura e das fontes litúrgicas; a beleza
expressiva da oração; a qualidade da música; a participação da assembléia, a
riqueza cultural do Povo de Deus; e o caráter sagrado e solene da celebração. "Quem
canta reza duas vezes" (Santo Agostinho).
1156-1158 1191
240. Qual é a finalidade das
imagens sagradas?
A imagem de
Cristo é o ícone litúrgico por excelência. As outras, que representam Nossa Senhora
e os santos, significam Cristo, que nelas é glorificado. Proclamam a mesma
mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite mediante a palavra e
ajudam a despertar e a nutrir a fé dos crentes.
1159-1161
1192
Quando celebrar?
241. Qual é o centro do
“tempo Litúrgico?”.
O
centro do tempo litúrgico é o domingo, fundamento e núcleo de todo o ano
litúrgico, que tem o seu ápice na Páscoa anual, a festa das festas.
1165-1167 1193
242. Qual é a função do
ano litúrgico?
No ano litúrgico, a Igreja celebra todo o Mistério de Cristo, da
Encarnação a seu retorno glorioso. Em dias estabelecidos, a Igreja venera com
especial amor a bem-aventurada Maria, Mãe de Deus, e também faz memória dos
Santos, que por Cristo viveram, com ele sofreram e com ele foram glorificados.
1168-1173 1194-1195
243. O que é a liturgia
das Horas?
A liturgia
das Horas, oração pública e comum da Igreja, é a oração de Cristo com o seu
corpo, a Igreja. Por seu meio, o Mistério de Cristo, que celebramos na
Eucaristia, santifica e transfigura o tempo de cada dia. Ela se compõe
principalmente de Salmos e de outros textos bíblicos, e também de leituras dos
Padres e dos mestres espirituais.
1174-1178 1196
Onde celebrar?
244. A Igreja tem
necessidade de lugares para celebrar a liturgia?
O culto
"em espírito e verdade" (Jo 4,24) da Nova Aliança não está ligado a
nenhum lugar exclusivo, porque Cristo é o verdadeiro templo de Deus, por meio
do qual também os cristãos e a Igreja inteira se tornam, sob a ação do Espírito
Santo, templos de Deus vivo. Todavia, o Povo de Deus, na sua condição terrena,
tem necessidade de lugares em que a comunidade possa se reunir para celebrar a
liturgia.
1179-1181
1197-1198
245. O que são os
edifícios sagrados?
São as casas
de Deus, símbolo da Igreja que vive naquele lugar, bem como da morada celeste.
São lugares de oração, nos quais a Igreja celebra, sobretudo, a Eucaristia e
adora Cristo realmente presente no tabernáculo.
1181
1198-1199
246. Quais são os lugares
privilegiados dentro dos edifícios sagrados?
São: o altar; o tabernáculo, a custódia do sagrado crisma e dos os
outros óleos sagrados, a sede do bispo
(cátedra) ou do presbítero, o ambão, fonte batismal, o confessionário.
1182-1186
DIVERSIDADE LITÚRGICA E
UNIDADE DO MISTÉRIO
Porque
a insondável riqueza do Mistério de Cristo não pode ser exaurida por uma única
tradição litúrgica. Desde as origens, portanto, essa riqueza encontrou nos
vários povos e culturas expressões caracterizadas por uma admirável variedade e
complementaridade.
1200-1204
1207-1209
248. Qual é o critério
que assegura a unidade na multiformidade?
É a
fidelidade à Tradição Apostólica, ou seja, a comunhão na fé e nos sacramentos
recebidos pelos Apóstolos, comunhão que é significada e garantida pela sucessão
apostólica. A Igreja é católica: pode, pois, integrar na sua unidade todas as
verdadeiras riquezas das culturas.
1209
249.Na
liturgia, tudo é imutável?
Na liturgia,
especificamente na dos sacramentos, há elementos imutáveis porque de
instituição divina, de que a Igreja é fiel guardiã. Há também elementos
suscetíveis de mudança, que ela tem o poder e às vezes também o dever de
adaptar às culturas dos diversos povos.
1205-1206
Segunda Seção
Os Sete Sacramentos da Igreja
Batismo
Eucaristia
Penitência
Unção
dos enfermos
Ordem
Matrimônio
250. Como se distinguem
os sacramentos da Igreja?
Distinguem-se em: sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia); sacramentos da cura (Penitência
e Unção dos enfermos); sacramentos a serviço da comunhão e da missão (Ordem e
Matrimônio). Eles tocam os momentos importantes da vida cristã. Todos os
sacramentos estão ordenados à Eucaristia "como a seu fim específico"
(São Tomás de Aquino).
1210-1211
CAPÍTULO PRIMEIRO
Os sacramentos da
iniciação cristã
251. Como se realiza a
iniciação cristã?
Ela se realiza mediante os sacramentos que
estabelecem os fundamentos da vida cristã: os fiéis, renascidos no
Batismo, são fortalecidos pela Confirmação e são nutridos pela Eucaristia.
1212 1275
O SACRAMENTO DO BATISMO
252. Que nomes
recebe o primeiro sacramento da iniciação?
Recebe em primeiro lugar o nome de Batismo
por causa do rito central com o qual é celebrado: batizar significa
“imergir” na água. Quem é batizado
é imerso na morte de Cristo e ressurge com ele como "criatura nova" (2 Cor 5,17). É chamado também de
"banho da regeneração e renovação do Espírito Santo" (Tt 3,5)
e de "iluminação" porque o batizado se torna "filho da luz"
(Ef 5,8-9).
1213-1216 1276-1277
253. Como é prefigurado o
Batismo na Antiga Aliança?
