Catecismo da Igreja Católica
SEGUNDA PARTE - A CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO CRISTÃO
PRIMEIRA SEÇÃO
A ECONOMIA SACRAMENTAL
CAPÍTULO I
O MISTÉRIO PASCAL NO TEMPO DA IGREJA
ARTIGO I -A LITURGIA.
OBRA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
RESUMINDO
1110 Na liturgia da Igreja, Deus Pai é bendito e adorado como a fonte de todas as bênçãos da criação e da salvação, com as quais nos abençoou em seu Filho, para dar-nos o Espírito da adoção filial.
1111 A obra de Cristo na liturgia é sacramental
porque seu mistério de salvação se torna presente nela mediante o poder de seu
Espírito Santo; porque seu corpo, que é a Igreja, é como que o sacramento
(sinal e instrumento) no qual o Espírito Santo dispensa o mistério da salvação;
porque por meio de suas ações litúrgicas a Igreja peregrina já participa, por
antecipação, da liturgia celeste.
1112 A missão do Espírito Santo na liturgia da
Igreja é preparar a assembléia para encontrar-se com Cristo; recordar e
manifestar Cristo à fé da assembléia; tornar presente e atualizar a obra salvífica
de Cristo por seu poder transformador e fazer frutificar o dom da comunhão na
Igreja.
ARTIGO 2
O MISTÉRIO PASCAL NOS SACRAMENTOS DA IGREJA
RESUMINDO
1131 Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os sacra- mentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Produzem fruto naqueles que os recebem com as disposições exigidas.
1132 A Igreja celebra os sacramentos como
comunidade sacerdotal estruturada pelo sacerdócio batismal e pelo dos ministros
ordenados.
1133 O Espírito Santo prepara para a recepção dos
sacramentos por meio da Palavra de Deus e da fé que acolhe a Palavra nos
corações bem dispostos. Então, os sacramentos fortalecem e exprimem a fé.
1134 O fruto da vida sacramental é ao mesmo tempo
pessoal e eclesial. Por um lado, este fruto é para cada fiel uma vida para Deus
em Cristo Jesus; por outro, é para a Igreja crescimento na caridade e em sua
missão de testemunho.
CAPÍTULO II.
A CELEBRAÇÃO SACRAMENTAL DO MISTÉRIO PASCAL
ARTIGO 1
CELEBRAR A LITURGIA DA IGREJA
RESUMINDO
1187 A liturgia é a obra do Cristo inteiro, cabeça e corpo. Nosso Sumo Sacerdote a celebra sem cessar na liturgia celeste, com a santa mãe de Deus, os apóstolos, todos os santos e a multidão dos que já entraram no Reino.
1188 Em sua celebração litúrgica, a assembléia
inteira desempenha o papel de “liturgo”, cada um segundo sua junção. O
sacerdócio batismal é o de todo o corpo de Cristo. Mas certos fiéis são
ordenados pelo sacramento da Ordem para representar Cristo como cabeça do
corpo.
1189 A celebração litúrgica comporta sinais e
símbolos que se referem à criação (luz, água, fogo), à vida humana (lavar,
ungir, partir o pão) e à história da salvação (os ritos da Páscoa). Inseridos
no mundo da fé e assumidos pela força do Espírito Santo, esses elementos
cósmicos, esses ritos humanos, esses gestos memoriais de Deus se tornam
portadores da ação salvadora e santificadora de Cristo.
1190 A Liturgia da Palavra é uma parte integrante
da celebração. O sentido da celebração é expresso pela Palavra de Deus que e
anunciada e pelo compromisso da fé que ela exige como resposta.
1191 O canto e a música guardam uma conexão
íntima com a ação litúrgica. Critérios de seu bom uso: a beleza expressiva da
oração, a participação unânime da assembléia e o caráter sagrado da celebração.
