Catecismo da Igreja Católica

 

TERCEIRA PARTE - A VIDA EM CRISTO

INTRODUÇÃO

1691     "Cristão[§1] , reconhece a tua dignidade. Por participares agora da natureza divina, não te degeneres, retornando à decadên­cia de tua vida passada. Lembra-te da Cabeça a que pertences e do Corpo de que és membro. Lembra-te de que foste arrancado do poder das trevas e transferido para a luz e o Reino de Deus[a2] ."'

1692     O Símbolo da fé professou a grandeza dos dons de Deus ao homem na obra de sua criação e, mais ainda, pela redenção e san­tificação. O que a fé confessa os sacramentos comunicam: pelos "sacramentos que os fizeram renascer", os cristãos se tornaram “filhos de Deus[a3] ” (1Jo 3,1), "participantes da natureza divina" (Pd 1,4). Reconhecendo na fé sua nova dignidade, os cristãos são cha­mados a levar a partir de então uma "vida digna do Evangelho de Cristo[a4] ". Pelos sacramentos e pela oração, recebem a graça de Cristo e os dons de seu Espírito, que os tomam capazes disso.

1693     Jesus Cristo sempre fez o que era do agrado do Pai[a5] . Sempre viveu em perfeita comunhão com Ele. Também os discípulos são convidados a viver sob o olhar do Pai, "que vê o que esta oculto" (Mt 6,6), para se tomarem "perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito" Mt 5,48).

1694     Incorporados [§6] a Cristo pelo [a7] Batismo, os cristãos estão "mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus[a8] ", participando assim da vida do Ressuscitado[a9] . Seguindo a Cris­to e em união com ele[§10] , podem procurar "tornar-se imitadores de Deus como filhos amados e andar no amor[a11] ", conformando seus pensamentos, palavras e ações aos "sentimentos de Cris­to to Jesus [a12] e seguindo seus exemplos[a13] ".

1695     "Justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus" (1Cor 5,11), “santificados... chamados a ser santos[a14] ”, os cristãos se tornaram "templo do Espírito Santo" (1Cor 6,19). Esse "Espírito do Filho" os ensina a orar ao Pai [a15] e, tendo-se tornado vida deles, os faz agir [a16] para carregarem em si "os frutos do Espírito[§17] " pela caridade operante. Curando as feridas do pecado, o Espírito Santo nos "renova pela transformação espiritual de nossa mente[a18] ", ele nos ilumina e fortifica para vivermos como "filhos da luz" (Ef 5,8), na "bondade, justiça e verdade" em todas as coisas (Ef 5,9).

1696     O [§19] caminho de Cristo "conduz à vida[a20] ", um caminho contrário “leva à perdição[a21] ”. A parábola evangélica dos dois caminhos está sempre presente na catequese da Igreja. Significa a importância das decisões morais para nossa salvação. "Há dois caminhos, um da vida e outro da morte; mas entre os dois há grande diferença[a22] .

1697     Importa, na catequese, revelar com toda clareza a alegria e as exigências do caminho de Cristo[a23] . A catequese da “vida nova” (Rm 6,4) em Cristo será:

ü      uma [§24] catequese do Espírito Santo, Mestre interior da vida segundo Cristo, doce hóspede e amigo que inspira, conduz, retifica e fortifica esta vida;

ü      uma [§25] catequese da graça, pois é pela graça que somos salvos, e é pela graça que nossas obras podem produzir frutos para a vida eterna;

ü      uma [§26] catequese das bem-aventuranças, pois o caminho de Cristo se resume às bem-aventuranças, único caminho para a felicidade eterna, à qual o coração do homem aspira;

ü      uma [§27] catequese do pecado e do perdão, pois, sem reconhecer-se pecador, o homem não pode conhecer a verdade sobre si mesmo, condição do reto agir, e sem a oferta do perdão não poderia suportar essa verdade;

ü      uma [§28] catequese das virtudes humanas, que faz abraçar beleza e a atração das retas disposições em vista do bem;

ü      uma [§29] catequese das virtudes cristãs da fé, esperança  e caridade, que se inspira com prodigalidade no exemplo dos santos;

ü      uma [§30] catequese do duplo mandamento da caridade de­senvolvido no Decálogo;

ü      uma [§31] catequese eclesial, pois é nos múltiplos inter­câmbios dos "bens espirituais" na "comunhão dos san­tos" que a vida cristã pode crescer, desenvolver-se e comunicar-se.

