Catecismo da Igreja Católica

PRIMEIRA PARTE - SEGUNDA SEÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

OS SÍMBOLOS DA FÉ

CAPITULO III - CREIO NO ESPÍRITO SANTO

683         "Ninguém pode dizer ‘Jesus é Senhor’ a não ser no Espírito Santo" (1Cor 12,3). "Deus enviou a nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai!" (Gl 4,6). Este conhecimento de fé só é possível no Espírito Santo Para estar em contato com Cristo, é preciso primeiro ter sido tocado pelo Espírito Santo É ele que nos precede e suscita em nós a fé. Por nosso Batismo, primeiro sacramento da fé, a Vida, que tem sua fonte no Pai e nos é oferecida no Filho, nos é comunicada intimamente e pessoalmente pelo Espírito Santo na Igreja:

(Parágrafos Relacionados 424,2670,152)

O Batismo nos concede a graça do novo nascimento em Deus Pai por meio de seu Filho no Espírito Santo Pois os que têm o Espírito de Deus são conduzidos ao Verbo, isto é, ao Filho; mas o Filho os apresenta ao Pai, e o Pai lhes concede a incorruptibilidade. Portanto, sem o Espírito não é possível ver o Filho de Deus, e sem o Filho ninguém pode aproximar-se do Pai, pois o conhecimento do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se faz pelo Espírito Santo[a1] .

(Parágrafo Relacionado 236)

684         Espírito Santo, por sua graça, é primeiro no despertar de nossa fé e na vida nova que é "conhecer o Pai e aquele que Ele enviou, Jesus Cristo[a2] ". Todavia, é último na revelação das Pessoas da Santíssima Trindade. São Gregório Nazianzeno, "o Teólogo", explica esta progressão pela pedagogia da "condescendência" divina:

O Antigo Testamento proclamava manifestamente o Pai, mais obscuramente o Filho. O Novo manifestou o Filho, fez entrever a divindade do Espírito. Agora o Espírito tem direito de cidadania entre nós e nos concede uma visão mais clara de si mesmo. Com efeito, não era prudente, quando ainda não se confessava a divindade do Pai, proclamar abertamente o Filho e, quando a divindade do Filho ainda não era admitida, acrescentar o Espírito Santo como um peso suplementar, para usarmos uma expressão um tanto ousada... É por meio de avanços e de progressões "de glória em glória" que a luz da Trindade resplenderá em claridades mais brilhantes[a3] .

685         Crer no Espírito Santo é, pois, professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, "e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado[a4] ". É por isso que se tratou do mistério divino do Espírito Santo na "teologia" trinitária. Aqui, portanto, só se tratará do Espírito Santo na "Economia" divina.

(Parágrafo Relacionado 236)

686         O Espírito Santo está em ação com o Pai e o Filho do início até a consumação do Projeto de nossa salvação. Mas é nos “últimos tempos", inaugurados pela Encarnação redentora do Filho que ele é revelado e dado, reconhecido e acolhido como Pessoa. Então este Projeto Divino, realizado em Cristo, "Primogênito” e Cabeça da nova criação, poderá tomar corpo na humanidade pelo Espírito difundido: a Igreja, a comunhão dos santos, a remissão dos pecados, a ressurreição da carne, a Vida Eterna.

(Parágrafo Relacionado 258)

Artigo 8

"CREIO NO ESPÍRITO SANTO"

687         "O que está em Deus, ninguém o conhece senão o Espírito de Deus" (1 Cor 2,11). Ora, seu Espírito que o revela nos conhecer Cristo, seu Verbo, sua Palavra viva, mas não se revela a si mesmo. Aquele que "falou pelos profetas[a5] " faz-nos ouvir a Palavra do Pai. Mas, ele mesmo, nós não o ouvimos. Só o conhecemos no momento em que nos revela o Verbo e nos dispõe a acolhê-lo na fé. O Espírito de Verdade que nos "desvenda o Cristo "não fala de si mesmo[a6] ". Tal apagamento, propriamente divino, explica por que "o mundo não pode acolhê-lo, porque não o vê nem o conhece", enquanto os que crêem em Cristo o conhecem, porque ele permanece com eles (Jo 14,17).

(Parágrafo Relacionado 243)

688         A Igreja, comunhão viva na fé dos apóstolos, que ela transmite, é o lugar de nosso conhecimento do Espírito Santo:

ü      nas Escrituras que ele inspirou;

ü      na Tradição, da qual os Padres da Igreja são as testemunhas sempre atuais;

ü      no Magistério da Igreja, ao qual ele assiste;

ü      na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, na qual o Espírito Santo nos coloca em Comunhão com Cristo;

ü      na oração, na qual Ele intercede por nós;

ü      nos carismas e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;

ü      nos sinais de vida apostólica e missionária;

ü      no testemunho dos santos, no qual ele manifesta sua santidade e continua a obra da salvação.

I. A missão conjunta do Filho e do Espírito

689         Aquele que o Pai enviou a nossos corações, o Espírito de seu Filho[a7] " é realmente Deus. Consubstancial ao Pai e ao Filho, ele é inseparável dos dois, tanto na Vida íntima da Trindade como em seu dom de amor pelo mundo. Mas ao adorar a Santíssima Trindade, vivificante, consubstancial e indivisível, a fé da Igreja professa também a distinção das Pessoas. Quando o Pai envia seu Verbo, envia sempre seu Sopro: missão conjunta em que o Filho e o Espírito Santo são distintos, mas inseparáveis. Sem dúvida, é Cristo que aparece, ele, a Imagem visível do Deus invisível; mas é o Espírito Santo que o revela.