1192 As santas imagens, presentes em nossas
igrejas e em nossas casas, destinam-se a despertar e a alimentar nossa fé no
mistério de Cristo. Por meio do ícone de Cristo e de suas obras salvíficas, é a
ele que adoramos. Mediante as santas imagens da santa mãe de Deus, dos anjos e
dos santos, veneramos as pessoas nelas representadas.
1193 O domingo, “dia do Senhor”, é o dia
principal da celebração da Eucaristia por ser o dia da ressurreição. É o dia da
assembléia litúrgica por excelência, o dia da família cristã, o dia da alegria
e do descanso do trabalho. O domingo é “o fundamento e o núcleo do ano
litúrgico”.
1194 A Igreja “apresenta todo o mistério de
Cristo durante o ciclo do ano, desde a Encarnação e o Natal até a Ascensão, até
o dia de Pentecostes e até a expectativa da feliz esperança e do retorno do
Senhor”.
1195 Celebrando a memória dos santos,
primeiramente da Santa Mãe de Deus, em seguida dos apóstolos, dos mártires e
dos outros santos, em dias fixos do ano litúrgico, a Igreja manifesta que está
unida à Liturgia Celeste; glorifica a Cristo por ter realizado sua salvação em
seus membros glorificados. O exemplo delas e deles a estimula em seu caminho
para o Pai.
1196 Os fiéis que celebram a Liturgia das Horas
unem-se a Cristo, nosso Sumo Sacerdote, por meio da oração dos salmos, da
meditação da Palavra de Deus, de cânticos e bênçãos, a fim de serem associados
à oração incessante e universal dele, que dá glória ao Pai e implora o dom do
Espírito Santo sobre o mundo inteiro.
1197 Cristo é o verdadeiro templo de Deus, “o
lugar em que reside a sua glória”; pela graça de Deus, também os cristãos se
tornam templos do Espírito Santo, pedras vivas com as quais é construída a
Igreja.
1198 Em sua condição terrestre, a Igreja precisa
de lugares onde a comunidade possa reunir-se: esses lugares são as nossas
igrejas visíveis, lugares santos, imagens da Cidade Santa, a Jerusalém Celeste
para a qual caminhamos como peregrinos.
1199 E nessas igrejas que a Igreja celebra o
culto público para a glória da Santíssima Trindade; é nelas que ouve a Palavra
de Deus e canta seus louvores, que eleva sua oração e que oferece o sacrifício
de Cristo, sacramentalmente presente no meio da assembléia. Essas igrejas são
também locais de recolhimento e de oração pessoal.
ARTIGO 2
DIVERSIDADE LITÚRGICA E UNIDADE DO MISTÉRIO
RESUMINDO
1207 Convém que a celebração da liturgia tenda a exprimir-se na cultura do povo em que a Igreja se encontra, sem submeter-se a ela. Por outro lado, a liturgia mesma é geradora e formadora de culturas.
1208 As diversas tradições litúrgicas (ou ritos),
legitimamente reconhecidas por significarem e comunicarem o mesmo mistério de
Cristo, manifestam a catolicidade da Igreja.
1209 O critério que garante a unidade na pluralidade das tradições litúrgicas é a fidelidade à Tradição apostólica, isto é, a comunhão na fé e nos sacramentos recebidos dos apóstolos, comunhão significada e assegurada pela sucessão apostólica.
SEGUNDA SEÇÃO - OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA
RESUMINDO
1275 A iniciação cristã realiza-se pelo conjunto de três sacramentos: o Batismo, que é o início da vida nova; a Confirmação, que é sua consolidação e a Eucaristia, que alimenta o discípulo com o Corpo e o Sangue de Cristo em vista de sua transformação nele.
1276 “Ide, portanto, e fazei que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei” (Mt 28,19-20).
1277 O Batismo constitui o nascimento para a vida nova em Cristo. Segundo a vontade do Senhor, ele é necessário para a salvação, como a própria Igreja, na qual o Batismo introduz.