Na Antiga Aliança encontram-se várias
prefigurações do Batismo: a água, fonte de vida e de morte; a arca de Noé, que
salva por meio da água; a passagem do
Mar Vermelho, que liberta Israel da escravidão egípcia; a travessia do
Jordão, que introduz Israel n terra prometida, imagem da vida eterna.
1217-1222
254. Quem dá acabamento a
essas prefigurações?
Jesus Cristo, o qual, no início da sua vida
pública, se faz batizar por João Batista no Jordão; na cruz, do seu lado
traspassado brotam sangue e água, sinais do Batismo e da Eucaristia, e depois
da sua Ressurreição confia aos Apóstolos esta missão: "Ide, pois, fazer
discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo" (Mt 28,19).
1223-1224
255. Desde quando e a
quem a Igreja administra o Batismo?
Desde
o dia de Pentecostes a Igreja administra o Batismo a quem crê em Jesus Cristo.
1226-1228
256. Em que consiste o rito,
essencial do Batismo?
O rito essencial desse sacramento consiste em
imergir na água o candidato ou em derramar água sobre sua cabeça, enquanto é
invocado o Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
1229-1245 1278
257. Quem pode receber o
Batismo?
Qualquer
pessoal ainda não batizada pode receber o Batismo.
1246-1252
258. Por que a Igreja batiza
as crianças?
Porque
elas, tendo nascido com o pecado original, precisam ser libertadas do poder do
Maligno e ser transferidas para o reino da liberdade dos filhos de Deus.
1250
259. O que se requer de um
batizando?
De
todo batizando se requer a profissão de fé; expressa pessoalmente, no caso do
adulto, ou pelos pais e pela Igreja, no caso da criança.Também o padrinho ou a
madrinha e toda a comunidade eclesial têm uma parte de responsabilidade na
preparação para o Batismo (catecumenato), Bem como no desenvolvimento da fé e
da graça batismal. 1253-1255
Os
ministros ordinários do Batismo são o bispo, e o presbítero; na Igreja latina,
também o diácono. Em caso de necessidade, qualquer um pode batizar, desde que tenha intenção de fazer o que faz a Igreja.
Derrama água sobre a cabeça do candidato
e pronuncia a fórmula trinitária
batismal: "Eu te batizo em Nome do
Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.
1256 1284
261. O Batismo é necessário
para a salvação?
O
Batismo é necessário à salvação para aqueles aos quais foi anunciado o
Evangelho e que têm a possibilidade de pedir esse sacramento.
1257
262. Pode-se ser salvo sem
o Batismo?
Uma
vez que Cristo morreu pela salvação de todos, podem ser salvos mesmo sem
Batismo todos os que morrem por causa da fé (Batismo de sangue), os
catecúmenos, e também todos aqueles que sob o impulso da graça, sem conhecer
Cristo e a Igreja, procuram sinceramente Deus e se esforçam por cumprir
a sua vontade (Batismo de desejo). Quanto às crianças mortas sem
Batismo, a Igreja na sua liturgia as confia à misericórdia de Deus.
1258-1261 1281-1283
263. Quais são os efeitos
do Batismo?
O
Batismo perdoa o pecado original, todos os pecados pessoais e as penas devidas
ao pecado; faz participar da vida divina trinitária mediante a graça
santificante, a graça da justificação que incorpora a Cristo e à sua Igreja;
faz participar do sacerdócio de Cristo e constitui o fundamento da comunhão com
todos os cristãos; propicia as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo.
O batizado pertence para sempre a Cristo: é marcado, com efeito, com o selo
indelével de Cristo (caráter).
262-1274 1279-1280
264. Que
significado assume o nome cristão recebido no Batismo?
O
nome é importante, porque Deus conhece cada qual pelo nome, ou seja, na sua
unicidade. Com o Batismo, o cristão recebe na Igreja o próprio nome,
preferivelmente o de um Santo, de modo que este ofereça ao batizado um modelo
de santidade e lhe garanta a sua intercessão junto a Deus.
2156-2159 2167
O SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO
265. Qual é o lugar da
Confirmação no desígnio divino da salvação?
Na
Antiga Aliança, os profetas anunciaram a comunicação do Espírito do Senhor ao
Messias esperado e a todo o povo messiânico. Toda a vida e a missão de Jesus se
desenvolvem numa total comunhão com o Espírito Santo. Os Apóstolos recebem o Espírito Santo no Pentecostes e
anunciam “as maravilhas de Deus” (At 2,11). Comunicam aos neobatizados,
mediante a imposição das mãos, o
dom do mesmo Espírito. Ao longo dos séculos, a Igreja continuou a viver do
Espírito e a comunicá-la aos seus filhos.
285-1288
1315
266. Por que se chama Crisma
ou Confirmação?
Chama-se
Crisma (nas Igrejas Orientais: Crismação com o Santo Myron), por causa
do seu rito essencial, que é a unção. Chama-se Confirmação, porque
confirma e consolida a graça batismal.
1289
267. Qual é o rito
essencial da Confirmação?
O
rito essencial da Confirmação é a unção com o sagrado crisma (óleo misturado
com bálsamo, consagrado pelo bispo), que se faz com a imposição da mão por
parte do ministro que pronuncia as palavras sacramentais próprias do rito. No
Ocidente, essa unção é feita na fronte do batizado com as palavras:
"Recebe por este sinal o dom do Espírito Santo". Nas Igrejas
Orientais de rito bizantino, a unção é feita também em outras partes do corpo,
com a fórmula: "Selo do dom que é o Espírito Santo".
1290-1301
1318 1320-1321
268. Qual é o efeito da
Confirmação?
O
efeito da Confirmação é a especial efusão do Espírito Santo, como a de
Pentecostes. Essa efusão imprime na alma um caráter indelével e produz um crescimento
da graça batismal: enraíza mais profundamente na filiação divina; une mais
solidamente a Cristo e a sua Igreja; aumenta na alma os dons do Espírito Santo;
dá força especial para testemunhar a fé cristã.