(Parágrafos Relacionados 24,254,485)

690         Jesus é Cristo, "ungido", porque o Espírito é a unção dele, e tudo o que advém a partir da Encarnação decorre desta plenitude[a8] . Quando finalmente Cristo é glorificado[a9] , pode, por sua vez, de junto do Pai, enviar o Espírito aos que crêem nele: comunica-lhes sua glória[a10] , isto é, o Espírito Santo que o glorifica[a11] . A missão conjunta se desdobrar então nos filhos adotados pelo Pai no Corpo de seu Filho: a missão do Espírito de adoção será uni-los a Cristo e fazê-los viver nele:

(Parágrafos Relacionados 436,788)

A noção da unção sugere... que não existe nenhuma distância entre o Filho e o Espírito. Com efeito, da mesma forma que entre a superfície do corpo e a unção do óleo nem a razão nem os sentidos conhecem nenhum intermediário, assim é imediato o contato do Filho com o Espírito, tanto que, para aquele que vai tomar contato com o Filho pela fé é necessário encontrar primeiro o óleo pelo contato. Com efeito não há nenhuma parte que esteja privada do Espírito Santo Por isso a confissão do Senhorio do Filho se faz no Espírito Santo para os que a recebem, vindo o Espírito de todas as partes precedendo os que se aproximam pela [a12] .

(Parágrafo Relacionado 448)

II. O nome, as denominações e os símbolos do Espírito

O NOME PRÓPRIO DO ESPÍRITO SANTO

691         "Espírito Santo", este é o nome próprio daquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja o recebeu do Senhor e o professa no Batismo de seus novos filhos[a13] .

O termo “Espírito” traduz o termo hebraico "Ruah", o qual em seu sentido primeiro, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza justamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a nossa novidade transcendente daquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito divino[a14] . Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às três Pessoas Divinas. Mas ao juntar os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos "espírito" e "santo".

(Parágrafo Relacionado 1433)

AS DENOMINAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO

692         Ao anunciar e prometer a vinda do Espírito Santo, Jesus o denomina o "Paráclito", literalmente: aquele que é chamado para perto de, "advocatus" (Jo 14,16.26; 15,26; 16,7). “Paráclito” é habitualmente traduzido por "Consolador", sendo Jesus o primeiro consolador[a15] . O próprio Senhor chama o Espírito Santo". Espírito de Verdade[a16] ".

693         Além de seu nome próprio, que é o mais empregado nos Atos dos Apóstolos e nas Epístolas, encontram-se em São Paulo as denominações: o Espírito da promessa (Gl 3,14; Ef 1,13), o Espírito de adoção (Rm 8,15; Gl 4,6), o Espírito de Cristo (Rm 8,11), o Espírito do Senhor (2Cor 3,17), o Espírito de Deus (Rm 8,9.14;15,19; 1Cor 6,11;7,40) e, em São Pedro, o Espírito de glória (1Pd 4,14).

OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

694         A água. O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, pois após a invocação do Espírito Santo ela se torna a sinal sacramental eficaz do novo nascimento: assim como a gestação de nosso primeiro nascimento se operou na água, da mesma forma também a água batismal significa realmente que nosso nascimento para, a vida divina nos é dado no Espírito Santo Mas "batizados em um só Espírito” também "bebemos de um só Espírito" (1Cor 12,13): o Espírito é, pois também pessoalmente a água viva que jorra de Cristo crucificado [a17] como de sua fonte e que em nós jorra em Vida Eterna[a18] .

(Parágrafos Relacionados 1218,2652)

695         A unção. O simbolismo da unção com óleo também é significativo do Espírito Santo, a ponto de tomar-se sinônimo dele[a19] . Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da confirmação, chamada com acerto nas Igrejas do Oriente de "crismação". Mas, para perceber toda a força deste simbolismo, há que retomar à unção primeira realizada pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo ("Messias" a partir do hebraico) significa "Ungido" do Espírito de Deus. Houve "ungidos" do Senhor na Antiga Aliança [a20] de modo eminente o rei Davi[a21] . Mas Jesus é o Ungido de Deus de uma forma única: a humanidade que o Filho assume é totalmente "ungida do Espírito Santo[a22] ". Jesus é constituído "Cristo" pelo Espírito Santo A Virgem Maria concebe Cristo do Espírito Santo, que pelo anjo o anuncia como Cristo por ocasião do nascimento dele [a23] e leva Simeão a vir ao Templo para ver o Cristo do Senhor[a24] ; é Ele que plenifica o Cristo [a25] é o poder dele que sai de Cristo em seus atos de cura e de salvação[a26] . É finalmente Ele que ressuscita Jesus dentre os mortos[a27] . Então, constituído plenamente "Cristo" em sua Humanidade vitoriosa da morte[a28] , Jesus difunde em profusão o Espírito Santo até "os santos" constituírem, em sua união com a Humanidade do Filho de Deus, "esse Homem perfeito... que realiza a plenitude de Cristo" (Ef 4, 13): "o Cristo total", segundo a expressão de Santo Agostinho[a29] .

(Parágrafos Relacionados 1293,436,1504,794)

696         O fogo. Enquanto a água significa o nascimento e a fecundidade da Vida dada no Espírito Santo o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo O profeta Elias, que "surgiu como um fogo cuja palavra queimava como uma tocha" (Eclo 48,1), por sua oração atrai o fogo do céu sobre o sacrifício do monte Carmelo[a30] , figura do fogo do Espírito Santo que transforma o que toca. João Batista, que caminha diante do Senhor com o espírito e o poder de Elias” (Lc 1,17), anuncia o Cristo como aquele que "batizará com o Espírito Santo e com o fogo" (Lc 3,16), esse Espírito do qual Jesus dirá "Vim trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse acesso (Lc 12,49). É sob a forma de línguas "que se diriam de fogo" o Espírito Santo pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si[a31] . A tradição espiritual manterá este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo [a32] Não extingais o Espírito" (1Ts 5,19).

