Catecismo da Igreja Católica

TERCEIRA PARTE - A VIDA EM CRISTO

PRIMEIRA SEÇÃO

A VOCAÇÃO DO HOMEM:

A VIDA NO ESPÍRITO

CAPÍTULO I - A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

ARTIGO 1 – O HOMEM IMAGEM DE DEUS

RESUMINDO

1776     "Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem lhe descobre sua altíssima vocação."

1777     Dotada de alma espiritual, inteligência e vontade, a pessoa humana, desde sua concepção, é ordenada para Deus e destinada à bem-aventurança eterna. Busca sua perfeição na "procura e no amor da verdade e do bem"

1778     A verdadeira liberdade é no homem "sinal eminente da imagem de Deus"

1779     O homem é obrigado a seguir a lei moral que o chama a fazer o bem e evitar o mal". Esta lei ressoa em sua consciência.

1780     O homem, ferido em sua natureza pelo pecado original, está sujeito ao erro e inclinado ao mal no exercício de sua liberdade.

1781     Quem crê em Cristo tem a vida nova no Espírito Santo. A vida moral, desenvolvida e amadurecida na graça, deve completar-se na glória do céu.

 

ARTIGO 2 - NOSSA VOCAÇÃO À BEM-AVENTURANÇA

RESUMINDO

1725     As bem-aventuranças retomam e completam as promessas de Deus desde Abraão, ordenando-as para o Reino dos Céus. Respondem ao desejo de felicidade que Deus colocou no co­ração do homem.

1726     As bem-aventuranças nos ensinam o fim último ao qual Deus nos chama: o Reino, a visão de Deus, a participação na natureza divina, a vida eterna, a filiação divina, o repouso em Deus.

1727     A bem-aventurança da vida eterna é um dom gratuito de Deus; ela é sobrenatural como a graça que a ela conduz.

1728     As bem-aventuranças nos deixam diante de escolhas decisivas com relação aos bens terrenos; purificam nosso coração para que aprendamos a amar a Deus sobre todas as coisas.

1729     A bem-aventurança do Céu determina os critérios de discernimento no uso dos bens terrestres, de acordo com a Lei de Deus.

 

ARTIGO 3 - A LIBERDADE DO HOMEM

RESUMINDO

1743     "Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão" (Eclo 15,14), para que pudesse livremente aderir a seu Cria­dor e chegar, assim, à feliz perfeição.

1744     A liberdade é o poder de agir ou não agir, praticando, então, a pessoa atos deliberados. Ela alcança a perfeição de seu ato quando está ordenada para Deus, o sumo Bem.

1745     A liberdade caracteriza os atos propriamente humanos. Torna o ser humano responsável pelos atos dos quais é voluntaria­mente autor. Seu agir deliberado é algo propriamente seu.

1746     A imputabilidade ou responsabilidade de uma ação pode ser diminuída ou suprimida pela ignorância, violência, medo e outros fatores psíquicos ou sociais.

1747     O direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade do homem, sobretudo em matéria religiosa e moral. Mas o exercício da liberdade não implica o suposto direito de tudo dizer e fazer.

1748     "É para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gl 5,1).

 

ARTIGO 4 - A MORALIDADE DOS ATOS HUMANOS

RESUMINDO

1757     O objeto, a intenção e as circunstâncias constituem as três “fontes" da moralidade dos atos humanos.

1758     O objeto escolhido especifica moralmente o ato do querer conforme a razão o reconheça e julgue bom ou mau.

1759     "Não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção. " O fim não justifica os meios.

1760     O ato moralmente bom supõe, ao mesmo tempo, a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias.

1761     Existem comportamentos concretos cuja escolha é sempre errônea, porque escolhê-los significa uma desordem da vontade de, isto é, um mal moral. Não é permitido fazer o mal para que daí resulte um bem.

 

ARTIGO 5 - A MORALIDADE DAS PAIXÕES

RESUMINDO

1771     O termo "paixões" designa as afeições ou os sentimentos. Por meio de suas emoções, o homem pressente o bem e suspeita da presença do mal.

1772     As principais paixões são o amor, o ódio, o desejo, o medo, a alegria, a tristeza e a cólera.

1773     Nas paixões, como movimentos da sensibilidade, não há bem ou mal moral. Mas, enquanto dependem da razão e da vontade, há nelas bem ou mal moral.