1278 O rito essencial do Batismo consiste em mergulhar na água o candidato ou em derramar água sobre sua cabeça, pronunciando a invocação da Santíssima Trindade, isto é, do Pai, do Filho e do Espírito Santo
1279 O fruto do Batismo ou graça batismal é uma realidade rica que comporta: a remissão do pecado original e de todos os pecados pessoais; o nascimento para a vida nova, pelo qual o homem se torna filho adotivo do Pai, membro de Cristo, templo do Espírito Santo Com isto mesmo, o batizado é incorporado à Igreja, corpo de Cristo, e se torna participante do sacerdócio de Cristo.
1280 O Batismo imprime na alma um sinal espiritual indelével, o caráter, que consagra o batizado ao culto da religião cristã. Em razão do caráter, o Batismo não pode ser reiterado.
1281 Os que morrem por causa da fé, os catecúmenos e todos os homens que, sob o impulso da graça, sem conhecerem a Igreja, procuram com sinceridade a Deus e se esforçam por cumprir a vontade dele podem ser salvos, mesmo que não tenham recebido o Batismo.
1282 Desde os tempos mais antigos, o Batismo é administrado às crianças, pois é uma graça e um dom de Deus que não supõe méritos humanos; as crianças são batizadas na fé da Igreja. A entrada na vida cristã dá acesso à verdadeira liberdade.
1283 Quanto às crianças mortas sem Batismo, a liturgia da Igreja convida-nos a ter confiança na misericórdia divina e a orar pela salvação delas.
1284 Em caso de necessidade, qualquer pessoa pode batizar, desde que tenha a intenção de fazer o que faz a Igreja, e que derrame água sobre a cabeça do candidato dizendo: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
ARTIGO 2 - O SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO
RESUMINDO
1315 “Tendo ouvido que a Samaria acolhera a palavra de Deus, os Apóstolos, que estavam em Jerusalém, enviaram-lhes Pedro e João. Estes, descendo até lá, oraram por eles, a fim de que recebessem o Espírito Santo Pois ele ainda não descera sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em nome do Senhor Jesus. Então começaram a impor-lhes as mãos, e eles recebiam o Espírito Santo” (At 8,14-17).
1316 A Confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá o Espírito Santo para enraizar-nos mais profundamente na filiação divina, incorporar-nos mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida a nossa vinculação com a Igreja, associar-nos mais à sua missão e ajudar-nos a dar testemunho da fé cristã pela palavra, acompanhada das obras.
1317 A Confirmação, como o Batismo, imprime na alma do cristão um sinal espiritual ou caráter indelével; razão pela qual só se pode receber este sacramento uma vez na vida.
1318 No Oriente, este sacramento é administrado imediatamente depois do Batismo; é seguido da participação na Eucaristia, tradição que põe em destaque a unidade dos três sacramentos da iniciação cristã. Na Igreja latina administra-se este sacramento quando se atinge a idade da razão, e normalmente se reserva sua celebração ao Bispo, significando assim que este sacramento corrobora o vínculo eclesial
1319 Um candidato à Confirmação que tiver atingido a idade da razão deve professar a fé, estar em estado de graça, ter a intenção de receber o sacramento e estar preparado para assumir sua função de discípulo e de testemunha de Cristo, na comunidade eclesial e nas ocupações temporais.
1320 O rito essencial da Confirmação é a unção com o santo crisma na fronte do batizado (no Oriente, também sobre outros órgãos dos sentidos), com a imposição da mão do ministro e as palavras: “Accipe signaculum doni Spiritus Sancti”, “Recebe, por este sinal, o Dom do Espírito Santo”, no rito romano, e “Signaculum doni Spiritus Sancti”, “Selo do dom do Espírito Santo”, no rito bizantino.
1321 Quando a Confirmação é celebrada em separado do Batismo, sua vinculação com este e expressa, entre outras coisas, pela renovação dos compromissos batismais. A celebração da confirmação no decurso da Eucaristia contribui para sublinhar a unidade dos sacramentos da iniciação cristã.
