Catecismo da Igreja Católica

PRIMEIRA PARTE - SEGUNDA SEÇÃO : A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

OS SÍMBOLOS DA FÉ - CAPITULO II - ARTIGO 3

"JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO,    NASCEU DA VIRGEM MARIA"

PARÁGRAFO 1 - O FILHO DE DEUS SE FEZ HOMEM

I.   Por que o Verbo se fez carne?

456         Com o Credo niceno-constantinopolitano, respondemos, confessando: "E por nós, homens, e para nossa salvação,  desceu dos céus e se encarnou pelo Espirito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem[a1] "

457         O  Verbo se fez carne para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus: "Foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10). "O Pai enviou seu Filho como o Salvador do mundo" (1Jo 4,14). "Este apareceu para tirar os pecados" (1Jo 3,5):

(Parágrafo relacionado:  607,385)

Doente, nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até nossa natureza humana para visita-la, uma vez que a humanidade se encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz[a2] ?

458         O  Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus: "Nisto manifestou-se o amor de Deus por nós:  Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos por Ele" (1 Jo 4,9). "Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a Vida Eterna" (Jo 3,16).

(Parágrafo relacionado:  219)

459         O  Verbo se fez carne para ser nosso modelo de santidade: "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim..." (Mt 11,29). "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim" (Jo 14,6). E o Pai, no monte da Transfiguração, ordena: "Ouvi-o" (Mc 9,7[a3] ). Pois Ele é o modelo das Bem-aventuranças e a norma da Nova Lei: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 15,12). Este amor implica a oferta efetiva de si mesmo em seu seguimento[a4] .

(Parágrafos relacionados: 520,823,2012,1717,1965)

460         O  Verbo se fez carne para tornar-nos "participantes da  natureza divina" (2Pd 1,4): "Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a filiação divina, se torne filho de Deus[a5] ".

(Parágrafos relacionados: 1265,1391)

"Pois o Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus[a6] . "Unigenitus Dei Filius, suae divinitatis volens nos esse participes, naturam nostram assumpsit, ut homines deos faceret factus homo. O Filho Unigênito de Deus, querendo-nos participantes de sua divindade, assumiu nossa natureza para que aquele que se fez homem dos homens fizesse deuses[a7] ."

(Parágrafo relacionado:  1988)

II.    A Encarnação

461         Retomando a expressão de São João ("O Verbo se fez carne" Jo 1,14), a Igreja denomina "Encarnação" o fato de Filho de Deus ter assumido uma natureza humana para realizar nela a nossa salvação. Em um hino atestado por São Paulo, a Igreja canta o mistério da Encarnação:

(Parágrafos relacionados: 653,661,449)

Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus: Ele tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz! (Fl 2,5-8[a8] ).

462         A Epístola aos Hebreus fala do mesmo mistério:

Por isso, ao entrar no mundo, ele afirmou: Não quiseste sacrifício e oferenda. Tu, porém, formaste-me um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não foram de teu agrado. Por isso eu digo: Eis-me aqui... para fazer a tua vontade (Hb 10,5-7, citando Sl 40,7-9 LXX)

463         A fé na Encarnação verdadeira do Filho de Deus é o sinal distintivo da fé cristã: "Nisto reconheceis o Espírito de Deus. Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus" (1Jo 4,2). Esta é a alegre convicção da Igreja desde o seu começo, quando canta "o grande mistério da piedade”: "Ele foi manifestado na carne" (1 Tm 3,16).

(Parágrafo relacionado:  90)

III. Verdadeiro Deus e verdadeiro homem

464         O acontecimento único e totalmente singular da Encarnação do Filho de Deus não significa que Jesus Cristo seja em parte Deus e em parte homem, nem que ele seja o resultado da mescla confusa entre o divino e o humano. Ele se fez verdadeiramente homem permanecendo verdadeiro Deus. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A Igreja teve de defender e clarificar esta verdade de fé no decurso dos primeiros séculos, diante das heresias que a falsificavam.