(Parágrafos Relacionados 1127,2586,718)

697         A nuvem e a luz. Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo Desde as teofanias do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória: com Moisés sobre a montanha do Sinai[a33] , na Tenda de Reunião [a34] e durante a caminhada no deserto[a35] ; com Salomão por ocasião da dedicação do Templo[a36] . Ora, estas figuras são cumpridas por Cristo no Santo Espírito Santo. É este que paira sobre a Virgem Maria e a cobre "com sua sombra", para que ela conceba e dê à luz Jesus[a37] . No monte da Transfiguração, é ele que "sobrevêm na nuvem que toma" Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João "debaixo de sua sombra"; da Nuvem sai uma voz que diz: "Este é meu Filho, o Eleito, ouvi-o sempre" (Lc 9,34-35). É finalmente essa Nuvem que "subtrai Jesus aos olhos" dos discípulos no dia da Ascensão [a38] e que o revelará Filho do Homem em sua glória no Dia de sua [a39] Vinda.

(Parágrafos Relacionados 484,554,659)

698         O selo é um símbolo próximo ao da unção. Com efeito, é Cristo que "Deus marcou com seu selo" (Jo 6,27) e é nele que também o Pai nos marca com seu selo[a40] . Por indicar o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do batismo, da confirmação e da ordem, a imagem do selo ("sphragis") tem sido utilizada em certas tradições teológicas para exprimir o "caráter" indelével impresso por estes três sacramentos que não podem ser reiterados.

(Parágrafos Relacionados 1295,1296,1121)

699         A mão. E impondo as mãos que Jesus cura os doentes [a41]  e abençoa as criancinhas[a42] . Em nome dele, os apóstolos farão o mesmo[a43] . Melhor ainda: é pela imposição das mãos dos apóstolos que o Espírito Santo é dado[a44] . A Epístola aos Hebreus inclui a imposição das mãos entre os "artigos fundamentais" de seu ensinamento[a45] . A Igreja conservou este sinal da efusão onipotente do Espírito Santo em suas epicleses sacramentais.

(Parágrafos Relacionados 292,1288,1300,1573,1668)

700         O dedo. "E pelo dedo de Deus que (Jesus) expulsa os demônios[a46] ." Se a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra "pelo dedo de Deus" (Ex 31,18), a "letra de Cristo", entregue aos cuidados dos apóstolos" é escrita com o Espírito de Deus vivo não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações" (2Cor 3,3). O hino "Veni, Creator Spiritus" (Vem, Espírito criador) invoca o Espírito Santo como "dedo da direita paterna" (digitus paternae [a47] dexterae).

(Parágrafo Relacionado 2056)

701         A pomba. No fim do dilúvio (cujo simbolismo está ligado ao batismo), a pomba solta por Noé volta com um ramo novo de oliveira no bico, sinal de que a terra é de novo habitável[a48] . Quando Cristo volta a subir da água de seu batismo, o Espírito Santo, em forma de uma pomba, desce sobre Ele e sobre Ele permanece[a49] . O Espírito desce e repousa no coração purificado dos batizados. Em certas igrejas, a santa Reserva eucarística é conservada em um recipiente metálico em forma de pomba (o columbarium) suspenso acima do altar. O símbolo da pomba para sugerir o Espírito Santo é tradicional na iconografia cristã.

(Parágrafos Relacionados 1219,535)

III. O Espírito e a Palavra de Deus no tempo das promessas

702         Desde o começo até a "plenitude do tempo[a50] ”, a missão conjunta do Verbo e do Espírito do Pai permanece escondida, mas está em ação. O Espírito de Deus prepara aí o tempo do Messias, e os dois, sem serem ainda plenamente revelados, já são prometidos, a fim de serem esperados e acolhidos quando se manifestarem. E por isso que, quando a Igreja lê o Antigo Testamento[a51] , procura nele [a52] o que o Espírito, "que falou pelos profetas (Simbolo de Niceno-Constantinopolitano:DS 150), quer falar-nos a respeito de Cristo.

(Parágrafos Relacionados 122,107)

Por "profetas", a fé da Igreja entende aqui todos aqueles que o Espírito Santo inspirou para o anúncio de viva voz e na redação dos livros sagrados, tanto do Antigo como do Novo Testamento. A tradição judaica distingue a Lei (os cinco primeiros livros ou Pentateuco), os Profetas (nossos livros denominados históricos e proféticos) e os Escritos (sobretudo sapienciais, em particular [a53] os Salmos).

(Parágrafo Relacionado 243)

NA CRIAÇÃO

703         A Palavra de Deus e seu Sopro estão na origem do ser e da vida de toda criatura[a54] :

(Parágrafo Relacionado 292)

Ao Espírito Santo cabe reinar, santificar e animar a criação, pois é Deus consubstancial ao Pai e ao Filho... A ele cabe o poder sobre a vida, pois, sendo Deus, ele conserva a criação no Pai pelo Filho[a55] .

(Parágrafo Relacionado 291)

704         "Quanto ao homem, Deus o modelou com as próprias mãos [isto é, o Filho e o Espírito Santo] (...) e imprimiu na carne modelada sua própria forma, de modo que até o que fosse visível tivesse a forma [a56] divina."

(Parágrafo Relacionado 356)

O ESPÍRITO DA PROMESSA

705         Desfigurado pelo pecado e pela morte, o homem continua sendo "à imagem de Deus", à imagem do Filho, mas é “privado da Glória de Deus[a57] ", privado da "semelhança". A promessa feita a Abraão o inaugura a Economia da salvação, no fim da qual o próprio Filho assumirá "a imagem[a58] " e a restaurará na "semelhança" com o Pai, restituindo-lhe a Glória, o Espírito "que dá a vida".