1302-1305 1316-1317
269. Quem pode receber esse
sacramento?
Pode
e deve recebê-lo, uma única vez, quem já foi batizado, o qual, para
recebê-lo eficazmente, deve estar em
estado de graça.
1306-1311
1319
270. Quem é o ministro da
Confirmação?
O
ministro originário é o bispo. Manifesta-se assim a ligação do crismado
com a Igreja na sua dimensão apostólica. Quando é o presbítero que confere esse sacramento - como acontece ordinariamente no Oriente e em casos particulares no Ocidente - , a ligação com bispo e com a Igreja é expressa, pelo presbítero, colaborador do bispo, e pelo
sagrado crisma, consagrado pelo próprio bispo,
1512-1314.
O SACRAMENTO DA
EUCARISTIA
É
o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que ele instituiu
para perpetuar pelos séculos, até seu retorno, o sacrifício da cruz, confiando
assim à sua Igreja o memorial de sua Morte e Ressurreição. É o sinal da
unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, no qual se recebe Cristo, a
alma é coberta de graça e é dado o penhor da vida eterna.
1322-1323 1409
272. Quando Jesus Cristo
instituiu a Eucaristia?
Institui-a
na Quinta-feira Santa, "na noite em que ia ser entregue" (1 Cor
11,23), celebrando com os seus Apóstolos a Última Ceia.
1323
1337-1340
Depois
de ter reunido os seus Apóstolos no Cenáculo, Jesus tomou nas suas mãos o pão,
partiu-o e o deu a eles, dizendo: "Tomai todos e comei: isto é o meu corpo
que será entregue por vós". Depois tomou nas suas mãos o cálice do vinho e
lhes disse: "Tomai todos e bebei: este é o cálice do meu sangue, o sangue
da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão
dos pecados. Fazei isto em memória de mim".
1337-1340 1365,1406
274. O que representa a
Eucaristia na vida da Igreja?
É fonte e ápice de toda a vida cristã. Na Eucaristia, atingem o seu clímax a ação santificante de Deus para conosco e o nosso culto para com ele. Ela encerra todo o bem espiritual da Igreja: o mesmo Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são expressas e realizadas pela Eucaristia. Mediante a celebração eucarística, já nos unimos à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna.
1324-1327 1407,
275. Como é chamado esse
sacramento?
A
insondável riqueza desse sacramento se exprime com diversos nomes que evocam
seus aspectos particulares. Os mais comuns são: Eucaristia, Santa Missa, Ceia
do Senhor, Fração do Pão, Celebração Eucarística, Memorial da Paixão, da morte e ressurreição
do Senhor, Santo Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios,
Santíssimo Sacramento do Altar, Santa Comunhão.
1328-1332
276. Como se situa a
Eucaristia no desígnio divino da salvação?
Na
Antiga Aliança, a Eucaristia é prenunciada, sobretudo, na ceia pascal anual,
celebrada todo ano pelos hebreus com os pães ázimos como lembrança da
imprevista e libertadora saída do Egito. Jesus a anuncia em seu ensinamento e a
institui celebrando com os seus Apóstolos a Última Ceia durante um banquete
pascal. A Igreja, fiel ao mandamento do Senhor, "Fazei isto em minha
memória" (1 Cor 11,24), sempre celebrou a Eucaristia, sobretudo no
domingo, dia da ressurreição de Jesus.
1333-1344
277. Como se desdobra a
celebração da Eucaristia?
Desdobra-se
em dois grandes momentos, que formam um só ato de culto: a liturgia da Palavra,
que compreende a proclamação e a escuta da Palavra de Deus; a liturgia
eucarística que compreende a apresentação do pão e do vinho, a oração ou
anáfora, que contém as palavras da consagração, e a comunhão.
1345-1355 1408
278. Quem é o ministro da
celebração da Eucaristia?
É
o sacerdote (bispo ou presbítero), validamente ordenado, que age na Pessoa de
Cristo Cabeça e em nome da Igreja.
1348
1411
279. Quais são os elementos
essenciais e necessários para realizar a Eucaristia?
São
o pão de trigo e o vinho da videira.
1412
280. Em que sentido a
Eucaristia é memorial do sacrifício de Cristo?
A
Eucaristia é memorial no sentido de que torna presente e atual o
sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai na cruz, uma vez por todas, em favor da
humanidade. O caráter sacrifical da Eucaristia se manifesta nas próprias
palavras da instituição: "Isto é o meu corpo, que é dado por vós" e
"Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós"
(Lc 22,19-20). O sacrifício da cruz e o sacrifício da Eucaristia são um único
sacrifício. Idênticos são a vítima e o oferente, diferente é apenas o modo
de oferecer: cruento na cruz, incruento na Eucaristia.
1362-1367
281. De que modo a Igreja
participa do sacrifício eucarístico?
Na
Eucaristia, o sacrifício de Cristo se torna também o sacrifício dos membros de
seu corpo. A vida dos fiéis, seu
louvor; seu sofrimento, sua oração, seu trabalho estão unidos ao de Cristo.
Como sacrifício, a Eucaristia é também
oferecida por todos os fiéis vivos e defuntos, em reparação dos pecados de
todos os homens e para obter de Deus benefícios espirituais e temporais. Também
a Igreja do céu está unida na oferta de Cristo.
1368-1372
1414
282. Como Jesus está presente
na Eucaristia?
Jesus
Cristo está presente na Eucaristia de modo único e incomparável. Está presente,
com efeito, de modo verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o seu
Sangue, com a sua Alma e a sua Divindade. Nela está, portanto, presente de modo
sacramental, ou seja, sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho, Cristo
todo inteiro: Deus e homem.