1698     A [§32] referência primeira e última dessa catequese será sem­pre Jesus Cristo, que é "o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6). Contemplando-o na fé, os fiéis podem esperar que Cris­to realize neles suas promessas e, amando-o com o amor com que Ele os amou, façam as obras que correspondem à sua dignidade:

Peço que considereis que Jesus Cristo nosso Senhor é vossa verdadeira Cabeça e que vós sois um de seus membros. Ele é para vós o que a Cabeça é para os membros; tudo o que é dele é vosso, seu espírito, coração, corpo, alma e todas as suas fa­culdades, e deveis fazer uso disso como coisa vossa para servir, louvar, amar e glorificar a Deus. Vós sois em relação a Ele o que os membros são em relação à cabeça. Assim, Ele deseja ardentemente fazer uso de tudo o que está em vós para o ser­viço e a glória de seu Pai, como coisa sua[a33] .

Para mim , viver é Cristo (Fl 1,21)

PRIMEIRA SEÇÃO

A VOCAÇÃO DO HOMEM:

A VIDA NO ESPÍRITO

1699     A vida no Espírito realiza a vocação do homem (capítulo I) Constitui-se de caridade divina e de solidariedade humana (capítulo II). É concedida de graça como uma Salvação (capítulo III)

CAPÍTULO I

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

1700     A [§34] dignidade da pessoa humana se fundamenta em sua criação à imagem e semelhança de Deus (artigo 1); realiza-se em sua vocação à bem-aventurança divina (artigo 2). Cabe ao ser huma­no a livre iniciativa de sua realização (artigo 3). Por seus atos deliberados (artigo 4), a pessoa humana se conforma ou não ao bem prometido por Deus e atestado por sua consciência moral (artigo 5). As pessoas humanas se edificam e crescem interiormente: fazem de toda sua vida sensível e espiritual matéria de crescimento (artigo 6). Com a ajuda da graça, crescem na virtude (artigo 7), evitam o pecado e, se o tiverem cometido, voltam como o filho pródigo[a35] , para a misericórdia de nosso Pai do Céus (artigo 8). Chegam, assim, à perfeição da caridade.

ARTIGO 1

O    HOMEM IMAGEM DE DEUS

1701     "Novo [§36] Adão, na mesma revelação do mistério do Pai e de seu amor, Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre a sua altíssima vocação[a37] .” Em Cristo, "imagem do ( Deus invisível" (Cl 1[a38] ,15), foi o homem criado à "imagem e semelhança" do Criador. Em Cristo, redentor e salvador, a imagem divina, deformada no homem pelo primeiro pecado, foi restaurada em sua beleza original e enobrecida pela graça de Deus[a39] .

1702     A [§40] imagem divina está presente em cada pessoa. Resplan­dece na comunhão das pessoas, à semelhança da unidade das pessoas divinas entre si (cf. capítulo II).

1703     Dotada [§41] de alma "espiritual e imortal[a42] ", a pessoa humana é "a única criatura na terra que Deus quis por si mesma[a43] ". Desde sua concepção, é destinada à bem-aventurança eterna.

1704     A [§44] pessoa humana participa da luz e da força do Espírito divino. Pela razão, é capaz de compreender a ordem das coi­sas estabelecida pelo Criador. Por sua vontade, ela é capaz de ir, por si, ao encontro de seu verdadeiro bem. Encontra sua perfeição na "busca e no amor da verdade e do bem[a45] ".

1705     Em [§46] virtude de sua alma e de seus poderes espirituais de inteligência e vontade, o homem é dotado de liberdade, "sinal eminente da imagem de Deus[a47] "

1706     Por [§48] sua razão, o homem conhece a voz de Deus, que o insta a "fazer o bem e a evitar o mal[a49] ". Cada qual é obrigado a seguir esta lei que ressoa na consciência e se cumpre no amor a Deus e ao próximo. O exercício da vida moral atesta a dignidade da pessoa.

1707     "Instigado [§50] pelo Maligno, desde o inicio da história o homem abusou da própria liberdade[a51] ." Sucumbiu à tentação e praticou o mal. Conserva o desejo do bem, mas sua natureza traz a ferida do pecado original. Tornou-se inclinado ao mal e sujeito ao erro:

O homem está dividido em si mesmo. Por esta razão, toda a vida humana, individual e coletiva, apresenta-se como uma luta dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas[a52] .

1708     Por [§53] sua paixão, Cristo livrou-nos de Satanás e do pecado. Ele nos mereceu a vida nova no Espírito Santo. Sua graça restaura o que o pecado deteriorou em nós.

1709     Quem [§54] crê em Cristo torna-se filho de Deus. Esta adoção filial o transforma, propiciando-lhe seguir o exemplo de Cris­to. Ela torna-o capaz de agir corretamente e de praticar o Em união com seu Salvador, o discípulo alcança a perfeição da caridade, a santidade. Amadurecida na graça, a vida moral desabrocha em vida eterna na glória do céu.