1774     As emoções e os sentimentos podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios.

1775     A perfeição do bem moral consiste em que o homem não seja movido ao bem exclusivamente pela vontade, mas também pelo "coração".

 

ARTIGO 6 - A CONSCIÊNCIA MORAL

RESUMINDO

1795     "A consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa sua voz."

1796     A consciência moral é um julgamento da razão pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um ato concreto.

1797     Para o homem que cometeu o mal, o veredicto de sua cons­ciência permanece um penhor de conversão e de esperança.

1798     Uma consciência bem formada é reta e verídica. Formula seus julgamentos seguindo a razão, de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador. Cada qual deve usar os meios adequados para formar sua consciência.

1799     Colocada diante de uma escolha moral, a consciência pode emitir um julgamento correto de acordo com a razão e a lei divina ou, ao contrário, um julgamento errôneo, que se afasta da razão e da lei divina.

1800     O ser humano deve obedecer sempre ao julgamento certo de sua consciência.

1801     A consciência moral pode estar na ignorância ou fazer julga­mentos errôneos. Essa ignorância e esses erros nem sempre são isentos de culpa.

1802     A Palavra de Deus é luz para nossos passos. É preciso que a assimilemos na fé e na oração e a coloquemos em pratica. Assim se forma a consciência moral.

 

ARTIGO 7 - AS VIRTUDES

RESUMINDO

1833     A virtude é uma disposição habitual e firme de fazer o bem.

1834     As virtudes humanas são disposições estáveis da inteligência e da vontade que, regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Podem ser agrupadas em torno de quatro virtudes cardeais: a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança.

1835     A prudência dispõe a razão prática a discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizá-lo.

1836     A justiça consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido.

1837     A fortaleza garante, nas dificuldades, a firmeza e a constân­cia na busca do bem.

1838     A temperança modera a atração dos prazeres sensíveis e pro­cura o equilíbrio no uso dos bens criados.

1839     As virtudes morais crescem pela educação, pelos atos deliberados e pela perseverança no esforço. A graça divina purifica e as eleva.

1840     As virtudes teologais dispõem os cristãos a viver em relação com a Santíssima Trindade. Têm a Deus por origem, motivo e objeto, Deus conhecido pela fé, esperado e amado por casa de si mesmo.

1841     Há três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade. Estas informam e vivificam todas as virtudes morais.

1842     Pela fé, nós cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou e que a Santa Igreja nos propõe para crer.

1843     Pela esperança, desejamos e aguardamos de Deus, com firme confiança, a vida eterna e as graças para merecê-la.

1844         Pela caridade, amamos a Deus sobre todas as coisas e a nosso próximo como a nós mesmos por amor a Deus. Ela é o "vínculo da perfeição" (Cl 3,14) e a forma de todas as virtudes.

1845     Os sete dons do Espírito Santo concedidos ao cristão sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus.

 

ARTIGO 8 - O PECADO

RESUMINDO

1870     "Deus encerrou todos na desobediência, para a todos fazer misericórdia" (Rm 11,32).

1871     O pecado é "uma palavra, um ato ou um desejo contrário à lei eterna". É uma ofensa a Deus. Insurge-se contra Deus numa desobediência contrária à obediência de Cristo.

1872     O pecado é um ato contrário à razão. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana.

1873     A raiz de todos os pecados está no coração do homem. As espécies e a gravidade dos mesmos medem-se principalmente segundo seu objeto.

1874     Escolher deliberadamente, isto é, sabendo e querendo, uma coi­sa gravemente contrária à lei divina e ao fim último do homem é cometer pecado mortal. Este destrói em nós a caridade, sem a qual é impossível a bem-aventurança eterna. Caso não haja arrependimento, o pecado mortal acarreta a morte eterna.

1875     O pecado venial constitui uma desordem moral reparável pela caridade, que ele deixa subsistir em nós.

1876     A repetição dos pecados, mesmo veniais, produz os vícios, entre os quais avultam os pecados capitais.

 

CAPÍTULO II - A COMUNIDADE HUMANA

ARTIGO I - A PESSOA E A SOCIEDADE

RESUMINDO

1890     Existe certa semelhança entre a unidade das pessoas divinas e a fraternidade que os homens devem estabelecer entre si.