(Parágrafo relacionado:  88)

465         As primeiras heresias, mais do que a divindade de Cristo, negaram sua humanidade verdadeira (docetismo gnóstico). Desde os tempos apostólicos a fé cristã insistiu na verdadeira Encarnação do Filho de Deus, "que veio na carne[a9] ". Mas desde o século III a Igreja teve de afirmar, contra Paulo de Samósata, em um concílio reunido em Antioquia, que Jesus Cristo é Filho de Deus por natureza e não por adoção. O I Concílio Ecumênico de Nicéia, em 325, confessou em seu Credo que o Filho de Deus é "gerado, não criado, consubstancial (homousios[a10] ) ao Pai" e condenou Ário, que afirmava que" o Filho de Deus veio do nada[a11] " e que ele seria "de uma substância diferente da do Pai[a12] .

(Parágrafo relacionado:  242)

466         A heresia nestoriana via em Cristo uma pessoa humana unida  à pessoa divina do Filho de Deus. Diante dela, São Cirilo de Alexandria e o III Concílio Ecumênico, reunido em Éfeso em 431, confessaram que "o Verbo, unindo a si em sua pessoa uma carne animada por uma alma racional, se tornou homem[a13] ". A humanidade de Cristo não tem outro sujeito senão a pessoa divina do Filho de Deus, que a assumiu e a fez sua desde sua concepção. Por isso o Concílio de Éfeso proclamou, em 431, que Maria se tornou de verdade Mãe de Deus pela concepção humana do Filho de Deus em seu seio: "Mãe de Deus não porque o Verbo de Deus tirou dela sua natureza divina, mas porque é dela que ele tem o corpo sagrado dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne[a14] ".

(Parágrafo relacionado:  495)

467         Os monofisistas afirmavam que a natureza humana tinha cessado de existir como tal em Cristo ao ser assumida por sua pessoa divina de Filho de Deus. Confrontado com esta heresia, IV  Concílio Ecumênico, em Calcedônia, confessou em 451:

Na linha dos santos Padres, ensinamos unanimemente a confessar um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo perfeito em divindade e perfeito em humanidade, o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto de um alma racional e de um corpo, consubstancial ao Pai segundo a divindade, consubstancial a nós segundo a humanidade, "semelhante a nós em tudo, com exceção do pecado[a15] "; gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a divindade, e nesses últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria,  Mãe de Deus, segundo a humanidade. Um só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único, que devemos reconhecer em duas naturezas, sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação. A diferença das naturezas não é de modo algum suprimida por sua união, mas antes as propriedades de cada uma são salvaguardadas e reunidas em uma só pessoa e uma só hipóstase[a16] .

468         Depois do Concílio de Calcedônia, alguns fizeram da natureza humana de Cristo uma espécie de sujeito pessoal. Contra eles, o V Concílio Ecumênico, em Constantinopla, em 553, confessou a propósito de Cristo: "Não há senão uma única hipóstase [ou pessoa], que é Nosso Senhor Jesus Cristo, Um da Trindade[a17] ". Na humanidade de Cristo, portanto, tudo deve ser atribuído à sua pessoa divina como ao seu sujeito próprio[a18] ; não somente os milagres, mas também os sofrimentos[a19] , e até a morte: "Aquele que foi crucificado na carne, nosso Senhor Jesus Cristo, é verdadeiro Deus, Senhor da glória e Um da Santíssima Trindade[a20] ”.

(Parágrafos relacionados: 254,616)

469         A Igreja confessa, assim, que Jesus é inseparavelmente verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ele é verdadeiramente o Filho de Deus que se fez homem, nosso irmão, e isto sem deixar de ser Deus, nosso Senhor:

"Id quod fuiit remansit et quod non fuiit assumpsit - Ele permaneceu o que era, assumiu o que não era", canta a liturgia romana[a21] . E a liturgia de São João Crisóstomo proclama e canta: "Ó Filho Único e Verbo de Deus, sendo imortal, vos dignastes por nossa salvação encarnar-vos da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, vós que sem mudança vos tomastes homem e fostes crucificado, ó Cristo Deus, que por vossa morte esmagastes a morte, sois Um da Santíssima Trindade, glorificado com o Pai e o Espírito Santo, salvai-nos[a22] !".