ARTIGO 3 - O SACRAMENTO DA EUCARISTIA
RESUMINDO
1406 Jesus disse: “Eu sou o pão vivo, descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente...... Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem vida eterna. (...) permanece em mim e eu nele” (Jo 6,51.54.56).
1407 A Eucaristia é o coração e o ápice da vida
da Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja e todos os seus membros a seu
sacrifício de louvor e de ação de graças oferecido uma vez por todas na cruz a
seu Pai; por seu sacrifício ele derrama as graças da salvação sobre o seu
corpo, que é a Igreja.
1408 A Celebração Eucarística comporta sempre: a
proclamação da Palavra de Deus, a ação de graças a Deus Pai por todos os seus
benefícios, sobretudo pelo dom de seu Filho, a consagração do pão e do vinho e
a participação no banquete litúrgico pela recepção do Corpo e do Sangue do
Senhor. Estes elementos constituem um só e mesmo ato de culto.
1409 A Eucaristia é o memorial da páscoa de
Cristo: isto é, da obra da salvação realizada pela Vida, Morte e Ressurreição
de Cristo, obra esta tornada presente pela ação litúrgica.
1410 É Cristo mesmo, sumo sacerdote eterno da
nova aliança, que, agindo pelo ministério dos sacerdotes, oferece o sacrifício
eucarístico. E é também o mesmo Cristo, realmente presente sob as espécies do
pão e do vinho, que é a oferenda do Sacrifício Eucarístico.
1411 Só os sacerdotes validamente ordenados podem
presidir a Eucaristia e consagrar o pão e o vinho para que se tornem a Corpo e
o Sangue do Senhor.
1412 Os sinais essenciais do Sacramento
Eucarístico são o pão de trigo e o vinho de uva, sobre os quais é invocada a
bênção da Espírito Santo, e o sacerdote pronuncia as palavras da consagração
ditas por Jesus durante a ultima ceia: “Isto é o meu Corpo entregue por vós.
(...) Este é o cálice do meu Sangue (...)”
1413 Por meio da consagração opera-se a
transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. Sob as
espécies consagradas do pão e do vinho, Cristo mesmo, vivo e glorioso está
presente de maneira verdadeira, real e substancial, seu Corpo e seu Sangue, com
sua alma e sua divindade.
1414 Enquanto sacrifício, a Eucaristia é também
oferecida em reparação dos pecados dos vivos e dos defuntos, e para obter de
Deus benefícios espirituais ou temporais.
1415 Quem quer receber a Cristo na comunhão
eucarística deve estar em estado de graça. Se alguém tem consciência de ter
pecado mortalmente, não deve comungar a Eucaristia sem ter recebido previamente
a absolvição no sacramento da penitência.
1416 A santa comunhão do Corpo e do Sangue de
Cristo aumenta a união do comungante com o Senhor, perdoa-lhe os pecados
veniais e o preserva dos pecados graves. Por serem reforçados os laços de
caridade entre o comungante e Cristo, a recepção deste sacramento reforça a
unidade da Igreja, corpo místico de Cristo.
1417 A Igreja recomenda vivamente aos fiéis que
recebam a Santa Comunhão quando participam da celebração da Eucaristia;
impõe-lhes a obrigação de comungar pelo menos uma vez por ano.
1418 Visto que Cristo mesmo está presente no
Sacramento do altar, é preciso honrá-lo com um culto de adoração. “A visita ao
Santíssimo Sacramento é uma prova de gratidão, um sinal de amor e um dever de
adoração para com Cristo, nosso Senhor. “
1419 Tendo Cristo passado deste mundo ao Pai, dá-nos na Eucaristia o penhor da glória junto dele: a participação no Santo Sacrifício nos identifica com o seu coração, sustenta as nossa forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna e nos une já à Igreja do céu, à santa Virgem Maria e a todos os santos.
CAPÍTULO II
OS SACRAMENTOS DE CURA
ARTIGO 4
O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA E DA RECONCILIAÇÃO
RESUMINDO
1485 “Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo; aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; aqueles aos quais os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,22-23).