1373-1375 1413
283. O que significa transubstanciação?
Transubstanciação significa
a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo e de toda a substância do vinho na
substância do seu Sangue. Essa conversão se realiza na oração eucarística,
mediante a eficácia da palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo. Todavia,
as características sensíveis do pão e do vinho, ou seja, as "espécies
eucarísticas", permanecem inalteradas.
1376-1377 1413
284. A fração do pão divide
Cristo?
A
fração do pão não divide Cristo: ele está presente todo e íntegro em cada
espécie eucarística e em cada uma de suas partes.
1377
285. Até quando continua a
presença eucarística de Cristo?
Ela
continua até que subsistam as espécies eucarísticas.
1377
286. Que tipo de culto é
devido ao sacramento da Eucaristia?
É
devido o culto de latria, ou seja, de adoração reservado
unicamente a Deus, seja durante a
celebração eucarística, seja fora dela. A Igreja, com efeito, conserva com a
máxima, diligência as Hóstias consagradas, leva-as aos enfermos e a outras
pessoas impossibilitadas de participar da Santa Missa, apresenta-as à solene
adoração dos fiéis, leva-as em procissão e convida à freqüente visita e adoração dos fiéis, leva-as em procissão e
convida à freqüente visita e adoração do Santíssimo Sacramento conservado no
tabernáculo.
1378-1381
1418
287. Por que a Eucaristia é o
banquete pascal?
A
Eucaristia é o banquete pascal, porquanto Cristo, ao realizar sacramentalmente
a sua Páscoa, nos dá o seu Corpo e o seu Sangue, oferecidos como alimento e
bebida, e nos une a si e entre nós no seu sacrifício.
1382-1384
1391-1396
O
altar é o símbolo do próprio Cristo, presente como vítima sacrifical
(altar-sacrifício da cruz) e como alimento celeste que se dá a nós (altar -mesa
eucarística).
1383 1410
289. Quando a Igreja obriga a
participar da santa missa?
A
Igreja obriga os fiéis a participar da santa missa todo domingo e nas festas de
preceito, e recomenda que dela se participe também nos outros dias.
1389 1417
A
Igreja recomenda aos fiéis que participam da santa missa que recebam com as devidas
disposições também a santa Comunhão, prescrevendo a obrigação de comungar pelo
menos na Páscoa.
1389
291. O que se requer para
receber a santa comunhão?
Para
receber a santa Comunhão, deve-se estar plenamente incorporado à Igreja
católica e estar em estado de graça, ou seja, sem consciência de pecado mortal.
Quem estiver consciente de ter cometido um pecado grave deve receber o
sacramento da Reconciliação antes de se aproximar da comunhão. Importantes são
também o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito
pela Igreja e a atitude do corpo (gestos, roupas), em sinal de respeito a
Cristo.
1385-1389 1415
292. Quais são os frutos da
santa Comunhão?
A santa comunhão aumenta a nossa união com Cristo e com a sua Igreja, conserva e renova a vida de graça recebida no Batismo e na Crisma e nos faz crescer no amor para com o próximo. Fortificando-nos na caridade, cancela os pecados veniais e nos preserva de futuros pecados mortais.
1391-1397 1416
293. Quando é possível
administrar a santa Comunhão aos outros cristãos?
Os
ministros católicos administram licitamente a santa Comunhão aos membros das Igrejas Orientais que não têm
comunhão plena com a católica
sempre que eles o pedirem espontaneamente e estiverem bem dispostos.
Para
os membros de outras comunidades eclesiais, os ministros católicos administram licitamente a santa Comunhão aos
fiéis que diante de uma grave necessidade o peçam espontaneamente, estejam bem
dispostos e manifestem a fé católica a respeito do sacramento.
1398-1401
294. Por que a Eucaristia é
"penhor da glória futura?”
Porque
a Eucaristia nos enche de graça e bênção do Céu, fortalece-nos para a
peregrinação nesta vida e nos faz desejar a vida eterna, unindo-nos já a Cristo,
que subiu para a direita do Pai, à Igreja do céu, à beatíssima Virgem e a todos
os Santos.
1402-1405
Na Eucaristia nós partimos "o único pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre" (Santo Inácio de Antioquia).
CAPITULO SEGUNDO
Os sacramentos de cura
295. Por que Cristo instituiu
os sacramentos da Penitência e da Unção dos enfermos?
Cristo,
médico da alma e do corpo, os instituiu porque a vida nova, que nos foi dada por
ele nos sacramentos da iniciação cristã, pode ser enfraquecida e até perdida
por causa do pecado. Por isso, Cristo quis que a Igreja continuasse a sua obra
de cura e de salvação mediante esses dois sacramentos.
1420-1421 1426
O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA E DA RECONCILIAÇÃO
296. Como é chamado este
sacramento?
É
chamado de sacramento da Penitência, da Reconciliação, do Perdão, da Confissão,
da Conversão.
1422-1424
297. Por que existe
um sacramento da Reconciliação depois do Batismo?
Uma vez que a vida nova na graça, recebida no Batismo, não suprimiu a
fraqueza da natureza humana nem a inclinação ao pecado (ou seja, a concupiscência),
Cristo instituiu esse sacramento para a conversão dos batizados que se
afastaram dele pelo pecado.
1425-1426 1484
298. Quando foi
instituído esse sacramento?
O Senhor
ressuscitado instituiu esse sacramento quando, na noite da Páscoa, apareceu a
seus Apóstolos e lhes disse: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes
os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, serão retidos" (Jo
20,22-23).
1485
299. Os batizados
têm necessidade de se converter?