1891     Para desenvolver-se em conformidade com sua natureza, em a pessoa humana necessidade da vida social. Certas socieda­des, como a família e a cidade, correspondem mais imediata­mente à natureza do homem.

1892     "A pessoa humana é e deve ser o princípio, sujeito e fim de todas as instituições sociais."

1893     É preciso fomentar uma ampla participação em associações e instituições de livre escolha.

1894     Segundo o princípio de subsidiariedade, nem o Estado nem qualquer outra sociedade mais ampla devem substituir a iniciativa e a responsabilidade das pessoas e dos órgãos intermediários.

1895     A sociedade deve favorecer o exercício das virtudes, não pôr-lhe obstáculos. Deve inspirá-la uma justa hierarquia de valores.

1896     Onde o pecado perverte o clima social, é preciso apelar à conversão dos corações e à graça de Deus. A caridade impele a justas refor­mas. Não existe solução da questão social fora do Evangelho.

 

ARTIGO 2 - A PARTICIPAÇÃO NA VIDA SOCIAL

RESUMINDO

1918     “Não há autoridade que não venha de Deus, e as existentes foram instituídas por Deus" (Rm 13,1).

1919     Toda comunidade humana tem necessidade de uma autoridade para se manter e desenvolver.

1920     "É evidente que a comunidade política e a autoridade pública se fundamentam na natureza humana, e por isso pertencem à ordem predeterminada por Deus."

1921     A autoridade é exercida de maneira legítima se estiver ligada à busca do bem comum da sociedade. Para atingi-lo, deve utilizar meios moralmente aceitáveis.

1922     É legítima a diversidade dos regimes políticos, contanto que concorram para o bem da comunidade.

1923     A autoridade política deve desenvolver-se dentro dos limites da ordem moral e garantir as condições para o exercício da liberdade.

1924     O bem comum compreende "o conjunto daquelas condições da vida social que permitem aos grupos e a cada um de seus membros atingirem de maneira mais completa e desembaraçadamente a própria perfeição"

1925     O bem comum comporta três elementos essenciais: o respeito e a promoção dos direitos fundamentais da pessoa; a prosperidade ou o desenvolvimento dos bens espirituais e temporais da sociedade; a paz e a segurança do grupo e de seus membros.

1926     A dignidade da pessoa humana implica a procura do bem comum. Cada pessoa deve preocupar-se em suscitar e conservar as instituições que aprimoram as condições da vida humana.

1927     Cabe ao Estado defender e promover o bem comum da sociedade civil. O bem comum de toda a família humana pede uma organização da sociedade internacional.

 

ARTIGO 3 - A JUSTIÇA SOCIAL

RESUMINDO

1943     A sociedade garante a justiça social realizando as condições que permitam às associações e a cada um obter o que lhes é devido.

1944     O respeito pela pessoa humana considera o outro como um "outro eu mesmo". Supõe o respeito pelos direitos fundamentais que decorrem da dignidade intrínseca da pessoa.

1945     A igualdade entre os homens assenta sobre sua dignidade pessoal e sobre os direitos que daí decorrem.

1946     As diferenças entre as pessoas pertencem ao plano de Deus, o qual quer que todos nós tenhamos necessidade uns dos ou­tros. Essas diferenças devem estimular a caridade.

1947     A dignidade igual das pessoas humanas exige o esforço para reduzir as desigualdades sociais e econômicas excessivas e leva ao desaparecimento das desigualdades iníquas.

1948     A solidariedade é uma virtude eminentemente cristã que pratica a partilha dos bens espirituais mais ainda que dos materiais.

 

CAPÍTULO III - A SALVAÇÃO DE DEUS: A LEI E A GRAÇA

ARTIGO I - A LEI MORAL

RESUMINDO

1975     Segundo a Escritura, a lei é uma instrução paterna de Deus que prescreve ao homem os caminhos que levam à felicidade prometida e proscreve os caminhos do mal.

1976     "A lei é uma ordenação da razão para o bem comum, promul­gada por aquele a quem cabe o governo da comunidade."