(Parágrafos Relacionados 410,2809)

706         Contra toda esperança humana, Deus promete a Abraão a uma descendência, como fruto da fé e do poder do Espírito Santo [a59] Nela serão abençoadas todas as nações da terra[a60] . Esta descendência será Cristo[a61] , no qual a efusão do Espírito Santo fará "a unidade dos filhos de Deus dispersos[a62] ". Ao comprometer-se por juramento[a63] , Deus já se compromete a dar seu Filho bem-amado [a64] e "o Espírito da promessa... que prepara a redenção do Povo que Deus adquiriu para [a65] si".

(Parágrafo Relacionado 60)

NAS TEOFANIAS E NA LEI

707         As Teofanias (manifestações de Deus) iluminam o caminho da promessa, desde os patriarcas até Moisés e de Josué até as visões que inauguram a missão dos grandes profetas. A tradição cristã sempre reconheceu que, nessas Teofanias, o Verbo de Deus se fazia ver e ouvir, revelado e ao mesmo tempo "oculto" na Nuvem do Espírito Santo

708         Esta pedagogia de Deus aparece especialmente no dom da Lei[a66] , a qual foi dada como um "pedagogo" para conduzir o Povo a Cristo[a67] . Mas sua impotência para salvar o homem privado da "semelhança" divina e do conhecimento maior que ela dá do pecado [a68] suscitam o desejo do Espírito Santo Os gemidos dos Salmos atestam isto.

(Parágrafos Relacionados 1961-1964,122,2585)

NO REINO E NO EXÍLIO

709         A Lei, sinal da promessa e da aliança, deveria ter regido o coração e as instituições do povo nascido da fé de Abraão. "Se ouvirdes minha voz e guardardes minha aliança... sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa" (Ex 19,5-6[a69] ). Mas, depois de Davi, Israel sucumbe à tentação de tornar-se um reino como as demais nações. Ora, o Reino, objeto da promessa feita a Davi[a70] , ser obra do Espírito Santo; ele pertencerá pobres segundo o Espírito.

(Parágrafos Relacionados 2579,544)

710         O esquecimento da Lei e a infidelidade à Aliança desembocam na morte: é o Exílio, aparentemente fracasso das Promessas, mas, na realidade, fidelidade misteriosa do Deus salvador e início de uma restauração prometida, mas segundo o Espírito. Era preciso que o Povo de Deus sofresse essa purificação[a71] ; o Exílio já traz a sombra da Cruz no Projeto de Deus, e o Resto dos pobres que volta de lá é uma das figuras mais transparentes da Igreja.

A EXPECTATIVA DO MESSIAS E DE SEU ESPÍRITO

711         "Eis que vou fazer uma coisa nova" (Is 43,19): duas linhas proféticas vão desenhar-se, uma levando para a espera do Messias, a outra para o anúncio de um Espírito Novo, e ambas convergindo no pequeno Resto, o povo dos Pobres[a72] , que aguarda na esperança a "consolação de Israel" e "a libertação de Jerusalém" (Lc 2,25.38).

(Parágrafos relacionados 64,522)

Vimos anteriormente como Jesus realiza as profecias que lhe dizem respeito. Limitamo-nos aqui àquelas em que aparece mais a relação entre o Messias e seu Espírito.

712         Os traços do rosto do Messias esperado começam aparecer no Livro do Emanuel [a73] ("quando Isaias teve a visão da Glória" de Cristo: Jo 12,41), em especial em Is 11,1-2:

(Parágrafo relacionado 439)

Um ramo sairá do tronco de Jessé,

um rebento brotará de suas raízes:

sobre ele repousará o espírito do Senhor,

espírito de sabedoria e de inteligência,

espírito de conselho e de fortaleza,

espírito de conhecimento e de temor do Senhor.

713         Os traços do Messias são revelados sobretudo nos cantos do Servo[a74] . Esses cantos anunciam o sentido da Paixão de Jesus e indicam, assim, a maneira como ele derramará o Espírito Santo para vivificar a multidão: não partindo de fora, mas desposando nossa "condição de escravo" (Fl 2,7). Tomando sobre si nossa morte, ele pode comunicar-nos seu próprio Espírito de vida.

(Parágrafo relacionado 601)

714         É por isso que Cristo inaugura o anúncio da Boa Nova, fazendo sua esta passagem de Isaias (Lc [a75] 4,18-19):

O Espírito do Senhor está sobre mim,

porque ele me ungiu

para evangelizar os pobres;

curar aos de coração ferido;

enviou-me para proclamar a remissão aos presos,

e aos cegos a recuperação da vista,

para restituir a liberdade aos oprimidos

e para proclamar um ano de graça do Senhor.

715         Os textos proféticos diretamente referentes ao envio do Espírito Santo são oráculos em que Deus fala ao coração de seu Povo na linguagem da promessa, com as tônicas do "amor e da fidelidade[a76] "', cujo cumprimento São Pedro proclamará na manhã de Pentecostes[a77] . Segundo essas promessas, nos "últimos tempos" o Espírito do Senhor renovará o coração dos homens, gravando neles uma Lei Nova; reunirá e reconciliará os povos dispersos e divididos; transformará a criação primeira; e Deus habitará nela com os homens na paz.