1486 O perdão dos pecados cometidos após o
Batismo é concedido por um sacramento próprio chamado sacramento da Conversão,
da Confissão, da Penitência ou da Reconciliação.
1487 Quem peca fere a honra de Deus e seu amor, sua
própria dignidade de homem chamado a ser filho de Deus e a saúde espiritual da
Igreja, da qual cada cristão é uma pedra viva.
1488 Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave que
o pecado, e nada tem conseqüências piores para os próprios pecador, e para a
Igreja e para o mundo inteiro.
1489 Voltar à comunhão com Deus depois de a ter
perdido pelo pecado é um movimento que nasce da graça do Deus misericordioso e
solícito pela salvação dos homens. E preciso pedir esse dom precioso para si
mesmo e também para os outros.
1490 O movimento de volta a Deus, chamado
conversão e arrependimento, implica uma dor e uma aversão aos pecados cometidos
e o firme propósito de não mais pecar no futuro. A conversão atinge, portanto,
o passado e o futuro; nutre-se da esperança na misericórdia divina.
1491 O sacramento da Penitência é constituído de
três atos do penitente e da absolvição dada pelo sacerdote. Os atos do
penitente são o arrependimento, a confissão ou manifestação dos pecados ao
sacerdote e o propósito de cumprir a penitência e as obras de reparação.
1492 O arrependimento (também chamado contrição)
deve inspirar-se em motivos que decorrem da fé. Se o arrependimento estiver
embasado no amor de caridade para com Deus, é chamado “perfeito”; se estiver
fundado em outros motivos, será “imperfeito”.
1493 Aquele que quiser obter a reconciliação com
Deus e com a Igreja deve confessar ao sacerdote todos os pecados graves que
ainda não confessou e de que se lembra depois de examinar cuidadosamente sua
consciência. Mesmo sem ser necessária em si a confissão das faltas veniais, a
Igreja não deixa de recomendá-la vivamente.
1494 O confessor propõe ao penitente o
cumprimento de certos atos de “satisfação” ou de “penitencia”, para reparar o
prejuízo causado pelo pecado e restabelecer os hábitos próprios ao discípulo de
Cristo.
1495 Somente os sacerdotes que receberam da
autoridade da Igreja a faculdade de absolver podem perdoar os pecados em nome
de Cristo.
1496 Os efeitos espirituais do sacramento da
Penitência são:
ü
a reconciliação
com Deus, pela qual o penitente recobra a graça;
ü
a reconciliação
com a Igreja;
ü
a remissão da
pena eterna devida aos pecados mortais;
ü
a remissão, pelo
menos em parte, das penas temporais, seqüelas do pecado;
ü
a paz e a
serenidade da consciência e a consolação espiritual;
ü
o acréscimo de
forças espirituais para o combate cristão.
1497 A confissão individual e integral dos
pecados graves, seguida da absolvição, continua sendo o único meio ordinário de
reconciliação com Deus e com a Igreja.
1498 Pelas indulgências, os fiéis podem obter
para si mesmos e também para as almas do Purgatório a remissão das penas
temporais, conseqüências dos pecados.
ARTIGO 5
A UNÇÃO DOS ENFERMOS
RESUMINDO
1526 “Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, estes lhe serão perdoados” (Tg 5,14-15).
1527 O sacramento da Unção dos Enfermos tem por finalidade conferir uma graça especial ao cristão que está passando pelas dificuldades inerentes ao estado de enfermidade grave ou de velhice.
1528 O tempo oportuno para receber a sagrada unção é certamente aquele em que o fiel começa a encontrar-se em perigo de morte devido à doença ou à velhice.
1529 Cada vez que um cristão cair gravemente enfermo, pode receber a sagrada unção. Da mesma forma, pode recebê-la novamente se a doença se agravar.
1530 Só os sacerdotes (Bispos e presbíteros) podem administrar o sacramento da Unção dos Enfermos; para conferi-lo, empregam óleo consagrado pelo Bispo ou, em caso de necessidade, pelo próprio presbítero celebrante.