O apelo de
Cristo à conversão ressoa continuamente na vida dos batizados. Essa conversão é
um compromisso contínuo para toda a Igreja, que é santa, mas reúne em seu seio os
pecadores.
1427-1429
300. O que é a
penitência interior?
É o dinamismo do "coração contrito" (Sl 51,19) movido pela
graça divina a responder ao amor misericordioso de Deus. Implica a dor ou
repulsa pelos pecados cometidos, o firme propósito de não mais pecar no futuro
e a confiança na ajuda de Deus. Nutre-se da esperança na misericórdia divina.
1430-1433 1490
301. De que formas
se exprime a penitência na vida cristã?
A penitência se exprime de formas muito variadas, em particular com o jejum, a oração, a esmola. Essas e muitas outras formas de penitência podem ser praticadas na vida cotidiana do cristão, em particular no tempo da Quaresma e no dia penitencial da sexta-feira.
1434-1439
302. Quais são os
elementos essenciais do sacramento da Reconciliação?
São dois: os
atos realizados pelo homem que se converte sob a ação do Espírito Santo e a
absolvição do sacerdote, que no Nome de Cristo concede o perdão e estabelece a
modalidade da satisfação.
1440-1449
303. Quais são os
atos do penitente?
São:
um diligente exame de consciência; a contrição (ou arrependimento),
que é perfeita quando é motivada pelo amor de Deus, imperfeita se fundada em outros motivos, e que inclui o propósito
de não mais pecar; a confissão que consiste na acusação dos pecados feita
perante o sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento de certos atos de
penitência que o confessor impõe ao penitente para reparar o dano causado pelo
pecado.
1450-1460
1487-1492
304. Quais os
pecados se devem confessar?
Devem-se confessar todos os pecados graves ainda não confessados de que
alguém se lembra depois de um diligente exame de consciência. A confissão dos
pecados graves é o único modo ordinário para obter o perdão.
1456
305. Quando há
obrigação de confessar os pecados graves?
Todo fiel tendo atingido a idade da razão, é obrigado a confessar os
próprios pecados graves pelo menos uma vez ao ano, e sempre antes de receber a
comunhão.
1457
306. Por que os
pecados veniais podem ser também objeto da confissão sacramental?
Embora não seja
estritamente necessária, a confissão dos pecados veniais é vivamente recomendada pela Igreja, porque nos ajuda a
formar uma reta consciência e a lutar contra as tendências más, para nos deixar
curar e progredir na vida do Espírito.
1458
307. Quem é o
ministro desse sacramento?
Cristo confiou o ministério da reconciliação a seus Apóstolos, aos
bispos seus sucessores e aos presbíteros seus colaboradores, os quais se
tornam, portanto, instrumentos
da misericórdia e da justiça de Deus. Eles exercem o poder de perdoar os pecados em Nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo.
1461-1466 1495
308. A quem está
reservada a absolvição alguns pecados?
A
absolvição de alguns pecados particularmente
graves (como os punidos com
excomunhão) está reservada à Sé apostólica ou ao bispo do lugar ou aos
presbíteros por eles autorizados, embora qualquer sacerdote possa absolver de qualquer pecado e
excomunhão quem estiver em perigo de morte.
1463
309. O
confessor deve guardar segredo?
Dada a
delicadeza e a grandiosidade desse ministério e o respeito devido às pessoas,
todo confessor é obrigado, sem exceção alguma e sob penas muito severas, a
guardar o sigilo sacramental, ou seja, o absoluto segredo acerca dos pecados
conhecidos na confissão.
1467
310. Quais são os efeitos
desse sacramento?
Os efeitos do
sacramento da Penitência são: a reconciliação com Deus e, portanto, o perdão
dos pecados; a reconciliação com a Igreja; a recuperação do estado de graça se
foi perdido; a remissão da pena eterna merecida por causa dos pecados mortais
e, pelo menos em parte, das penas temporais que são conseqüência do pecado; a
paz e a serenidade da consciência, e a consolação do espírito; o crescimento
das forças espirituais para o combate cristão.
1468-1470 1496
Em casos de grave necessidade (como em perigo iminente de morte),
pode-se recorrer à celebração comunitária da Reconciliação com a confissão
genérica e a absolvição coletiva, no respeito das normas da Igreja e com o
propósito de confessar individualmente no devido tempo os pecados graves.
1480-1484
312. O que são as
indulgências?
As
indulgências são a remissão diante de Deus da pena temporal merecida
pelos pecados, já perdoados quanto à culpa, que o fiel, em determinadas
condições, adquire para si mesmo ou para os defuntos mediante o ministério da
Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui o tesouro dos méritos
de Cristo e dos Santos.
1471-1479 1496
O SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS
313. Como é vivida a
doença no Antigo Testamento?
No Antigo
Testamento, o homem experimenta durante a doença o próprio limite e percebe ao
mesmo tempo em que a doença está ligada, de modo misterioso, ao pecado. Os
profetas entreviram que ela podia ter também um valor redentor para os pecados próprios e dos outros.
Assim, a doença era vivida diante de Deus, a quem o homem implorava a cura.
1499-1502
314. Que significado
tem a compaixão de Jesus para com os doentes?
A compaixão de Jesus para com os doentes e as
suas numerosas curas de enfermos
são um claro sinal de que com ele chegou o Reino de Deus e, portanto, a vitória sobre o pecado, sobre o
sofrimento e sobre a morte. Com sua paixão e morte, ele dá novo sentido ao
sofrimento, o qual unido ao seu, pode se tornar meio de purificação e de
salvação para nós e para os outros.
1503-1505
315. Qual é o
comportamento da Igreja em relação aos doentes?
A Igreja tendo
recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos, compromete-se a cumpri-la com
os cuidados para com os doentes, acompanhados de oração de intercessão.