(Parágrafos relacionados 214,1965)

716         O Povo dos "pobres[a78] " os humildes e os mansos, totalmente entregues aos desígnios misteriosos de seu Deus, os que esperam a justiça não dos homens, mas do Messias - é finalmente a grande obra da missão escondida do Espírito Santo durante o tempo das promessas para preparar a vinda de Cristo. É a sua qualidade de coração, purificado e iluminado pelo Espírito, que se exprime nos Salmos. Nesses pobres, o Espírito prepara para o Senhor "um povo bem[a79] -disposto”.

(Parágrafo relacionado 368)

IV. O Espírito de Cristo na plenitude do tempo

JOÃO, PRECURSOR, PROFETA E BATISTA

717         “Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era João” (Jo 1,6). João é "repleto do Espírito Santo, ainda no seio de sua mãe" (Lc 1,15.41) por obra do próprio Cristo que a Virgem Maria acabava de conceber do Espírito Santo A "visitação" de Maria a Isabel tomou-se, assim, "visita de Deus ao seu povo[a80] ".

(Parágrafo relacionado 523)

718         João é "Elias que deve vir[a81] ": o Fogo do Espírito habita nele e o faz "correr adiante" (na qualidade de “precursor”) do Senhor que vem. Em João, o Precursor, o Espírito Santo concluía a obra de "preparar para o Senhor um povo bem-disposto" (Lc 1, 17).

(Parágrafo relacionado 696)

719         João é "mais do que um profeta[a82] ". Nele, o Espírito Santo conclui a tarefa de "falar pelos profetas". João encerra o ciclo dos profetas inaugurado por Elias[a83] . Anuncia a iminência da Consolação de Israel, é a "voz" do Consolador que vem[a84] . Como fará o Espírito de Verdade, "ele vem como testemunha, para dar testemunho da Luz" (Jo [a85] 1,7). Aos olhos de João o Espírito realiza, assim, as "pesquisas dos profetas" e o “desejo" dos anjos[a86] : "Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer é o que batiza com o Espírito Santo Eu vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus... Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1,33-36).

(Parágrafos relacionados 2684,536)

720         Finalmente, com João Batista o Espírito Santo inaugura, prefigurando-o, o que realizará com e em Cristo: restituirá ao homem "a semelhança" divina. O Batismo de João era para o arrependimento, o Batismo da água e no Espírito será um novo nascimento [a87] 

(Parágrafo relacionado 535)

"ALEGRA-TE, CHEIA DE GRAÇA

721         Maria, a Mãe de Deus toda santa, sempre Virgem, é a obra prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Espírito podem habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes leu, com relação a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria[a88] ". Nela começam a manifestar-se as "maravilhas de Deus" que o Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja.

(Parágrafo relacionado 484)

722         O Espírito Santo preparou Maria com sua graça. Convinha que fosse "cheia de graça" a mãe daquele em quem "habita corporalmente a Plenitude da Divindade" (Cl 2,9). Por pura graça, ela foi concebida sem pecado como a mais humilde das criaturas; a mais capaz de acolher o Dom inefável do Todo-Poderoso. É com razão que o anjo Gabriel a saúda como a "filha de Sião": "Alegra-te[a89] ". É a ação de graças de todo o Povo de Deus, e portanto da Igreja, que ela faz subir ao Pai no Espírito Santo em seu cântico[a90] , enquanto traz em si o Filho Eterno.

(Parágrafos relacionados 489,2676)

723         Em Maria, o Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. Sua virgindade transforma-se em fecundidade única pelo poder do Espírito [a91] e da [a92] .

(Parágrafos relacionados 485,506)

724         Em Maria, o Espírito Santo manifesta o Filho do Pai tornado Filho da Virgem. Ela é a Sarça ardente da Teofania definitiva: repleta do Espírito Santo, ela mostra o Verbo na humildade de sua carne, e é aos Pobres [a93] e às primícias das nações [a94] que ela o dá a conhecer.

(Parágrafos relacionados 208,2619)

725         Finalmente, por Maria o Espírito Santo começa a pôr em Comunhão com Cristo os homens, "objetos do amor benevolente de Deus[a95] ", e os humildes são sempre os primeiros a recebê-lo: os pastores, os magos, Simeão e Ana, os esposos de Caná e os primeiros discípulos.

(Parágrafo relacionado 963)

726         Ao final desta missão do Espírito, Maria torna-se a "Mulher", nova Eva, "mãe dos viventes", Mãe do "Cristo total[a96] ". É nesta qualidade que ela está presente com os Doze, “com um só coração, assíduos à oração" (At 1,14), na aurora dos "últimos tempos" que o Espírito vai inaugurar na manhã de Pentecostes, com a manifestação da Igreja.

(Parágrafos relacionados 494,2618)

O CRISTO JESUS

727         Toda a missão do Filho e do Espírito Santo na plenitude do tempo está contida no fato de o Filho ser o Ungido do Espírito do Pai desde a sua Encarnação: Jesus é o Cristo, o Messias. Todo o segundo capitulo do Símbolo da fé deve ser lido sob esta luz. Toda a obra de Cristo é missão conjunta do Filho e do Espírito Santo Aqui mencionaremos somente o que diz respeito à promessa do Espírito Santo feita por Jesus e o dom do Espírito pelo Senhor glorificado.

(Parágrafos relacionados 438,695,536)

728         Jesus não revela plenamente o Espírito Santo enquanto Ele mesmo não é glorificado por sua Morte e Ressurreição. Contudo, sugere-o pouco a pouco, mesmo em seus ensinamentos às multidões, quando revela que sua Carne será alimento para a vida do mundo [a97] sugere-o também a Nicodemos[a98] , à Samaritana [a99] e aos que participam da festa dos Tabernáculos[a100] . A seus discípulos, fala dele abertamente a propósito da oração [a101] do testemunho que deverão dar[a102] .