(Parágrafo relacionado:  212)

IV.  De que maneira o Filho de Deus é homem

470         Uma vez que na união misteriosa da Encarnação "a natureza humana foi assumida, não aniquilada[a23] ”, a Igreja tem sido levada, ao longo dos séculos, a confessar a plena realidade da alma humana, com suas operações de inteligência e vontade, e a do corpo humano de Cristo. Mas, paralelamente, teve de lembrar toda vez que a natureza humana de Cristo pertence "in proprio" à pessoa divina do Filho de Deus que a assumiu. Tudo o que Cristo é e o que faz nela depende do "Um da Trindade". Por conseguinte, o Filho de Deus comunica à sua humanidade seu próprio modo de existir pessoal na Trindade. Assim, em sua alma como em seu corpo, Cristo exprime humanamente os modos divinos de agir da Trindade[a24] :

(Parágrafos relacionados: 516,626)

[O Filho de Deus] trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nascido da Virgem Maria, tomou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado[a25] .

(Parágrafo relacionado:  2599)

A ALMA E O CONHECIMENTO HUMANO DE CRISTO

471         Apolinário de Laodicéia afirmava que em Cristo o Verbo havia substituído a alma ou o espírito. Contra este erro a Igreja confessou que o Filho assumiu também uma alma racional humana[a26] .

(Parágrafo relacionado:  363)

472         Esta alma humana que o Filho de Deus assumiu é  dotada de um verdadeiro conhecimento humano. Enquanto tal, este não podia ser em si ilimitado: exercia-se nas condições históricas de sua existência no espaço e no tempo. Por isso O Filho de Deus, ao tornar-se homem, pôde aceitar "crescer em sabedoria, em estatura e em graça" (Lc 2,52) e também informar-se sobre aquilo que na condição humana se deve aprender de maneira experimental[a27] [a28] . Isto correspondia à realidade de seu rebaixamento voluntário na "condição de escravo".

473         Mas, ao mesmo tempo, este conhecimento verdadeiramente humano do Filho de Deus exprimia a vida divina de sua pessoa[a29] . "A natureza humana do Filho de Deus, não por si mesma, mas por sua união ao Verbo, conhecia e manifestava nela tudo o que convém a Deus[a30] ." Este é, em primeiro lugar, o caso do conhecimento íntimo e direto que o Filho de Deus feito homem tem de seu Pai[a31] . O Filho mostrava também em seu conhecimento humano a penetração divina que tinha pensamentos secretos do coração dos homens[a32] .

(Parágrafo relacionado:  240)

474         Por sua união a Sabedoria divina na pessoa do Verbo encarnado, o conhecimento humano de Cristo gozava em plenitude da ciência dos desígnios eternos que viera revelar[a33] . O que ele reconhece desconhecer neste campo [a34] declara alhures não ser sua missão revelá-lo[a35] .

A VONTADE HUMANA DE CRISTO

475         Paralelamente, a Igreja confessou no VI Concílio Ecumênico que Cristo possui duas vontades e duas operações naturais, divinas e humanas, não opostas, mas cooperantes, de sorte que o Verbo feito carne quis humanamente na obediência a seu Pai tudo o que decidiu divinamente com o Pai e o Espírito Santo por nossa salvação[a36] . A vontade humana de Cristo "segue a sua vontade divina sem estar em resistência nem em oposição em relação a ela; mas antes sendo subordinada a esta vontade todo-poderosa[a37] ".

(Parágrafo relacionado:  2008,2824)

O VERDADEIRO CORPO DE CRISTO

476         Visto que o Verbo se fez carne assumindo uma verdadeira humanidade, o corpo de Cristo era delimitado[a38] . Em razão disso, o rosto humano de Jesus pode ser "desenhado[a39] ". No VII Concílio Ecumênico[a40] , a Igreja reconheceu como legítimo que ele seja representado em imagens sagradas. 