Ela possui, sobretudo um sacramento específico em favor dos enfermos, instituído pelo próprio Cristo e atestado por
são Tiago: "Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da igreja, para que orem sobre ele, ungido-o
com óleo no nome do Senhor" (Tg 5,14).
1506-1513 1526-1527
316. Quem pode receber o
sacramento da Unção dos enfermos?
Pode recebê-la
o fiel que começa a se encontrar em perigo de morte por doença ou velhice. O
mesmo fiel pode recebê-la também outras vezes, quando, se verifica um
agravamento da doença ou quando lhe acontece uma outra doença grave. A
celebração desse sacramento deve ser, se possível, precedida pela confissão
individual do doente.
1514-1515
1528-1529
317. Quem administra
esse sacramento?
Ele pode ser administrado somente
pelos sacerdotes (bispos ou presbíteros).
1516 1530
318. Como se celebra esse sacramento?
A celebração desse sacramento
consiste essencialmente na unção com óleo, bento possivelmente pelo
bispo, sobre a fronte e sobre as mãos do doente, (no rito romano, ou também
outras parte do corpo, em outros ritos), acompanhada pela oração do
sacerdote, que implora a graça especial desse sacramento.
1517-1519 1531
319. Quais são
confere os efeitos desse sacramento?
Ele
confere uma graça particular, que une mais intimamente o doente à paixão de
Cristo, para o seu bem e o de toda a Igreja, dando-lhe conforto, paz, coragem e até o perdão dos
pecados, se doente não pode confessar-se. Esse sacramento permite às
vezes, se Deus o quiser, até a recuperação da saúde física. Em todo caso, essa
Unção prepara o doente para a passagem à Casa do Pai.
1520-1523
1532
É a
Eucaristia recebida por aqueles que estão por deixar esta vida terrena e se
preparam para a passagem para a vida eterna. Recebida no momento da passagem
deste mundo para o Pai, a comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo morto e ressuscitado é semente de vida eterna e poder de ressurreição.
1524-1525
CAPITULO TERCEIRO
Os sacramentos a
serviço da comunhão e da missão
321. Quais são os sacramentos a serviço da comunhão e da missão?
Dois
sacramentos, a Ordem e o Matrimônio conferem uma graça especial para uma missão
particular na Igreja a serviço da edificação ao povo de Deus. Eles contribuem
em particular para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros.
1533-1535
O SACRAMENTO DA ORDEM
322.
O que é o sacramento da Ordem?
É o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos seus
Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até o final dos tempos.
1536
323. Por que se chama sacramento da Ordem?
Ordem indica um corpo
eclesial de que se passa a fazer parte mediante uma especial consagração
(ordenação), a qual, por um particular dom do Espírito Santo, permite exercer
um sagrado poder em nome e com a autoridade de Cristo a serviço do Povo de Deus.
137-1538
324. Como se situa o
sacramento da Ordem no desígnio divino da salvação?
Na Antiga Aliança, são prefigurações desse sacramento o serviço dos
I.evitas, bem como o sacerdócio de Aarão e a instituição dos setenta
"Anciãos" (Nm 11,25). Essas prefigurações encontram seu cumprimento,
em Cristo Jesus, o qual, com o sacrifício da sua cruz, é o "único [...]
mediador entre Deus e os homens"
(1 Tm 2,5), o "sumo Sacerdote à maneira de Melquisesedec" (Hb 5,10).
O único sacerdócio de Cristo se torna presente pelo sacerdócio ministerial.
1539-1546 1590-1591
"Somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são os seus ministros" (Santo Tomás de Aquino).
325. De quantos
graus se compõe o sacramento da Ordem?
Compõe-se de três graus, que são
insubstituíveis para a estrutura orgânica da Igreja: o episcopado, o
presbiterado e o diaconato.
1554 1593
326. Qual é o efeito
da Ordenação episcopal?
A Ordenação
episcopal confere a plenitude do sacramento da Ordem, faz do bispo o legítimo sucessor
dos Apóstolos, insere-o no Colégio episcopal, partilhando com o papa e os
outros bispos a solicitude por todas as Igrejas, e lhe confia os ofícios de
ensinar, santificar e reger.
1557-1558
1594
327. Qual é o ofício
do bispo na Igreja particular a ele confiada?
O bispo, a
quem é confiada a Igreja particular, é o princípio visível e o fundamento da
unidade dessa Igreja, em relação à qual exerce, como vigário de Cristo, o
ofício pastoral, ajudado pelos próprios presbíteros e diáconos.
1560-1561
328. Qual é o
efeito da Ordenação presbiteral?
A unção do Espírito marca o presbítero
comum com um caráter espiritual indelével, configura-o a Cristo sacerdote e o
torna capaz de agir no Nome de Cristo Cabeça, Sendo cooperador da Ordem episcopal, ele é
consagrado para pregar o Evangelho, para celebrar o culto divino, sobretudo a Eucaristia de que tira
força o seu ministério, e para ser o pastor dos fiéis.
1562-1567 1595
329. Como o presbítero exerce o próprio ministério?
Mesmo sendo ordenado para uma missão universal, ele a
exerce numa Igreja particular, em
fraternidade sacramental com os outros presbíteros que formam o
"presbitério" e que, em comunhão com o bispo e em dependência dele,
têm a responsabilidade da Igreja particular.
1568
330. Qual é o efeito
da Ordenação diaconal?
O diácono,
configurado a Cristo servo de todos, é ordenado para o serviço da Igreja, que
ele exerce sob a autoridade do próprio bispo, a respeito do ministério da
Palavra, do culto divino, da orientação pastoral e da caridade.
1569-1571 1596
331. Como se celebra
o sacramento da Ordem?