1977     Cristo é a finalidade da 1ei. Somente Ele ensina e concede a justiça de Deus.

1978     A lei natural é uma participação na sabedoria e na bondade de Deus, pelo homem formado à imagem de seu criador. A lei natural exprime a dignidade da pessoa humana e constitui a base de seus direitos e deveres fundamentais.

1979     A lei natural é imutável, permanente através da história. As regras que a exprimem são substancialmente sempre válidas. Ela é uma base necessária para a edificação das regras morais e para a lei civil.

1980     A Antiga Lei é o primeiro estágio da Lei revelada. Suas pres­crições morais se acham resumidas nos Dez Mandamentos.

1981     A Lei de Moisés contém diversas verdades naturalmente aces­síveis à razão. Deus as revelou porque os homens não as conseguiam ler em seu coração.

1982     A Antiga Lei é uma preparação para o Evangelho.

1983     A Nova Lei é a graça do Espírito Santo, recebida pela fé em Cristo, operando pela caridade. Exprime-se particularmente no Sermão do Senhor na montanha e usa os sacramentos para comunicar-nos a graça.

1984     A Lei evangélica leva a pleno cumprimento, ultrapassa e conduz à perfeição a Antiga Lei: suas promessas, por meio das bem­-aventuranças do Reino dos Céus; seus mandamentos, por meio da transformação da fonte de suas ações, ou seja, o coração.

1985     A Nova Lei é uma lei de amor, uma lei de graça, uma lei de liberdade.

1986     Além de seus preceitos, a Nova Lei comporta os conselhos evangélicos. "De modo especial favorecem igualmente a santidade da Igreja os múltiplos conselhos que no Evangelho Senhor propõe à observância de seus discípulos.”

 

ARTIGO 2 - GRAÇA E JUSTIFICAÇÃO

RESUMINDO

2017     A graça do Espírito Santo nos dá a justiça de Deus. Unindo-nos pela fé e pelo Batismo à Paixão e à Ressurreição de Cristo, o Espírito nos faz participar de sua vida.

2018     A justificação, como a conversão, apresenta duas faces. Sob a moção da graça, o homem se volta para Deus e se afasta do pecado, acolhendo, assim, o perdão e a justiça que vêm do alto.

2019     A justificação comporta a remissão dos pecados, a santificação e a renovação do homem interior.

2020     A justificação nos foi merecida pela Paixão de Cristo e nos é concedida por meio do Batismo. Faz-nos conformes à justiça de Deus, que nos torna justos. Tem como meta a glória de Deus e de Cristo e o dom da Vida Eterna. É a obra mais excelente da misericórdia de Deus.

2021     A graça é o auxílio que Deus nos concede para responder à nossa vocação de nos tornar seus filhos adotivos. Ela nos introduz na intimidade da vida trinitária.

2022     A iniciativa divina na obra da graça precede, prepara e suscita a livre resposta do homem. A graça responde às aspirações profundas da liberdade humana; chama-a a cooperar consigo e a aperfeiçoa.

2023     A graça santificante é o dom gratuito que Deus nos faz de sua vida, infundida pelo Espírito Santo em nossa alma, para curá­-la do pecado e santificá-la.

2024     A graça santificante nos faz "agradáveis a Deus". Os carismas, graças especiais do Espírito Santo, são ordenados à graça santificante e têm como alvo o bem comum da Igreja. Deus opera também por graças atuais múltiplas, que se dis­tinguem da graça habitual, permanente em nós.

2025     Nosso mérito em face de Deus consiste apenas em seguir seu livre desígnio de associar o homem à obra de sua graça. O mérito pertence à graça de Deus em primeiro lugar, à cola­boração do homem em segundo lugar. Cabe a Deus o mérito humano.

2026     A graça do Espírito Santo, em virtude de nossa filiação adotiva, pode conferir-nos um verdadeiro mérito segundo a jus­tiça gratuita de Deus. A caridade constitui, em nós, a fonte principal do mérito diante de Deus.

2027     Ninguém pode merecer a graça primeira que se acha na origem da conversão. Sob a moção do Espírito Santo, podemos merecer, para nós mesmos e para os outros, todas as graças Úteis para chegar à vida eterna, como também os bens tem­porais necessários.

2028     "O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Se dirige a todos os fiéis cristãos. " "A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada."