RESUMINDO

1710     "Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem lhe descobre sua altíssima vocação[a55] ."

1711     Dotada de alma espiritual, inteligência e vontade, a pessoa humana, desde sua concepção, é ordenada para Deus e destinada à bem-aventurança eterna. Busca sua perfeição na "procura e no amor da verdade e do bem[a56] "

1712     A verdadeira liberdade é no homem "sinal eminente da imagem de Deus[a57] "

1713     O homem é obrigado a seguir a lei moral que o chama a fazer o bem e evitar o mal[a58] ". Esta lei ressoa em sua consciência.

1714     O homem, ferido em sua natureza pelo pecado original, está sujeito ao erro e inclinado ao mal no exercício de sua liberdade.

1715     Quem crê em Cristo tem a vida nova no Espírito Santo. A vida moral, desenvolvida e amadurecida na graça, deve completar-se na glória do céu.

ARTIGO 2

NOSSA VOCAÇÃO À BEM-AVENTURANÇA

I. As bem-aventuranças

1716     As [§59] bem-aventuranças estão no cerne da pregação de Jesus. Seu anúncio retoma as promessas feitas ao povo eleito desde Abraão. Jesus as completa, ordenando-as não mais simples bem-estar gozoso na terra, mas ao Reino dos Céus:

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.

Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.

Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.

Bem-aven­turados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados.

Bem-aventurados os rnisericordiosos, porque alcançarão misericór­dia.

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.

Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.

Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim.

Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus (Mt 5,3-12a).

1717     As [§60] bem-aventuranças traçam a imagem de Cristo e descre­vem sua caridade; exprimem a vocação dos fiéis associados à glória de sua Paixão e Ressurreição; iluminam as ações e atitudes características da vida cristã; são promessas paradoxais que sustentam a esperança nas tribulações; anunciam as bênçãos e re­compensas já obscuramente adquiridas pelos discípulos; são ini­ciadas na vida da Virgem Maria e de todos os santos.

II. O desejo de felicidade

1718     As [§61] bem-aventuranças respondem ao desejo natural de felici­dade. Este desejo é de origem divina: Deus o colocou no coração do homem, a fim de atraí-lo a si, pois só ele pode satisfazê-lo.

Todos certamente queremos viver felizes, e não existe no gênero humano pessoa que não concorde com esta proposição, mes­mo antes de ser formulada por inteiro[a62] .

Então, como vos hei de procurar, Senhor? Visto que, procurando a vós, meu Deus, eu procuro a vida bem-aventurada, fazei que vos procure para que minha alma viva, pois meu corpo vive de minha alma, e minha alma vive de vós[a63] .

Só Deus satisfaz[a64] .

1719     As [§65] bem-aventuranças desvendam o objetivo da existência humana, o fim último dos atos humanos. Deus nos chama à sua própria bem-aventurança. Este chamado se dirige a cada um pes­soalmente, mas também a toda a Igreja, povo novo formado por aqueles que acolheram a promessa e nela vivem na fé.

III.    A bem-aventurança cristã

1720     O [§66] Novo Testamento usa várias expressões para caracterizar a bem-aventurança à qual Deus chama o homem: a vinda do (Reino de Deus; a visão de Deus[a67] : "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus" (Mt 5,8[a68] ); entrada na alegria do Senhor[a69] ; entrada no repouso de Deus[a70] :

Aí descansaremos e veremos, veremos e amaremos, amaremos e louvaremos. Eis a essência do fim sem fim. E que outro fim mais nosso que chegarmos ao reino que não terá fim[a71] ?

1721     Deus [§72] nos colocou no mundo para conhecê-lo, servi-lo e amá-lo e, assim, chegar ao paraíso. A bem-aventurança nos faz participar da natureza divina (l Pd 1,4) e da vida eterna[a73] . Com ela, o homem entra na glória de Cristo [a74] e no gozo da vida trinitária.

1722     Tal [§75] bem-aventurança ultrapassa a inteligência e as forças exclusivamente humanas. Resulta de um dom gratuito de Deu. É por isso que se diz ser sobrenatural, como também a graça que dispõe o homem a entrar no gozo divino.

"Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus." Por certo, de acordo com sua grandeza e glória indizível, "ninguém verá a Deus e viverá", pois o Pai é inacessível; mas, devido a seu amor, sua bondade para com os homens e sua onipotência, chega até a conceder àqueles que o amam o privilégio de ver a Deus... "pois o que é impossível aos homens é possível a Deus[a76] ."