Para cada um dos três graus, o sacramento da Ordem é conferido mediante
a imposição das mãos sobre a cabeça, do ordenando por parte do bispo,
que pronuncia a solene oração consagradora. Com ela o Bispo invoca de
Deus para o ordenando a especial efusão do Espírito Santo e dos
seus dons, em vista do ministério.
1572-1574 1597
332. Quem pode
conferir esse sacramento?
Cabe aos bispos
validamente ordenados, como sucessores dos Apóstolos, conferir os três graus do
sacramento da Ordem.
1575-1576 1600
333. Quem pode
receber esse sacramento?
Pode recebê-lo validam ente apenas o batizado de sexo masculino: a
Igreja se reconhece ligada a essa escolha feita pelo próprio Senhor. Ninguém
pode exigir receber o sacramento da Ordem, mas deve ser considerado apto ao
ministério pela autoridade da Igreja.
1577-1578 1598
334. Exige-se o
celibato de quem recebe o sacramento da Ordem?
Para o episcopado é sempre exigido o celibato. Para o presbiterado, na
Igreja latina, ordinariamente escolhem-se homens crentes, que vivem como
celibatários e que têm intenção de manter-se no celibato "pelo reino dos
céus" (Mt 19,12); nas Igrejas Orientais não é permitida casar-se depois de
ter recebido a ordenação. Ao diaconato podem ter acesso também homens já
casados.
1579-1580 1599
335. Quais são os
efeitos do sacramento da Ordem?
Esse
sacramento dá uma especial efusão do Espírito Santo, que configura o ordenado a
Cristo na sua tríplice função de Sacerdote, Profeta e Rei, segundo os
respectivos graus do sacramento. A ordenação confere um caráter espiritual
indelével: por isso não pode ser repetida nem conferida por um tempo limitado.
1581-1589
336. Com que
autoridade é exercido o sacerdócio ministerial?
Os sacerdotes ordenados, no exercício do ministério sagrado, falam e
agem não por autoridade própria nem por mandato ou por delegação da comunidade,
mas na Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja. Portanto, o sacerdócio
ministerial se diferencia essencialmente e não apenas por grau do sacerdócio
comum dos fiéis, a serviço do qual Cristo o instituiu.
1547-1553 1592
O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO
337. Qual é o
desígnio de Deus sobre o homem e sobre a mulher?
Deus, que é
amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher,
chamou-os no Matrimônio a uma íntima comunhão de vida e de amor entre si,
"assim, eles não são mais dois, mas uma só carne" (Mt 19,6). Ao
abençoá-los, Deus lhes disse: "Sede fecundos e prolíficos" (Gn 1,28). ´
1601-1605
338. Para que fins Deus instituiu o
Matrimônio?
A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e estruturada com leis próprias pelo Criador, por sua natureza está ordenada à comunhão e ao bem dos cônjuges e à geração e educação dos filhos. A união matrimonial, segundo o originário desígnio divino, é indissolúvel, como afirma Jesus Cristo: "Não separe, pois, o homem o que Deus uniu" (Mc 10,9).
1659-1660
339. De que modo o
pecado ameaça o Matrimônio?
Por causa
d&primeiro pecado, que provocou também a ruptura da comunhão dada pelo
Criador entre o homem e a mulher, a união matrimonial é muitas vezes ameaçada
pela discórdia e pela infidelidade. Todavia, Deus, na sua infinita misericórdia,
dá ao homem e à mulher a sua graça para realizar a união das suas vidas segundo
o originário desígnio divino.
1606-1608
340. O que ensina o
Antigo Testamento sobre o Matrimônio?
Deus,
sobretudo por meio da pedagogia da Lei e dos profetas, ajuda o seu povo a
amadurecer progressivamente a consciência da unicidade e da indissolubilidade
do Matrimônio. A aliança nupcial de Deus com Israel prepara e prefigura a
Aliança nova realizada pelo Filho de Deus, Jesus Cristo, com a sua esposa, a
Igreja.
1609-1611
341. Qual é a
novidade dada por Cristo ao Matrimônio?
Jesus Cristo não só restabelece a ordem inicial querida por Deus, mas
dá a graça para viver o Matrimônio na nova dignidade de sacramento, que é o
sinal do seu amor esponsal pela Igreja: "Maridos, amai as vossas mulheres
como Cristo amou a Igreja" (Ef 5,25).
1612-1617 1661
342. O Matrimônio é
uma obrigação para todos?
O Matrimônio
não é uma obrigação para todos. Em particular Deus chama alguns homens e
mulheres a seguir o Senhor Jesus na via da virgindade e do celibato pelo Reino
dos céus, renunciando ao grande bem do Matrimônio para se preocupar com as
coisas do Senhor e procurar agradar-Lhe, tornando-se sinal da absoluta primazia
do amor de Cristo e da ardente expectativa da sua vinda gloriosa.
1618-1620
343. Como se celebra
o sacramento do Matrimônio?
Uma vez que o
Matrimônio estabelece os cônjuges num estado público de vida na Igreja, a sua
celebração litúrgica é pública, na presença do sacerdote (ou da testemunha
qualificada pela Igreja) e das outras testemunhas.
1621-1624
344. O que é o
consenso matrimonial?
O consenso matrimonial é a vontade expressa por um homem e por uma
mulher de se doar mutuamente e definitivamente, com o objetivo de viver uma
aliança de amor fiel e fecundo. Uma vez que o consentimento faz o Matrimônio,
ele é indispensável e insubstituível. Para tornar válido o Matrimônio, o
consenso deve ter como objeto o verdadeiro Matrimônio e ser um ato humano,
consciente e livre, não determinado por violência ou constrangimentos.
1625-1632 1662-1663_
345. O que se exige
quando um dos esposos não é católico?