(Parágrafo relacionado 2615)

729         É somente quando chega a Hora em que vai ser glorificado que Jesus promete a vinda do Espírito Santo, pois sua Morte e Ressurreição serão o cumprimento da Promessa feita aos Apóstolos[a103] : o Espírito de Verdade, o Paráclito, será dado pelo Pai a pedido de Jesus; Ele será enviado pelo Pai em nome de Jesus; Jesus o enviará de junto do Pai, pois ele procede do Pai. O Espírito Santo virá, nós o conheceremos, Ele estará conosco para sempre, Ele permanecerá conosco; Ele nos ensinará tudo e nos lembrará de tudo o que Cristo nos disse, e dele dará testemunho; conduzir-nos-á à verdade inteira e glorificará a Cristo. Quanto ao mundo, confundi-lo-á em matéria de pecado, de justiça e de julgamento.

(Parágrafos relacionados 388,1433)

730         Finalmente chega a Hora de Jesus[a104] . Jesus entrega seu espírito nas mãos do Pai [a105] momento em que, por sua Morte, e, vencedor da morte, de maneira que, "ressuscitado dos mortos pela Glória do Pai" (Rm 6,4), dá imediatamente o Espírito Santo, "soprando" sobre seus discípulos[a106] . A partir dessa Hora, a missão de Cristo e do Espírito passa a ser a missão da Igreja: "Como o Pai me enviou, também eu vos envio" (Jo [a107] 20,21)

(Parágrafo relacionado 850)

V. O Espírito e a Igreja nos últimos tempos

PENTECOSTES

731         No dia de Pentecostes (no fim das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo se realiza na efusão do Espírito Santo, que é manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina: de sua plenitude, Cristo, Senhor, derrama em profusão [a108] o [a109] Espírito.

(Parágrafos relacionados 2623,767,1302)

732         Nesse dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir desse dia, o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que crêem nele; na humildade da carne e na fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade. Por sua vinda e ela não cessa, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos "últimos tempos", o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado:

(Parágrafos relacionados 244,672)

Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontramos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisível, pois foi ela quem nos salvou.

O ESPÍRITO SANTO - O DOM DE DEUS

733         "Deus é Amor" (1Jo 4,8.16). e o Amor é o primeiro dom. Ele contém todos os demais. Este amor, "Deus o derramou em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado" (Rm 5,5).

(Parágrafo relacionado 218)

734         Pelo fato de estarmos mortos, ou, pelo menos, feridos pelo pecado, o primeiro efeito do dom do Amor é a remissão de nossos pecados. É a comunhão do Espírito Santo (2Cor 13,13) que, na Igreja, restitui aos batizados a semelhança divina perdida pelo pecado.

(Parágrafo relacionado 1987)

735         Ele dá, então, o "penhor" ou as "primícias" de nossa Herança[a110] : a própria vida da Santíssima Trindade, que é amar "como Ele nos amou[a111] ". Este amor (a caridade de 1Cor 13) é o princípio da vida nova em Cristo, possibilitada pelo fato de termos "recebido uma força, a do Espírito Santo" (At 1,8).

(Parágrafo relacionado 1822)

736         É por este poder do Espírito que os filhos de Deus podem (dar fruto. Aquele que nos enxertou na verdadeira vida nos fará produzir "o fruto do Espírito, que é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio" (Gl 5,22-23). "Se vivemos pelo Espírito", quanto mais renunciarmos a nós mesmos[a112] , tanto mais "pelo Espírito pautemos também a nossa conduta[a113] ":

(Parágrafo relacionado 1832)

Por estarmos em comunhão com Ele, o Espírito Santo torna-nos espirituais, recoloca-nos no Paraíso, reconduz-nos ao Reino dos Céus e à adoção filial, dá-nos a confiança de chamarmos Deus de Pai e de participarmos na graça de Cristo, de sermos chamados  filhos da luz e de termos parte na vida eterna[a114] .

O ESPÍRITO SANTO E A IGREJA

737         A missão de Cristo e do Espírito Santo realiza-se na Igreja, Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo. Esta missão conjunta associa a partir de agora os fiéis de Cristo à sua comunhão com o Pai no Espírito Santo: o Espírito prepara os homens, antecipa-se a eles por sua graça, para atraí-los a Cristo. Manifesta-lhes o Senhor ressuscitado, lembra-lhes sua palavra, abrindo-lhes o espírito à compreensão de sua Morte e Ressurreição. Torna-lhes presente o mistério de Cristo, eminentemente na Eucaristia, a fim de reconciliá-los, de colocá-los em comunhão com Deus, a fim de fazê-los produzir "muito [a115] fruto".

(Parágrafos relacionados 787-798,1093-1109)

738         Assim, a missão da Igreja não é acrescentada à de Cristo e do Espírito Santo, senão que é o Sacramento dela: por todo o seu ser e em todos os seus membros, a Igreja é enviada a anunciar e testemunhar, atualizar e difundir o mistério da comunhão da Santíssima Trindade (a ser tratado no próximo artigo):

Nós todos, que recebemos o único e mesmo espírito, a saber, o Espírito Santo, unimo-nos profundamente entre nós e com Deus. Pois embora sejamos numerosos separadamente e embora Cristo faça com que o Espírito do Pai e o dele habite em cada um de nós, este Espírito único e indivisível reconduz por si mesmo à unidade os que são distintos entre si... e faz com que todos apareçam como uma só coisa nele mesmo. E, da mesma forma que o poder da santa humanidade de Cristo faz com que todos aqueles em quem ela se encontra formem um só corpo, penso que da mesma maneira o Espírito de Deus que habita em todos, único e indivisível, os reconduz todos à unidade espiritual[a116] .