1723     A [§77] prometida bem-aventurança nos coloca diante de escolhas morais decisivas. Convida-nos a purificar nosso coração de seus maus instintos e a procurar o amor de Deus acima de tudo. Ensina que a verdadeira felicidade não está nas riquezas ou no bem-estar, nem na glória humana ou no poder, nem em qualquer obra humana, por mais útil que seja, como as ciên­cias, a técnica e as artes, nem em outra criatura qualquer, mas apenas em Deus, fonte de todo bem e de todo amor.

A riqueza é o grande deus atual; a ela prestam homenagem ins­tintiva a multidão e toda a massa dos homens. Medem a felici­dade pelo tamanho da fortuna e, segundo a. fortuna, medem tam­bém a honradez... Tudo isto provém da convicção de que, tendo riqueza, tudo se consegue. A riqueza é, pois, um dos ídolos atuais, da mesma forma que a fama... A fama, o fato de alguém ser conhecido e fazer estardalhaço na sociedade (o que podería­mos chamar de notoriedade da imprensa), chegou a ser conside­rada um bem em si mesma, um sumo bem, um objeto, também ela, de verdadeira veneração[a78] .

1724     O Decálogo, o Sermão da Montanha e a catequese apostóli­ca nos descrevem os caminhos que levam ao Reino dos Céus. Neles nos engajamos, passo a passo, pelas ações de todos os dias, sustentados pela graça do Espírito Santo. Fecundados pela Palavra de Cristo, daremos, aos poucos, frutos na Igreja para a glória de Deus[a79] .

RESUMINDO

1725     As bem-aventuranças retomam e completam as promessas de Deus desde Abraão, ordenando-as para o Reino dos Céus. Respondem ao desejo de felicidade que Deus colocou no co­ração do homem.

1726     As bem-aventuranças nos ensinam o fim último ao qual Deus nos chama: o Reino, a visão de Deus, a participação na natureza divina, a vida eterna, a filiação divina, o repouso em Deus.

1727     A bem-aventurança da vida eterna é um dom gratuito de Deus; ela é sobrenatural como a graça que a ela conduz.

1728     As bem-aventuranças nos deixam diante de escolhas decisivas com relação aos bens terrenos; purificam nosso coração para que aprendamos a amar a Deus sobre todas as coisas.

1729     A bem-aventurança do Céu determina os critérios de discernimento no uso dos bens terrestres, de acordo com a Lei de Deus.

ARTIGO 3

A LIBERDADE DO HOMEM

1730     Deus [§80] criou o homem dotado de razão e lhe conferiu dignidade de uma pessoa agraciada com a iniciativa e o domínio de seus atos. "Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão" (Eclo 15,14), para que pudesse ele mesmo procurar seu Criador e, aderindo livremente a Ele, chegar à plena e feliz perfeição[a81] 

O homem é dotado de razão e por isso é semelhante a Deus: foi criado livre e senhor de seus atos[a82] .

I. Liberdade e responsabilidade

1731     A [§83] liberdade é o poder, baseado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isto ou aquilo, portanto, de praticar atos deliberados. Pelo livre-arbítrio, cada qual dispõe sobre si mesmo. A liberdade é, no homem, uma força de crescimento e amadurecimento na verdade e na bondade. A liberdade alcança sua perfeição quando está ordenada para Deus, nossa bem-aventurança.

1732     Enquanto [§84] não se tiver fixado definitivamente em seu bem último, que é Deus, a liberdade comporta a possibilidade de escolher entre o bem e o mal, portanto, de crescer em perfeição ou de definhar e pecar. Ela caracteriza os atos propriamente humanos. Toma-se fonte de louvor ou repreensão, de mérito ou demérito.

1733     Quanto [§85] mais pratica o bem, mais a pessoa se toma livre. Não há verdadeira liberdade a não ser a serviço do bem e da justiça. A escolha da desobediência e do mal é um abuso de liberdade e conduz à "escravidão do pecado[a86] ".

1734     A [§87] liberdade torna o homem responsável por seus atos, na medida em que forem voluntários. O progresso na virtude, o conhecimento do bem e a ascese aumentam o domínio da vontade sobre seus atos.

1735     A [§88] imputabilidade e a responsabilidade de uma ação po­dem ficar diminuídas ou suprimidas pela ignorância, inadver­tência, violência, medo, hábitos, afeições imoderadas e outros fatores psíquicos ou sociais.

1736     Todo [§89] ato diretamente querido é imputável a seu autor:

Assim, o Senhor pergunta a Adão, após o pecado no jardim: "O que fizeste?" (Gn 3,13). O mesmo pergunta a Caim[a90] . A mesma pergunta faz o profeta Natã ao rei Davi, após o adultério com a mulher de Urias e o assassinato deste[a91] .

Uma ação pode ser indiretamente voluntária quando resulta de uma negligência quanto a alguma coisa que deveríamos saber ou fazer, por exemplo, um acidente ocorrido por ignorância do código de trânsito.