Para
serem lícitos, os matrimônios mistos (entre católico batizado e não
católico) exigem a licença da autoridade eclesiástica. Os que têm disparidade de
culto (entre católico e não-batizado) para serem válidos têm necessidade de
uma dispensa. Em todo caso, é essencial que os cônjuges não excluam a aceitação
dos fins e das propriedades essenciais do Matrimônio, e que o cônjuge católico
confirme os compromissos, conhecidos também pelo outro cônjuge, de manter a fé e de garantir o Batismo c a
educação católica dos filhos.
1633-1637
346.
Quais são os efeitos do sacramento do Matrimônio?
O sacramento do Matrimônio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e
exclusivo. O próprio Deus sela o consenso dos esposos. Portanto, o Matrimônio
concluído e consumado entre batizados jamais pode ser dissolvido. Além disso,
esse sacramento confere aos esposos a graça necessária para atingir a santidade
na vida conjugal e para o acolhimento responsáve1 dos filhos e a educação
deles.
1638-1642
347. Quais são
os pecados gravemente contrários ao sacramento do Matrimônio?
São: o adultério, a poligamia, porquanto contradiz a igual dignidade entre o homem e a mulher, a unicidade e a exclusividade do amor conjugal; a rejeição da fecundidade, que priva a vida conjugal do dom dos filhos; e o divórcio, que transgride a indissolubilidade.
1645-1648
348. Quando a Igreja
admite a separação física dos esposos?
A Igreja admite
a separação física dos esposos quando a coabitação deles se tornou, por motivos
graves, praticamente impossível, embora deseje muito uma reconciliação deles.
Mas eles, enquanto vive o cônjuge, não estão livres para contrair uma nova
união, a menos que seu Matrimônio seja nulo e como tal seja declarado pela
autoridade eclesiástica.
1629 1649
349. Qual a atitude
da Igreja em relação aos divorciados recasados?
Fiel ao Senhor, a Igreja não pode reconhecer como Matrimônio a união dos divorciados recasados civilmente. "Se alguém repudia sua mulher e
se casa com outra, é adultero
com respeito à primeira; e se a mulher repudia seu marido e casa com outro, ela é adúltera" (Mc
10,11-12). Para com eles a Igreja tem uma atenta solicitude, convidando-os a
uma vida de fé, à oração, às
obras de caridade e à educação cristã dos filhos. Mas eles não podem receber a
absolvição sacramental nem se aproximar da comunhão eucarística nem exercer
certas responsabilidades eclesiais enquanto perdura essa situação, que objetivamente
contraria a lei de Deus.
1650-1651
1665
350. Por que a
família cristã é chamada também de Igreja doméstica?
Porque a
família manifesta e realiza a natureza de comunhão e familiar da Igreja como família de Deus.
Cada membro, segundo o próprio papel, exerce o sacerdócio batismal, contribuindo
para fazer da família uma comunidade de
graça e de oração, escola das virtudes humanas e cristãs, lugar do primeiro
anúncio da fé aos filhos.
1655-1658 1666
CAPITULO QUARTO
As outras celebrações
litúrgicas
OS SACRAMENTAIS
351. O que são os
sacramentais?
São sinais
sagrados instituídos pela Igreja por meio dos quais se santificam algumas
circunstâncias da vida. Compõem-se de uma oração acompanhada pelo sinal-da-cruz
e por outros sinais. Entre os sacramentais ocupam um lugar importante as
bênçãos, que são um louvor de Deus e uma oração para obter os seus dons, as
consagrações das pessoas e as dedicações de coisas ao culto de Deus.
1667-1672 1677-1678
Tem-se um exorcismo quando a Igreja pede com a sua autoridade, Em nome de Jesus, que uma pessoa ou um objeto seja protegido contra a influência do Maligno e subtraído a seu domínio. É praticado de forma ordinária no rito do Batismo. O exorcismo solene, chamado o grande exorcismo, pode ser efetuado somente por um presbítero autorizado pelo bispo.
1673.
353. Que formas de
piedade popular acompanham a vida sacramental da Igreja?
O sentido
religioso do povo cristão encontrou sempre diversas expressões nas várias
formas de piedade que acompanham
a vida sacramental da Igreja,
como a veneração das relíquias, as visitas aos santuários, as peregrinações, as
procissões, a via sacra, o rosário. A Igreja com a luz da fé ilumina e favorece
as formas autênticas de piedade popular.
1674-11676
1679
OS FUNERAIS CRISTÃOS
354. Que relação
existe entre os sacramentos e a morte do cristão?
O cristão que
morre em Cristo chega, no término da sua existência terrena, ao cumprimento da
nova vida iniciada com o Batismo, fortalecida pela Confirmação e nutrida pela
Eucaristia, antecipação do banquete celeste. O sentido da morte do cristão
manifesta-se à luz da Morte e da Ressurreição de Cristo, nossa única esperança;
o cristão que morre em Cristo Jesus vai "morar junto do Senhor" (2
Cor 5,8).
1680-1683
355. O que exprimem
os funerais?
Os funerais,
embora celebrados segundo diferentes ritos correspondentes às situações e às
tradições de cada região, exprimem o caráter pascal da morte cristã na
esperança da ressurreição, e o sentido da comunhão com o defunto particularmente
mediante a oração e a purificação da
sua alma. 1684-1685
356. Quais são os
momentos principais dos funerais?
Habitualmente
os funerais compreendem quatro momentos principais: o acolhimento do corpo por parte
da comunidade com palavras de conforto e de esperança, a liturgia da Palavra, o
sacrifício eucarístico e "o adeus", com o qual a alma do defunto é
confiada a Deus, fonte de vida eterna, enquanto o seu corpo é sepultado à
espera da ressurreição.
1686-1690
COMPÊNDIO
DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA |
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