(Parágrafos relacionados 850,777)

739         Por ser o Espírito Santo a unção de Cristo, é Cristo, a Cabeça do Corpo, que o difunde em seus membros, para alimentá-los, curá-los, organizá-los em suas funções mútuas, vivificá-los, enviá-los a testemunhar, associá-los,à sua oferta ao Pai e à sua intercessão pelo mundo inteiro. É pelos sacramentos da Igreja que Cristo comunica aos membros de seu Corpo o seu Espírito Santo e Santificador (a ser tratado na segunda parte do Catecismo).

(Parágrafo relacionado 1076)

740         Essas "maravilhas de Deus", oferecidas aos crentes nos sacramentos da Igreja, produzem seus frutos na vida nova, em Cristo, segundo o Espírito (a ser tratado na terceira parte do Catecismo).

741         "O Espírito socorre a nossa fraqueza, pois não sabemos o que seja conveniente pedir; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis" (Rm 8,26). O Espírito Santo, artífice das obras de Deus, é o Mestre da oração (a ser tratado na quarta parte do Catecismo).

RESUMINDO

742         "E, porque sois filhos, enviou Deus a nossos corações Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai" (Gl 4,6).

743         Desde o início até a consumação do tempo, quando Deus envia seu Filho, envia sempre seu Espírito: a missão dos dois é conjunta e inseparável.

744         Na plenitude do tempo, o Espirito Santo realiza em Maria todas as preparações para a vinda de Cristo no Povo de Deus. Pela ação do Espírito Santo nela, o Pai dá ao mundo o Emanuel, "Deus-conosco" (Mt 1,23).

745         O Filho de Deus é consagrado Cristo (Messias) pela unção do Espírito Santo em sua Encarnação[a117] 

746         Por sua Morte e Ressurreição, Jesus é constituído Senhor e Cristo na glória[a118] . De sua Plenitude, derrama o Espírito Santo sobre os apóstolos e a Igreja.

747         O Espírito Santo que Cristo, Cabeça, derrama em seus membros constrói, anima e santifica a Igreja. Ela é o sacramento da Comunhão da Santíssima Trindade e dos homens.

 

 

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Rev.2 de  dez/2003


 [a1] S. Irineu, demonstratio apostolica, 7

 [a2] Jo 17, 3

 [a3] O Théologien de  S. Gregorio de Nazanzeno., or. theol. 5, 26 : PG 36, 161C

 [a4] Simbolo de Niceno-Constantinopolitano

 [a5] Simbolo de Niceno-Constantinopolitano DS 150

 [a6] Jo 16, 13

 [a7] Cf Gl 4,6

 [a8] cf. Jo 3, 34

 [a9] cf. Jo 7, 39

 [a10] cf. Jo 17,22

 [a11] cf. Jo 16,14

 [a12] S. Gregorio e de Nissa, Spiritu Sancto, 3, 1 : PG 45, 1321A-B

 [a13] cf. Mt 28, 19

 [a14] Jo 3, 5-8

 [a15] cf. 1Jo 2,1

 [a16] cf. Jo 16, 13

 [a17] cf. Jo 19,34 ; 1 Jo 5,8

 [a18] cf. Jo 4, 10-14 ; 7, 38 ; Ex 17, 1-6 ; Is 55, 1 ; Za 14, 8 ; 1 Cor 10, 4 ; Ap 21, 6 ; 22, 17