(Parágrafos relacionados: 1159-1162,2129-2132)

477         Ao mesmo tempo, a Igreja sempre reconheceu que, no corpo de Jesus, "Deus, que por natureza  é invisível se tornou visível aos nossos olhos[a41] ". Com efeito as particularidades individuais do corpo de Cristo exprimem a pessoa divina do Filho de Deus. Este fez seus os traços de seu corpo humano a ponto de,  pintados em uma imagem sagrada, poderem ser venerados, pois o crente que venera sua imagem "venera nela a pessoa que está  pintada[a42] ".

O CORAÇÃO DO VERBO ENCARNADO

478         Jesus conheceu-nos e amou-nos a todos durante sua Vida, sua Agonia e Paixão e entregou-se por todos e cada um de nós: "O Filho de Deus amou-me e entregou-se por mim" (Gl 2,20). Amou-nos a todos comum coração humano. Por esta razão, o sagrado Coração de Jesus, traspassado por nossos pecados e para a nossa salvação[a43] , "praecipuus consideratur index et symbolus... illius amoris, quo divinus Rcdemptor aeternum Patrem hominesque universos continenter adamat - é considerado o principal sinal e símbolo daquele amor com o qual o divino Redentor ama ininterruptamente o Pai Eterno e todos os homens[a44] ”.

(Parágrafos relacionados: 487,368,2669,766)

RESUMINDO

479         No tempo determinado por Deus, o Filho Único do Pai, a Palavra Eterna, isto é, o Verbo e a Imagem substancial do Pai, encarnou sem perder a natureza divina, assumiu a natureza humana.

480         Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, na unidade de sua Pessoa Divina: por isso Ele é o único mediador entre Deus e os homens.

481         Jesus Cristo possui duas naturezas, a divina e a humana, não confundidas, mas unidas na única Pessoa do Filho de Deus.

482         Sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Cristo tem uma inteligência e uma vontade humanas, perfeitamente concordantes com e submetidas a sua inteligência e a sua vontade divinas que tem em comum com o Pai e o Espírito Santo

483         A Encarnação é, portanto, o Mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única Pessoa do Verbo.

PARÁGRAFO 2

“...CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO,

NASCIDO DA VIRGEM MARIA"

I   Concebido pelo poder do Espírito Santo.

484         A Anunciação a Maria inaugura a "plenitude dos tempos" (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas e das preparações. Maria é convidada a conceber aquele em quem habitará “corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). A resposta divina à sua pergunta "Como se fará isto, se não conheço homem algum?" (Lc 1,34) é dada pelo poder do Espírito: "O Espírito Santo virá  sobre ti" (Lc 1,35).

(Parágrafos relacionados: 461,721)

485         A missão do Espírito Santo está  sempre conjugada e ordenada à do Filho[a45] . O Espírito Santo é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-la divinamente, ele que é "o Senhor que da  a Vida", fazendo com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua.

(Parágrafos relacionados: 689,723)

486         Ao ser concebido como homem no seio da Virgem Maria, o Filho Único do Pai é "Cristo", isto e, ungido pelo Espirito Santo [a46] desde o início de sua existência humana, ainda que sua manifestação só se realize progressivamente: aos pastores[a47] , aos magos[a48] , a João Batista[a49] , aos discípulos[a50] . Toda a Vida de Jesus Cristo manifestará, portanto, "como Deus o ungiu com o Espírito e com poder" (At 10,38).

(Parágrafo relacionado:  437)

II... Nascido da Virgem Maria

487         O  que a fé católica crê acerca de Maria funda-se no que ela crê acerca de Cristo, mas o que a fé ensina sobre Maria ilumina, por sua vez, sua fé em Cristo.

(Parágrafo relacionado:  963)

A PREDESTINAÇÃO DE MARIA

488         "Deus enviou Seu Filho" (Gl 4,4), mas, para "formar-lhe um corpo[a51] " quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, "uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria" (Lc 1,26-27):

Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida[a52] .