1737     Um [§92] efeito pode ser tolerado sem ser querido pelo agente, por exemplo, o esgotamento da mãe à cabeceira de seu filho doente. O efeito ruim não é imputável se não foi querido nem como fim nem como meio de ação, como poderia ser o caso de morte sofrida por alguém quando tentava socorrer uma pessoa em perigo. Para que o efeito ruim seja imputável, é preciso que seja previsível e que o agente tenha a possibilida­de de evitá-lo, como, por exemplo, no caso de um homicídio cometido por motorista embriagado.

1738     A [§93] liberdade se exerce no relacionamento entre os seres hu­manos. Toda pessoa humana, criada à imagem de Deus, tem o direito natural de ser reconhecida como ser livre e responsável. Todos devem a cada um esta obrigação de respeito. O direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade da pessoa humana, sobretudo em matéria moral e religiosa[a94] . Este direito deve ser reconhecido civilmente e protegido nos limites do bem comum e da ordem pública[a95] .

II.      A liberdade humana na economia da salvação

1739     Liberdade [§96] e pecado. A liberdade do homem é finita e falível. De fato, o homem falhou. Pecou livremente. Recusando o projeto do amor de Deus, enganou-se a si mesmo, tornou-se escravo do pecado. Esta primeira alienação gerou outras, em grande número. Desde suas origens, a história comprova os infortúnios e opressões nascidos do coração do homem por causa do mau uso da liberdade.

1740     Ameaças [§97] à liberdade. O exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso pretender que “o homem, sujeito da liberdade, baste a si mesmo, tendo por fim a satisfação de seu próprio interesse no gozo dos bens terrenos[a98] . Por sua vez, as condições de ordem econômica e social, política e cultural requeridas para um justo exercício da liberdade são muitas vezes desprezadas e violadas. Estas situações de cegueira e injustiça prejudicam a vida moral e levam tanto os fortes como os fracos à tentação de pecar contra a caridade. Fugindo da lei moral, o homem prejudica sua própria liberdade, acorrenta-se a si mesmo, rompe a fraternidade com seus semelhantes e rebela-se contra a verdade divina.

1741     Liberdade [§99] e salvação. Por sua gloriosa cruz, Cristo obteve a salvação de todos os homens. Resgatou-os do pecado que os mantinha na escravidão. "É para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gl 5,1). Nele comungamos da "verdade que nos torna livres[a100] ". O Espírito Santo nos foi dado e, como ensina o apóstolo, "onde se acha o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (2 Cor 3,17). Desde agora participamos da "liberdade da glória dos filhos de Deus[a101] ".

1742     Liberdade [§102] e graça. A graça de Cristo não entra em con­corrência com nossa liberdade quando esta corresponde ao sentido da verdade e do bem que Deus colocou no coração do homem. Ao contrário, como a experiência cristã o atesta, ­sobretudo na oração, quanto mais dóceis formos aos impulsos da graça, tanto mais crescem nossa liberdade intima e nossa se­gurança nas provações e diante das pressões e coações do mundo externo. Pela obra da graça, o Espírito Santo nos educa à liberdade espiritual, para fazer de nós livres colaboradores de sua obra na Igreja e no mundo.

"Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo, para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos a vosso serviço[a103] ."

RESUMINDO

1743     "Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão" (Eclo 15,14), para que pudesse livremente aderir a seu Cria­dor e chegar, assim, à feliz perfeição[a104] .

1744     A liberdade é o poder de agir ou não agir, praticando, então, a pessoa atos deliberados. Ela alcança a perfeição de seu ato quando está ordenada para Deus, o sumo Bem.

1745     A liberdade caracteriza os atos propriamente humanos. Torna o ser humano responsável pelos atos dos quais é voluntaria­mente autor. Seu agir deliberado é algo propriamente seu.

1746     A imputabilidade ou responsabilidade de uma ação pode ser diminuída ou suprimida pela ignorância, violência, medo e outros fatores psíquicos ou sociais.

1747     O direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade do homem, sobretudo em matéria religiosa e moral. Mas o exercício da liberdade não implica o suposto direito de tudo dizer e fazer.

1748     "É para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gl 5,1).

ARTIGO 4

A MORALIDADE DOS ATOS HUMANOS

1749     A [§105] liberdade faz do homem um sujeito moral. Quando age de forma deliberada, o homem é, per assim dizer, o pai de seus atos. Os atos humanos, isto é, livremente escolhidos após um juízo da consciência, são qualificáveis moralmente. São bons ou maus.

I. As fontes da moralidade

1750     A moralidade dos atos humanos depende:

ü      do objeto escolhido;

ü      do fim visado ou da intenção;

ü      das circunstâncias da ação.