 [a19] cf. 1 Jo 2, 20. 27 ; 2 Cor 1, 21

 [a20] cf. Ex 30, 22-32

 [a21] cf. 1 Sm  16, 13

 [a22] cf. Lc 4, 18-19 ; Is 61, 1

 [a23] cf. Lc 2, 11

 [a24] cf. Lc 2, 26-27

 [a25] cf. Lc 4, 1

 [a26] cf. Lc 6, 19 ; 8, 46

 [a27] cf. Rm 1, 4 ; 8, 11

 [a28] cf. At 2, 36

 [a29] S. Agostinnho (serm. 341, 1, 1 ; ibid., 9, 11 PL 39,1499

 [a30]cf. 1 Rs 18, 38-39

 [a31]At 2, 3-4

 [a32] cf. São João da Cruz,A Chama Viva do Amor

 [a33] cf. Ex 24, 15-18

 [a34] cf. Ex 33, 9-10

 [a35] cf. Ex 40, 36-38 ; 1 Cor 10, 1-2

 [a36] cf. 1 Rs 8, 10-12

 [a37] Lc 1, 35

 [a38] At 1, 9

 [a39] cf. Lc 21, 27

 [a40] 2 Cor 1, 22 ; Ef 1, 13 ; 4, 30

 [a41] cf. Mc 6, 5 ; 8, 23

 [a42] cf. Mc 10, 16

 [a43] cf. Mc 16, 18 ; At 5, 12 ; 14, 3

 [a44] cf. At 8, 17-19 ; 13, 3 ; 19, 6

 [a45] cf. Hb 6, 2

 [a46] Lc 11, 20

 [a47] In Dominica Pentecostes, Hymnus ad I et II Vesperas

 [a48] cf. Gn 8, 8-12

 [a49]  Mt 3,16§

 [a50]Gl 4, 4

 [a51] cf. 2 Cor 3, 14

 [a52] cf. Jo 5, 39. 46

 [a53]cf. Lc 24, 44

 [a54]cf. Sl  33, 6 ; 104, 30 ; Gn 1, 2 ; 2, 7 ; Ecl 3, 20-21 ; Ez 37, 10

 [a55] Liturgia bizantina, Tropario das matinas dos domingos do secondo modo

 [a56] S. Irineu, dem. ap 11

 [a57] Rm 3, 23

 [a58] cf. Jo 1, 14 ; Fl 2, 7

 [a59] cf. Gn 18, 1-15 ; Lc 1, 26-38. 54-55 ; Jo 1, 12-13 ; Rm 4, 16-21

 [a60] cf. Gn 12, 3

 [a61] cf. Gl 3, 16

 [a62] cf. Jo 11, 52

 [a63] cf. Lc 1, 73

 [a64] cf. Gn 22, 17-19 ; Rm 8, 32 ; Jo 3, 16

 [a65] Ef 1, 13-14 ; cf. Gl 3, 14

 [a66] cf. Ex 19-20 ; Dt 1-11 ; 29-30

 [a67] Gl 3, 24

 [a68]cf. Rm 3, 20

 [a69] cf. 1 Pd 2, 9

 [a70] cf. 2 Sm  7 ; Sl 89 ; Lc 1, 32-33

 [a71] cf. Lc 24, 26

 [a72] cf. So 2, 3 

 [a73] cf. Is 6-12

 [a74] cf. Is 42, 1-9 ; cf. Mt 12, 18-21 ; Jo 1, 32-34, puis Is 49, 16 ; cf. Mt 3, 17 ; Lc 2, 32, enfin Is 50, 4-10 et 52, 13 – 53, 12 

 [a75]cf. Is 61, 1-2 

 [a76] cf. Ez 11, 19 ; 36, 25-28 ; 37, 1-14 ; Jr 31, 31-34 ; e Jl 3, 1-5

 [a77] cf. At 2, 17-21 

 [a78] cf. So 2, 3 ; Sl 22, 27 ; 34, 3 ; Is 49, 13 ; 61, 1 ; etc

 [a79] cf. Lc 1, 17 

 [a80] Lc 1, 68 

 [a81]Mt 17, 10-13 

 [a82]Lc 7, 26 

 [a83] cf. Mt 11, 13-14 

 [a84] Jo 1, 23 ; cf. Is 40, 1-3 

 [a85] cf. Jo 15, 26 ; 5, 33 

 [a86] 1 Pd 1, 10-12 

 [a87] cf. Jo 3, 5 

 [a88] cf. Pr 8, 1 – 9, 6 ; Eclo 24

 [a89] cf. Sf 3, 14 ; Za 2, 14 

 [a90] cf. Lc 1, 46-55 

 [a91] No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. 27 Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava, e disse: «Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!» 29 Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. 30 O anjo disse: «Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. 31 Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. 32 Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, 33 e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.» 34 Maria perguntou ao anjo: «Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?» 35 O anjo respondeu: «O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. 36 Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. 37 Para Deus nada é impossível.» 38 Maria disse: «Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo a deixou.

 [a92] cf Rm 4, 18 Esperando contra toda esperança, Abraão acreditou e tornou-se o pai de muitas nações, conforme foi dito a ele: «Assim será a sua descendência.» 19 Ele não fraquejou na fé, embora já estivesse vendo o próprio corpo sem vigor - ele tinha quase cem anos - e o ventre de Sara já estivesse amortecido. 20 Diante da promessa divina, ele não duvidou, mas foi fortalecido pela fé e deu glória a Deus. 21 Ele estava plenamente convencido de que Deus podia realizar o que havia prometido.

 Gl 4, 26 Mas a Jerusalém do alto é livre, e ela é a nossa mãe. 27 Porque está na Escritura: «Alegre-se, estéril, você que não dava à luz! Grite de alegria, você que não conheceu as dores do parto, porque os filhos da abandonada são mais numerosos do que os filhos daquela que tem marido».

 [a93] Lc 2, 15 Quando os anjos se afastaram, voltando para o céu, os pastores combinaram entre si: «Vamos a Belém, ver esse acontecimento que o Senhor nos revelou.» 16 Foram então, às pressas, e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17 Tendo-o visto, contaram o que o anjo lhes anunciara sobre o menino. 18 E todos os que ouviam os pastores, ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19 Maria, porém, conservava todos esses fatos, e meditava sobre eles em seu coração.

 [a94] Mt 2, 11 Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e lhe prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra.

 [a95] Lc 2, 14 «Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.»

 [a96]  Jo 19, 25 A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. 26 Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à mãe: «Mulher, eis aí o seu filho.» 27 Depois disse ao discípulo: «Eis aí a sua mãe.» E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.

 

 [a97] cf. Jo 6, 27. 51. 62-63 

 [a98]cf. Jo 3, 5-8 

 [a99]cf. Jo 4, 10. 14. 23-24

 [a100] cf. Jo 7, 37-39 

 [a101] cf. Lc 11, 13 

 [a102] cf. Mt 10, 19-20 

 [a103]cf. Jo 14, 16-17. 26 ; 15, 26 ; 16, 7-15 ; 17, 26

 [a104] cf. Jo 13, 1 ; 17, 1 

 [a105]cf. Lc 23, 46 ; Jo 19, 30

 [a106]cf. Jo 20, 22 

 [a107] cf. Mt 28, 19 ; Lc 24, 47-48 ; At 1, 8

 [a108] cf. At 2, 33-36 

 [a109]Liturgia bizantina, Tropario das vésperas de Pentecostes ; retomado nas liturgias eucaristísticas depois da comunhão. 

 [a110]cf. Rm 8, 23 ; 2 Cor 1, 21 

 [a111]cf. 1 Jo 4, 11-12 

 [a112]cf. Mt 16, 24-26 

 [a113]Gl 5, 25 

 [a114] S. Basilio, Spir. 15, 36 : PG 32, 132 

 [a115] Jo 15, 5. 8. 16 

 [a116] S. Cirilo de Alexandria, Jo. 12 : PG 74, 560-561

 [a117] cf. Sl 2, 6-7 

 [a118]At 2, 36