489         Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão de santas mulheres. No princípio está Eva: a despeito de sua desobediência, ela recebe a promessa de uma descendência que será  vitoriosa sobre o Maligno [a53] e a de ser a mãe de todos os viventes[a54]  Em virtude dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar de sua idade avançada[a55] . Contra toda expectativa humana, Deus escolheu o era tido como impotente e fraco [a56] para mostrar sua fidelidade à sua promessa: Ana, a mãe de Samuel[a57] , Débora, Rute, Judite e Ester, e muitas outras mulheres. Maria "sobressai entre (esses) humildes e pobres do Senhor, que dele esperam e recebem com confiança a Salvação. Com ela, Filha de Sião por excelência, depois de uma demorada espera da promessa, completam-se os tempos e se instaura a nova economia[a58] "

(Parágrafos relacionados: 722,410,145,64)

A IMACULADA CONCEIÇÃO

490         Para ser a Mãe do Salvador, Maria "'foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função[a59] ". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça[a60] ". Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.

(Parágrafos relacionados: 2676,2853,2001)

491         Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, "cumulada de graça" por Deus[a61] , foi redimida desde a concepção. E isso que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo papa Pio IX:

(Parágrafo relacionado:  411)

A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi preservada imune de toda mancha do pecado original[a62] .

492         Esta "santidade resplandecente, absolutamente única" da qual Maria é "enriquecida desde o primeiro instante de sua conceição[a63] . lhe vem inteiramente de Cristo: "Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime[a64] ". Mais do que qualquer outra pessoa criada, o Pai a "abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo" (Ef 1,3). Ele a "escolheu nele (Cristo), desde antes da fundação do mundo, para ser santa e imaculada em sua presença, no amor" (Ef 1,4).

(Parágrafos relacionados: 2011,1077)

493         Os Padres da tradição oriental chamam a Mãe de Deus "a toda santa" ("Pan-hagia"; pronuncie "pan-haguía"), celebram-na como "imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espirito Santo, e formada como uma nova criatura[a65] ". Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.

"FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA...

494         Ao anúncio de que, sem conhecer homem algum, ela conceberia o Filho do Altíssimo pela virtude do Espírito Santo[a66] , Maria respondeu com a "obediência da [a67] ", certa de que "nada é impossível a Deus": "Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,37-38). Assim, dando à Palavra de Deus o seu consentimento, Maria se tomou Mãe de Jesus e, abraçando de todo o coração, sem que nenhum pecado a retivesse, a vontade divina de salvação, entregou-se ela mesma totalmente à pessoa e à obra de seu Filho, para servir, na dependência dele e com Ele, pela graça de Deus, ao Mistério da Redenção[a68] :

(Parágrafos relacionados: 2617,148,968)

Como diz Santo Irineu, "obedecendo, se fez causa de salvação tanto para si como para todo o gênero humano[a69] ". Do mesmo modo, não poucos antigos Padres dizem com ele: "O nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade a virgem Maria desligou pela [a70] ”. Comparando Maria com Eva, chamam Maria de "mãe dos viventes" e com freqüência afirmam: "Veio a morte por Eva e a vida por Maria[a71] ”.

(Parágrafo relacionado:  726)

A MATERNIDADE DIVINA DE MARIA

495         Denominada nos Evangelhos "a Mãe de Jesus" (João 2,1;19,25[a72] ), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como "a Mãe de meu Senhor" (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos[a73] ).

(Parágrafos relacionados: 466,2677)

A VIRGINDADE DE MARIA

496         Desde as primeiras formulações da [a74] , a Igreja confessou que Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, afirmando também o aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido "do Espírito Santo, sem sêmen[a75] ". Os Padres vêem na conceição virginal o sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a nossa:

Assim, Santo Inácio de Antioquia (início do século II): "Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne[a76] , Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus[a77] , verdadeiramente nascido de uma virgem... ele foi verdadeiramente pregado, na sua carne, {à cruz} por nossa salvação sob Pôncio Pilatos... ele sofreu verdadeiramente, como também ressuscitou verdadeiramente[a78] ".