1751     O[§106]  objeto, a intenção e as circunstâncias constituem as "fontes" ou elementos constitutivos da moralidade dos atos humanos. O objeto escolhido é um bem para o qual se dirige deliberadamente a vontade. É a matéria de um ato humano. O objeto escolhido especifica moralmente o ato de querer, conforme razão o reconheça e julgue estar de acordo ou não com o bem verdadeiro. As regras objetivas da moralidade enunciam a ordem racional do bem e do mal, atestada pela consciência.

1752     Perante [§107] o objeto, a intenção se coloca do lado do sujeito agente. Pelo fato de ater-se à fonte voluntária da ação e determiná-la pelo objetivo, a intenção é um elemento essencial na qualificação moral da ação. A finalidade é o primeiro termo da intenção e designa a meta visada na ação. A intenção é um movimento da vontade em direção ao objetivo; ela diz respeito ao fim visado pela ação. É a meta do bem que se espera da ação praticada. Não se limita à direção de nossas ações singulares, mas pode orientar para um mesmo objetivo ações múltiplas; pode orientar toda vida para o fim último. Por exemplo, um serviço prestado tem por fim ajudar o próximo, mas pode também ser inspirado pelo amor a Deus, fim último de todas as nossas ações. Uma mesma ação também pode ser inspirada por várias intenções, como, por exemplo, prestar um serviço para obter um favor ou para vangloriar-se.

1753     Uma [§108] intenção boa (por exemplo, ajudar o próximo) não torna bom nem justo um comportamento desordenado em si mesmo (como a mentira e a maledicência). O fim não justifica os meios. Assim, não se pode justificar a condenação de um inocente como meio legítimo de salvar o povo. Por sua vez, acrescentada uma intenção má (como, por exemplo, a vangló­ria), o ato em si bom (como a esmola) torna-se mau[a109] .

1754     As [§110] circunstâncias, incluídas as conseqüências, são os elementos secundários de um ato moral. Contribuem para agra­var ou diminuir a bondade ou maldade moral dos atos huma­nos (por exemplo, o montante de um furto). Podem também atenuar ou aumentar a responsabilidade do agente (agir, por exemplo, por temor da morte). As circunstâncias não podem por si modificar a qualidade moral dos próprios atos, não podem tomar boa ou justa uma ação má em si.

II.      Atos bons e atos maus

1755     O ato moralmente bom supõe a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias. Uma finalidade má corrompe a ação, mesmo que seu objeto seja bom em si (como, por exemplo, rezar e jejuar "para ser visto pelos homens").

O objeto da escolha por si só pode viciar o conjunto de determinado agir. Existem comportamentos concretos - como a fornicação - cuja escolha é sempre errônea, pois escolhê­-los significa uma desordem da vontade, isto é, um mal moral.

1756     É [§111] errado, pois, julgar a moralidade dos atos humanos consi­derando só a intenção que os inspira ou as circunstâncias (meio ambiente, pressão social, constrangimento ou necessidade de agir etc.) que compõem o quadro. Existem atos que por si mesmos e em si mesmos, independentemente das circunstâncias e inten­ções, são sempre gravemente ilícitos, em virtude de seu objeto: a blasfêmia e o perjúrio, o homicídio e o adultério. Não é permi­tido praticar um mal para que dele resulte um bem.

RESUMINDO

1757     O objeto, a intenção e as circunstâncias constituem as três “fontes" da moralidade dos atos humanos.

1758     O objeto escolhido especifica moralmente o ato do querer conforme a razão o reconheça e julgue bom ou mau.

1759     “Não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção[a112] .” O fim não justifica os meios.

1760     O ato moralmente bom supõe, ao mesmo tempo, a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias.

1761     Existem comportamentos concretos cuja escolha é sempre errônea, porque escolhê-los significa uma desordem da vontade de, isto é, um mal moral. Não é permitido fazer o mal para que daí resulte um bem.

ARTIGO 5

A MORALIDADE DAS PAIXÕES

1762     O ser humano se ordena para a bem-aventurança por meio de seus atos deliberados: as paixões ou sentimentos que experimenta podem dispô-lo e contribuir para isso.

I. As paixões

1763     O termo "paixões" pertence ao patrimônio cristão. Os sentimentos ou paixões designam as emoções ou movimentos da sensibilidade que inclinam alguém a agir ou não agir em vista do que é experimentado ou imaginado como bom ou mau.

1764     As [§113] paixões são componentes naturais do psiquismo humanos; constituem o lugar de passagem e garantem a ligação entre a vida sensível e a vida do espírito. Nosso Senhor indica o coração do homem como a fonte de onde brota o movimento das paixões[a114] .