1531 O essencial da celebração deste sacramento consiste na unção da fronte e das mãos do doente (no rito romano) ou de outras partes do corpo (no Oriente), unção acompanhada da oração litúrgica do presbítero celebrante, que pede a graça especial deste sacramento.
1532 A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos:
ü a união do doente com a paixão de Cristo, para seu bem e o bem de toda a Igreja;
ü reconforto, a paz e a coragem para suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice;
ü perdão dos pecados, se o doente não pode obtê-lo pelo sacramento da Penitência;
ü restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual;
ü a preparação para a passagem à vida eterna.
CAPÍTULO III.
OS SACRAMENTOS DO SERVIÇO DA COMUNHÃO
ARTIGO 6 - O SACRAMENTO DA ORDEM
RESUMINDO
1590 São Paulo disse a seu discípulo Timóteo: “Eu te exorto a reavivar o dom de Deus que há em ti pela imposição de minhas mão, (2Tm 1,6), e “se alguém aspira ao episcopado, boa obra deseja” (1 Tm 3,1). A Tito dizia ele: “Eu te deixei em Creta para cuidares da organização e ao mesmo tempo para que constituas presbíteros em cada cidade, cada qual devendo ser como te prescrevi” (Tt 1,5).
1591 Toda a Igreja é um povo sacerdotal. Graças
ao Batismo, todos os fiéis participam do sacerdócio de Cristo. Esta
participação se chama “sacerdócio comum dos fiéis”. Baseado nele e a seu
serviço existe outra participação na missão de Cristo, a do ministério
conferido pelo sacramento da Ordem, cuja tarefa é servir em nome e na pessoa de
Cristo Cabeça no meio da comunidade.
1592 O sacerdócio ministerial difere
essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis porque confere um poder sagrado
para o serviço dos fiéis. Os ministros ordenados exercem seu serviço com o povo
de Deus por meio ensinamento (múnus docendi: “encargo de ensinar”), do culto
divino (múnus liturgicum: “encargo litúrgico”) e do governo pastoral (múnus
regendi: “encargo de governar”).
1593 Desde as origens, o ministério ordenado foi
conferido e exercido em três graus: o dos bispos, o dos presbíteros e o dos
diáconos. Os ministérios conferidos pela ordenação são insubstituíveis na
estrutura orgânica da Igreja. Sem o bispo, os presbíteros e os diáconos, não só
pode falar de Igreja.
1594 O Bispo recebe a plenitude do sacramento da
ordem que o insere no Colégio episcopal e faz dele o chefe visível da Igreja
particular que lhe é confiada. Os Bispos, como sucessores dos apóstolos e
membros do Colégio, participam da responsabilidade apostólica e da missão de
toda a Igreja, sob a autoridade do papa, sucessor de São Pedro.
1595 Os presbíteros estão unidos aos bispos na
dignidade sacerdotal e ao mesmo tempo dependem deles no exercício de suas
junções pastorais; são chamados a ser atentos cooperadores dos Bispos; formam
em torno de seu Bispo o “presbitério”, que com ele é responsável pela Igreja
particular. Recebem do Bispo o encargo de uma comunidade paroquial ou de uma
junção eclesial determinada.
1596 Os diáconos são ministros ordenados para as
tarefas de serviço da Igreja; não recebem o sacerdócio ministerial, mas a
ordenação lhes confere junções importantes no ministério da Palavra, do culto
divino, do governo pastoral e do serviço da caridade, tarefas que devem cumprir
sob a autoridade pastoral de seu Bispo.
1597 O sacramento da Ordem é conferido pela
imposição das mãos, seguida de uma solene oração consecratória que pede a Deus,
para o ordenando, as graças do Espírito Santo, necessárias para exercer seu
ministério. A ordenação imprime um caráter sacramental indelével.