497         Os relatos evangélicos [a79] entendem a conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa toda compreensão e toda possibilidade humanas[a80] : "O que foi gerado nela vem do Espírito Santo", diz o anjo a José acerca de Maria, sua noiva (Mt 1,20). A Igreja vê aí o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaias: "Eis que a virgem conceberá  e dará  à luz um filho" (Is 7,14, segundo a tradução grega de Mt 1,23).

498         Por vezes tem-se estranhado o silêncio do Evangelho de São Marcos e das epístolas do Novo Testamento sobre a concepção virginal de Maria. Houve também quem se perguntasse se não se trataria aqui de lendas ou de construções teológicas sem pretensões históricas. A isto deve-se responder: a fé na concepção virginal de Jesus deparou com intensa oposição, zombarias ou incompreensões da parte dos não-crentes, judeus e pagãos[a81] . Ela não era motivada pela mitologia pagã ou por alguma adaptação às idéias do tempo. O sentido deste acontecimento só é acessível à fé, que o vê no "nexo que interliga os mistérios entre si[a82] ", no conjunto dos Mistérios de Cristo, desde a sua Encarnação até a sua Páscoa. Santo Inácio de Antioquia já  dá  testemunho deste nexo: "O príncipe deste mundo ignorou a virgindade de Maria e o seu parto, da mesma forma que a Morte do Senhor: três mistérios proeminentes que se realizaram no silêncio de Deus[a83] .

(Parágrafos relacionados: 90,2717)

MARIA - "SEMPRE VIRGEM"

499         O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria[a84] , mesmo no parto do Filho de Deus feito homem[a85] . Com efeito, o nascimento de Cristo "não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal" de sua mãe[a86] . A Liturgia da Igreja celebra Maria como a "Aeiparthenos" (pronuncie " áeiparthénos"), "sempre virgem[a87] ".

500         A isto objeta-se por vezes que a Escritura menciona Irmãos e irmãs de Jesus[a88] . A Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria: com efeito, Tiago e José, "irmãos de Jesus" (Mt 13,55), são os filhos de uma Maria discípula de Cristo [a89] que significativamente é designada como "a outra Maria" (Mt 28,1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, consoante uma expressão conhecida do Antigo Testamento[a90] .

501         Jesus é o Filho Único de Maria. Mas a maternidade espiritual de Maria [a91] estende-se a todos os homens que Ele veio salvar: "Ela gerou seu Filho, do qual Deus fez “o primogênito entre uma multidão de irmãos” (Rm 8,29), isto é, entre os fiéis, em cujo nascimento e educação Ela coopera com amor materno[a92] .

(Parágrafos relacionados: 969,970)

A MATERNIDADE VIRGINAL DE MARIA NO DESÍGNIO DE DEUS

502         O olhar da fé pode descobrir, tendo em mente o conjunto da Revelação, as razões misteriosas pelas quais Deus, em seu desígnio salvífico, quis que seu Filho nascesse de uma virgem. Essas razões tocam tanto a pessoa e a missão redentora de Cristo quanto o acolhimento desta missão por Maria em favor de todos os homens.

(Parágrafo relacionado:  90)

503         A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus Encarnação. Jesus tem um só Pai: Deus[a93] . "A natureza humana que ele assumiu nunca o afastou do Pai...; por natureza, Filho de seu Pai segundo a divindade; por natureza, Filho de sua Mãe, segundo a humanidade; mas propriamente Filho de Deus em suas duas naturezas[a94] ."

(Parágrafo relacionado:  422)

504         Jesus é concebido pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, pois ele é o Novo Adão [a95] que inaugura a nova criação: “O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem vem do Céu" (1Cor 15,47). A humanidade de Cristo é, desde a sua concepção, repleta do Espírito Santo, pois Deus "lhe dá  o Espírito sem medida" (Jo 3,34). É da "plenitude dele", cabeça da humanidade remida[a96] , que "nós recebemos graça sobre graça" (Jo 1,16).