1765     As paixões são numerosas. A paixão mais fundamental é o amor provocado pela atração do bem. O amor causa o desejo do bem ausente e a esperança de consegui-lo. Este movimento se completa no prazer e na alegria do bem possuí­do. A percepção do mal provoca ódio, aversão e medo do mal que está por chegar. Este movimento se completa na tristeza do mal presente ou na cólera que a ele se opõe.

1766     "Amar [§115] é querer algo de bom para alguém[a116] ." Todos os demais afetos têm sua fonte no movimento original do coração do homem para o bem. Só existe o bem que é amado[a117] . "As paixões são más se o amor é mau, boas se o amor é bom[a118] ."

II.      Paixões e vida moral

1767     Em [§119] si mesmas, as paixões não são boas nem más. Só rece­bem qualificação moral na medida em que dependem efetiva­mente da razão e da vontade. As paixões são chamadas voluntá­rias "ou porque são comandadas pela vontade ou porque a von­tade não lhes opõe obstáculo[a120] ". Faz parte da perfeição do bem moral ou humano que as paixões sejam reguladas pela razão[a121] .

1768     Os [§122] grandes sentimentos não determinam a moralidade nem a santidade das pessoas; são reservatório inesgotável das imagens e afeições em que se exprime a vida moral. As paixões são moralmen­te boas quando contribuem para uma ação boa, e más quando se dá o contrário. A vontade reta ordena para o bem e para a bem-aventuran­ça os movimentos sensíveis que ela assume; a vontade má sucumbe às paixões desordenadas e as exacerba. As emoções e sentimentos podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios.

1769     Na vida cristã, o próprio Espírito Santo realiza sua obra mobilizando o ser inteiro, inclusive suas dores, medos e tris­tezas, como aparece na Agonia e Paixão do Senhor. Em Cris­to, os sentimentos humanos podem receber sua consumação na caridade e na bem-aventurança divina.

1770     A [§123] perfeição moral consiste em que o homem não seja movido ao bem exclusivamente por sua vontade, mas também por seu apetite sensível, segundo a palavra do Salmo: "Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo" (Sl 84,3).

RESUMINDO

1771     O termo "paixões" designa as afeições ou os sentimentos. Por meio de suas emoções, o homem pressente o bem e suspeita da presença do mal.

1772     As principais paixões são o amor, o ódio, o desejo, o medo, a alegria, a tristeza e a cólera.

1773     Nas paixões, como movimentos da sensibilidade, não há bem ou mal moral. Mas, enquanto dependem da razão e da vontade, há nelas bem ou mal moral.

1774     As emoções e os sentimentos podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios.

1775     A perfeição do bem moral consiste em que o homem não seja movido ao bem exclusivamente pela vontade, mas também pelo "coração".

 

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Folha de Apresentação

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Rev.2 de  dez/2003


 [§1]790

 [a2]São Leão Magno, Sermão 21, 3: CCL 138, 88 (PL 54, 192-193)

 [a3]Cf Jo 1,12

 [a4]Cf Fl 1,27

 [a5] Jo 8,29

 [§6]1267

 [a7]Cf Rm 6,5

 [a8]Cf Rm 6,11

 [a9]Cf Cl 2,12

 [§10]Cf Jo 15,5

 [a11]Cf Ef 5,1-2

 [a12]Cf Fl 2,5

 [a13]Cf Jo 13,12-16

 [a14]Cf 1 Cor 1,2

 [a15]Cf Gl 4,6

 [a16]Cf Gl 5,25

 [§17]Cf Gl 5,22

 [a18]Cf Ef 4,23

 [§19] 1970

 [a20]Mt 7,14

 [a21]Mt 7,13; Cf Dt 30,15-20

 [a22]Didaché, 1, 1: SC 248, 140 (Funk 1, 2)

 [a23]Cf João Paulo II, Exortação apostólica Catechesi tradendae, 29: AAS 71 (1979) 1301

 [§24] 737ss

 [§25] 1938ss

 [§26] 1716ss

 [§27] 1846ss

 [§28] 1803ss

 [§29] 1812ss

 [§30] 2067

 [§31] 946ss

 [§32] 426

 [a33]São João Eudes, Le Cœur admirable de a Très Sacrée Mère de Dieu, 1, 5: Oeuvres completes, v. 6 (Paris 1908) p. 113-114

 [§34] 356,1439

 [a35]Cf Lc 15,11-31

 [§36]359

 [a37]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 22: AAS 58 (1966) 1042

 [a38]Cf 2 Cor 4,4

 [a39]Cf Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 22,1: AAS 58 (1966) 1042

 [§40] 1878

 [§41] 363,2258

 [a42]Cf Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 14: AAS 58 (1966) 1036