1598 A Igreja só confere o sacramento da ordem a
homens (viris) batizados, cujas aptidões para o exercício do ministério foram
devidamente comprovadas. Cabe à autoridade da Igreja a responsabilidade e o
direito de chamar alguém para receber as Sagradas Ordens.
1599 Na Igreja latina, o sacramento da Ordem para
o presbiterado normalmente é conferido apenas a candidatos que estão prontos a
abraçar livremente o celibato e manifestam publicamente sua vontade de
guardá-lo por amor do Reino de Deus e do serviço aos homens.
1600 Cabe aos Bispos conferir o sacramento da
Ordem nos três graus.
ARTIGO 7 - O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO
RESUMINDO
1659 São Paulo diz: “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a igreja... E grande este mistério: refiro-me à relação entre Cristo e sua Igreja” (Ef 5,25.32).
1660 O pacto matrimonial, pelo qual um homem e
uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, foi
fundado e dotado de suas leis próprias pelo Criador. - uma natureza, é ordenado
ao bem dos cônjuges, como também à geração e educação dos filhos. Entre os
batizados, foi elevado, por Cristo Senhor, à dignidade de sacramento.
1661 O sacramento do Matrimônio significa a união
de Cristo com igreja. Concede aos esposos a graça de amarem-se com o mesmo amor
com que Cristo amou sua Igreja; a graça do sacramento leva à perfeição o amor
humano dos esposos, consolida unidade indissolúvel e os santifica no caminho da
vida eterna.
1662 O Matrimônio se baseia no consentimento dos
contraentes, isto é, na vontade de doar-se mútua e definitivamente para viver
uma aliança de amor fiel e fecundo.
1663 Como o Matrimônio estabelece os cônjuges num
estado público de vida na Igreja, convém que sua celebração seja pública no
quadro de uma celebração litúrgica diante do sacerdote (ou de testemunha
qualificada da Igreja), das testemunhas e da assembléia dos fiéis.
1664 A unidade, a indissolubilidade e a abertura
à fecundidade essenciais ao Matrimônio. A poligamia é incompatível com unidade
do matrimônio; o divórcio separa o que Deus uniu; a recusa da fecundidade
desvia a vida conjugal de seu mais excelente”: a prole.
1665 O novo casamento dos divorciados ainda em
vida do legítimo cônjuge contraria o desígnio e a lei de Deus que Cristo
ensinou. Eles não estão separados da Igreja, mas não têm acesso à comunhão
eucarística. Levarão vida cristã principalmente educando seus filhos na fé.
1666 O lar cristão é o lugar em que os filhos
recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o lar é chamado, com toda razão, de
“Igreja doméstica”, comunidade de graça e de oração, escola das virtudes
humanas e da caridade cristã.
CAPÍTULO IV
AS OUTRAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS
ARTIGO I - OS SACRAMENTAIS
RESUMINDO
1677 Chamamos de sacramentais os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo objetivo é preparar os homens para receber o fruto dos sacramentos e santificar as diferentes circunstâncias da vida.
1678 Entre os sacramentais, ocupam lugar
destacado as bênçãos. Compreendem ao mesmo tempo o louvor a Deus por suas obras
e seus dons e a intercessão da Igreja, a fim de que os homens possam fazer uso
dos dons de Deus segundo o espírito do Evangelho.
1679 Além da liturgia, a vida cristã se nutre de
formas variadas da piedade popular, enraizadas em suas diferentes culturas.
Velando para esclarecê-las à luz da fé, a Igreja favorece as formas de
religiosidade popular que exprimem um instinto evangélico uma sabedoria humana
e que enriquecem a vida cristã.
ARTIGO 2
OS FUNERAIS CRISTÃOS
1680 Todos os sacramentos, principalmente os da iniciação cristã, têm por finalidade a última Páscoa do Filho de Deus, aquela que, pela morte, o fez entrar na vida do Reino. Agora se realiza o que o cristão confessa na fé e na esperança: “Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir.
Rev.2 de dez/2003