(Parágrafo relacionado:  359)

505         Jesus, o Novo Adão, inaugura por sua concepção virginal o novo nascimento dos filhos de adoção no Espírito Santo pela fé. "Como se fará  isto?" (Lc 1,34[a97] ). A participação na vida divina não vem "do sangue, nem de uma vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1,13). O acolhimento desta vida é virginal, pois esta é totalmente dada pelo Espírito ao homem. O sentido esponsal da vocação humana em relação a Deus [a98] é realizado perfeitamente na maternidade virginal de Maria.

(Parágrafo relacionado:  1265)

506         Maria é virgem porque sua virgindade é o sinal de sua fé, absolutamente livre de qualquer dúvida[a99] ", e de sua doação sem reservas à vontade de Deus[a100] . É sua fé que lhe concede tomar-se a Mãe do Salvador: "Beatior est Maria percipiendo fidem Christi quam concipiendo carnem Christi - Maria é mais bem-aventurada recebendo a fé de Cristo do que concebendo a carne de Cristo[a101] ".

(Parágrafos relacionados: 148,1814)

507         Maria é ao mesmo tempo Virgem e Mãe por ser a figura e a mais perfeita realização da Igreja [a102] "A Igreja... torna-se também ela Mãe por meio da palavra de Deus que ela recebe na fé, pois pela pregação e pelo Batismo ela gera para a vida nova e imortal os filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus. Ela é também a virgem que guarda, íntegra e puramente, a fé dada a seu Esposo[a103] ."

(Parágrafos relacionados: 967,149)

RESUMINDO

508         Na descendência de Eva, Deus escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe de seu Filho. "Cheia de graça", ela é "o fruto mais excelente da Redenção[a104] ". Desde o primeiro instante de sua concepção, foi totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.

509         Maria é verdadeiramente "Mãe de Deus", visto ser a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus.

510         Maria "permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre[a105] " : com todo o seu ser Ela é "a Serva do Senhor" (Lc 1,38).

511         A Virgem Maria cooperou "para a salvação humana com livre fé e obediência[a106] "  Pronunciou seu 'fiat" (faça-se) "em representação de toda a natureza humana[a107] "  Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes.

 

 

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Rev.2 de  dez/2003


 [a1] DS 150

 [a2]S. Grégorio de Nissa, or. catech. 15 : PG 45, 48B

 [a3] cf. Dt 6, 4-5

 [a4] cf. Mc 8, 34

 [a5] S. Irineu, hær. 3, 19, 1

 [a6]S. Atanasio, inc. 54, 3 : PG 25, 192B

 [a7] São Tomás de Aquino, opusc. 57 in festo Corp. Chr. 1

 [a8]cf. Liturgia Horarum, cântico des Vésperas de sábado.

 [a9]  cf. 1 Jn 4, 2-3 ; 2 Jn 7 

 [a10] Símbolo Niceno: DS 125

 [a11] DS 130

 [a12] DS 126

 [a13] DS 250

 [a14] DS 251

 [a15] Hb 4,15

 [a16] DS 301-302

 [a17] DS 424

 [a18] Concílio dE Éfeso DS 255

 [a19]  Concílio de Constantinopla II DS 423

 [a20] DS 432

 [a21] Liturgia Horarum, In Solemnitate Sanctae Dei Genetricis Mariae, antiphona ad " Benedictus "; cf. S. Leão Magno, serm. 21, 2 : PL 54, 192A

 [a22]" Liturgia Bisantina Tropário " O monoghenis ").

 [a23]Conforme Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II «Gaudium et spes » item 22,2

 [a24] Jo 14,9-10

 [a25] Conforme Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II «Gaudium et spes » itEM 22,2