 [a43]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 24,3: AAS 58 (1966) 1045

 [§44]339,30

 [a45]Cf Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 15,2: AAS 58 (1966) 1036

 [§46]1730

 [a47]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 17: AAS 58 (1966) 1037

 [§48]1776

 [a49]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 16: AAS 58 (1966) 1037

 [§50]397

 [a51]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 13,1: AAS 58 (1966) 1034

 [a52]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 13,2: AAS 58 (1966) 1035

 [§53] 617

 [§54]1265,1050

 [a55]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 22,1: AAS 58 (1966) 1042

 [a56]Cf Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 15,2: AAS 58 (1966) 1036

 [a57]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 17: AAS 58 (1966) 1037

 [a58]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 16: AAS 58 (1966) 1037

 [§59]2546

 [§60] 459,1820

 [§61] 27,1024,2541

 [a62]São Agostinho, De moribus Ecclesiae catholicae, 1, 3, 4: CSEL 90, 67 (PL 32, 1312).

 [a63]São Agostinho, Confissões, 10, 20, 29: CCL 27, 170 (PL 32, 791).

 [a64]São Tomás de Aquino, In Symbolum Apostolorum scilicet « Credo in Deum » expositio, c. 15: Opera omnia, v. 27 (Paris 1875) p. 228

 [§65] 1950

 [§66] 1027

 [a67]Cf Mt 4,17

 [a68]Cf 1 Jo 3,2; 1 Cor 13,12

 [a69]Cf Mt 25,21.23

 [a70]Cf Hb 4,7-11

 [a71]Santo Agostinho, De civitate Dei, 22, 30: CSEL 402, 670 (PL 41, 804)

 [§72]260

 [a73]Cf Jo 17,3

 [a74]Cf Rm 8,18

 [§75] 1028,294

 [a76]Santo Irineu de Lião, Adversus haereses, 4, 20, 5: SC 100, 638

 [§77] 2519,227

 [a78]John Henry Newman, Discourses addressed to Mixed Congregations, 5 [Saintliness the Standard of Christian Principle] (Westminster 1966) p. 89-91

 [a79]Cf a parábola do semeador: Mt 13,3-23

 [§80]30

 [a81]Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 17: AAS 58 (1966) 1037

 [a82]Santo Irineu de Lião, Adversus haereses, 4, 4, 3: SC 100, 424 (PG 7, 983).

 [§83] 1721

 [§84] 396,1849,2006

 [§85] 1803

 [a86]Cf Rm 6,17

 [§87] 1036,1804

 [§88] 597

 [§89] 2568

 [a90]Cf Gn 4,10

 [a91]Cf 2 Sm 12,7-15

 [§92] 2263

 [§93]2106,210

 [a94]Cf Concílio Vaticano II, Declaração Dignitatis humanae, 2: AAS 58 (1966) 930

 [a95]Cf Concílio Vaticano II, Declaração Dignitatis humanae, 7: AAS 58 (1966) 934-935

 [§96] 387,401

 [§97] 2108,1887

 [a98]Congregação pela Doutrina da Fé, Instrução Libertatis conscientia, 13: AAS 79 (1987) 559

 [§99] 782

 [a100]Jo 8,32

 [a101]Cf Rm 8,21

 [§102] 2002,1784

 [a103]Domingo XXXII do Tempo comum, Coleta: Missal Romano (Livraria Editora Vaticana 1993) p. 278

 [a104]Cf Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, 17,1: AAS 58 (1966) 1037

 [§105]1732

 [§106] 1794

 [§107] 2520,1731

 [§108] 2479,596

 [a109]Cf Mt 6,2-4

 [§110] 1735

 [§111] 1789

 [a112]São Tomás de Aquino, In duo praecepta caritatis et in decem Legis praecepta expositio, c. 6: Opera omnia, v. 27 (Paris 1875) p. 149

 [§113] 368

 [a114]Cf Mc 7,21

 [§115]1704

 [a116]São Tomás de Aquino, Summa theologiae, I-II, q. 26, a. 4, c: Ed. Leon. 6, 190

 [a117]Cf Santo Agostinho, De Trinitate, 8, 3, 4: CCL 50, 271-272 (PL 42, 949).

 [a118]Santo Agostinho, De civitate Dei, 14, 7: CSEL 402, 13 (PL 41, 410).

 [§119] 1860

 [a120]São Tomás de Aquino, Summa theologiae, I-II, q. 24, a. 1, c: Ed. Leon. 6, 179

 [a121]Cf São Tomás de Aquino, Summa theologiae, I-II, q. 24, a. 3, c: Ed. Leon. 6, 181

 [§122] 1803,1865

 [§123] 30