2029     "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (Mt 16,24).

 

ARTIGO 3 - A IGREJA, MÃE E EDUCADORA

RESUMINDO

2047     A vida moral é um culto espiritual. O agir cristão se nutre da Liturgia e da celebração dos sacramentos.

2048     Os mandamentos da Igreja se referem à vida moral e cristã unida à Liturgia, e dela se alimentam.

2049     O Magistério dos pastores da Igreja em matéria moral se exerce ordinariamente na catequese e na pregação, tendo como base o Decálogo, que enuncia os princípios da vida válidos para todos os homens.

2050     O romano pontífice e os bispos, como doutores autênticos, pregam ao povo de Deus a fé que deve ser crida e praticada nos costumes. Cabe-lhes igualmente pronunciar-se sobre as questões morais que caem dentro do âmbito da lei natural e da razão.

2051     A infalibilidade do magistério dos pastores se estende a todos os elementos de doutrina, incluindo a moral. Sem esses elementos, as verdades salutares da fé não podem ser guardadas, expostas ou observadas.

OS DEZ MANDAMENTOS

Êxodo 20,2-17

Deuteronômio 5,6-21

Fórmula catequética

Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da servidão.

Eu sou o Senhor, teu Deus, aquele que te fez

sair da terra do Egito, da casa da servidão.

 

 

Não terás outros deuses diante de mim.

Não terás outros deuses além de mim...

Amar a Deus sobre todas as coisas.

Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo da terra, ou nas águas que estão debaixo da terra.

 

 

Não te prostrarás diante esses deuses e não os servirás, porque eu, o Senhor, teu Deus, sou um Deus ciumento, que puno a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração dos que me odeiam, e faço misericórdia até a milésima geração àqueles que me amam e guardam meus mandamentos.

 

 

Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus, porque o Senhor não deixará impune aquele que pronunciar em vão O seu nome.

Não pronunciarás em vão o nome do Senhor

teu Deus...

 

Não tomar seu Santo Nome em vão.

 

 

Lembra-te do dia do Sábado para santificá-lo.

Guardarás o dia de sábado para santificá-lo.

Guardar domingos e

festas de guarda

Trabalharás durante seis dias, e farás todas as tuas obras. O sétimo dia, porém, é o sábado do Senhor, teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu animal, nem o estrangeiro que está em tuas portas. Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm, mas repousou no sétimo dia; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado e o santificou.

 

 

 

Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.

Honrar teu pai e tua mãe...

Honra pai e mãe.

 

Não matarás.

Não matarás.

Não matar.

Não cometerás adultério.

Não cometerás adultério.

 

 

 

 

Não pecar contra a castidade.

 

Não roubarás.

Não roubarás.

Não furtar.

Não apresentarás um falso testemunho contra o teu próximo.

Não apresentarás um falso testemunho contra o teu próximo.

Não levantar falso testemunho.

Não cobiçarás a casa de teu próximo, não desejarás sua mulher, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo.

Não cobiçarás a mulher de teu próximo.

 

 

 

Não desejarás coisa alguma que pertença a teu próximo.

Não desejar a mulher do próximo.

 

 

 

Não cobiçar as coisas alheias.

 

SEGUNDA SEÇÃO - OS DEZ MANDAMENTOS

RESUMINDO

2075     "Que devo fazer de bom para ter a vida eterna?" - "Se queres entrar para a vida, guarda os mandamentos" (Mt 19,16-17).

2076     Por sua prática e por sua pregação, Jesus atestou a pereni­dade do Decálogo.

2077     O dom do Decálogo é concedido no contexto da Aliança celebra­da por Deus com seu povo. Os mandamentos de Deus recebem seu verdadeiro significado nessa Aliança e por meio dela.

2078     Fiel à Escritura, e de acordo com o exemplo de Jesus, a Tradição da Igreja reconheceu ao Decálogo uma importáncia e um significado primordiais.

2079     O Decálogo forma uma unidade orgânica, em que cada "pa­lavra ou mandamento" remete a todo o conjunto. Trans­gredir um mandamento é infringir toda a Lei

2080     O Decálogo contém uma expressão privilegiada da lei natural. Conhecemo-lo pela revelação divina e pela razão humana.