 [a26] DS 149

 [a27] cf. Mc 6, 38 ; Mc 8, 27 ; Jn 11, 34 ; etc

 [a28] Fl 2,7

 [a29] cf. São Gregiório Magno, ep. 10, 39 : DS 475 : PL 77, 1097B

 [a30] (S. Máximo o Confessor, questiones et dubia. 66 : PG 90, 840A

 [a31] cf. Mc 14, 36 ; Mt 11, 27 ; Jn 1, 18 ; 8, 55 ; etc

 [a32] cf. Mc 2, 8 ; Jn 2, 25 ; 6, 61 ; etc

 [a33] cf. Mc 8, 31 ; 9, 31 ; 10, 33-34 ; 14, 18-20. 26-30

 [a34] cf. Mc 13, 32

 [a35] cf. At 1, 7

 [a36] (Concílio de Constantinopla III en 681 DS 556-559

 [a37] DS 556

 [a38] Conforme Concílio de Latrão em 649 : DS 504

 [a39] Gl 3, 2

 [a40] Concílio de  Nicéia II em 787 : DS 600-603

 [a41] Missale Romanum, Prefácio de Natal

 [a42] Concílio de  Nicéia II : DS 601

 [a43] cf. J0 19, 34.

 [a44] Pio XII, Enc. " Haurietis aquas " : DS 3924 ; cf. DS 3812

 [a45] cf. Jo 16, 14-15

 [a46] cf. Mt 1, 20 ; Lc 1, 35

 [a47] cf. Lc 2, 8-20

 [a48] cf. Mt 2, 1-12

 [a49] cf. Jo 1, 31-34

 [a50] cf. Jo 2, 11

 [a51] cf. Hb 10, 5

 [a52] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56 ; cf. 61

 [a53] cf. Gn 3, 15

 [a54] cf. Gn 3, 20

 [a55]cf. Gn 18, 10-14 ; 21, 1-2

 [a56] cf. 1 Cor 1, 27

 [a57] cf. 1 Sm 1

 [a58] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 55

 [a59]  Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56.

 [a60] Lc 1, 28

 [a61] Lc 1, 28

 [a62] DS 2803

 [a63] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56

 [a64] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 53

 [a65] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56

 [a66] Lc 1, 28-37

 [a67] Rm 1, 5

 [a68]  Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56

 [a69]  Santo Irineu - Hær. 3, 22, 4

 [a70] Santo Irineu - Hær. 3, 22, 4

 [a71] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56.

 [a72] cf. Mt 13, 55

 [a73] DS 251

 [a74] DS 10-64

 [a75] Concílio de Latrão en 649 : DS 503

 [a76] cf. Rm 1, 3.

 [a77] cf. Jo 1, 13

 [a78] (Smyrn. 1-2).

 [a79] cf. Mt 1, 18-25 ; Lc 1, 26-38

 [a80] Lc 1,34

 [a81] cf. S. Justino, dialogus cum Tryphone Iudaeo 66, 67 ; Origenes, Cels. 1, 32. 69 ; e.a

 [a82] DS 3016

 [a83] Santo Inácio de Antioquia – Ad Eph. 19, 1 ; cf. 1 Cor 2, 8

 [a84] DS 427

 [a85] cf. DS 291 ; 294 ; 442 ; 503 ; 571 ; 1880

 [a86] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 57

 [a87] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 52

 [a88] cf. Mc 3, 31-35 ; 6, 3 ; 1 Co 9, 5 ; Ga 1, 19

 [a89] cf. Mt 27, 56

 [a90] cf. Gn 13, 8 ; 14, 16 ; 29, 15 ; etc

 [a91] cf. Jo 19, 26-27 ; Ap 12, 17

 [a92] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 63.

 [a93] cf. Lc 2, 48-49

 [a94] Concílio Friuli em 796 : DS 619

 [a95] 1 Cor 15, 45-47

 [a96] cf. Cl 1, 18

 [a97] cf. Jo 3, 9

 [a98] cf. 2 Cor 11, 2

 [a99] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 63.

 [a100]  cf. 1 Cor 7, 34-35

 [a101] S. Agostinho, De Sancta virginitate. 3 : PL 40, 398

 [a102] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 63.

 [a103] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 64

 [a104] Constituição do Vaticano II « Sacrosanctum concilium » 103

 [a105] S. Agostinho, serm. 186, 1 : PL 38, 999

 [a106] Conforme  Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 64.

 [a107]  São Tomás de Aquino., s. th. 3, 30, 1