2081     Os Dez Mandamentos enunciam, em seu conteúdo fundamental, obrigações graves. Todavia, a obediência a esses preceitos im­plica também obrigações cuja matéria é, em si mesma, leve.

2082     O que Deus manda, torna-o possível por sua graça.

CAPÍTULO I

"AMARÁS O SENHOR, TEU DEUS, DE TODO O CORAÇÃO, DE TODA A ALMA E DE TODO O ENTENDIMENTO"

ARTIGO 1 - O PRIMEIRO MANDAMENTO

Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida de nada que se asse­melhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo, na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra. Não te prostrarás diante desses deuses, e não os servirás. (Ex 20,25).

Está escrito: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto" (Mt 4,10).

RESUMINDO

2133     "Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças" (Dt 6,5).

2134     O primeiro mandamento convida o homem a crer em Deus, a esperar nele e a amá-lo acima de tudo.

2135     "Adorarás o Senhor teu Deus" (Mt 4,10). Adorar a Deus, orar a Ele, oferecer-lhe o culto que lhe é devido, cumprir as promes­sas e os votos que foram fritos a Ele são os atos da virtude de religião que nascem da obediência ao primeiro mandamento.

2136     O dever de prestar um culto autêntico a Deus incumbe ao homem, tanto individualmente como em sociedade.

2137     O homem deve "poder professar livremente a religião, tanto em particular como em público"

2138     A superstição é um desvio do culto que rendemos ao verda­deiro Deus. Ela se mostra particularmente na idolatria, assim como nas diferentes formas de adivinhação e de magia.

2139     A ação de tentar a Deus, em palavras ou em atos, o sacrilé­gio, a simonia são pecados de irreligião proibidos pelo pri­meiro mandamento.

2140     Enquanto rejeita ou recusa a existência de Deus, o ateísmo é um pecado contra o primeiro mandamento.

2141     O culto às imagens sagradas está fundamentado no mistério da encarnação do Verbo de Deus. Não contraria o primeiro mandamento.

 

ARTIGO 2 - O SEGUNDO MANDAMENTO

Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão (Ex 20,7).

Foi dito aos antigos: "Não perjurarás"... Eu, porém, vos digo não jureis em hipótese alguma (Mt 5,33-34).

RESUMINDO

2160     "Senhor, nosso Deus, quão poderoso é teu nome em toda terra" (Sl 8,11).

2161     O segundo mandamento prescreve respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é santo.

2162     O segundo mandamento proíbe todo uso inconveniente do nome de Deus. A blasfêmia consiste em usar o nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos de maneira injuriosa.

2163     O juramento falso invoca Deus como testemunha de uma mentira. O perjúrio é uma falta grave contra o Senhor, sempre fiel a suas promessas.

2164     "Não jurar nem pelo Criador, nem pela criatura, se não for com verdade, necessidade e reverência."

2165     No Batismo, o cristão recebe seu nome na Igreja. Os pais, os padrinhos e o pároco cuidarão para que lhe seja dado um nome cristão. O patrocínio de um santo oferece um modelo de caridade e um intercessor seguro.

2166     O cristão começa suas orações e suas ações pelo sinal-da-cruz, "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém"

2167     Deus chama cada um por seu nome.

 

ARTIGO 3 - O TERCEIRO MANDAMENTO

Lembra-te do dia do sábado para santificá-lo. Trabalharás durante seis dias e farás todas as tuas obras. O sétimo dia, porém, é o sábado do Senhor, teu Deus. Não farás nenhum trabalho (Ex 20,8-l0). O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado, de modo que o Filho do Homem é senhor até do sábado (Mc 2,27-28).

RESUMINDO

2189     "Guardarás o dia de sábado para santificá-lo" (Dt 5,12). "No sétimo dia se fará repouso absoluto em honra do Senhor" (Ex 31,15).

2190     O sábado, que representava o término da primeira criação, é substituído pelo domingo, que lembra a criação nova, inau­gurada com a Ressurreição de Cristo.

2191     A Igreja celebra o dia da Ressurreição de Cristo no oitavo dia, que é corretamente chamado dia do Senhor, ou domingo.

2192     "O domingo (...)deve ser guardado em toda a Igreja como o dia de festa de preceito por excelência." "No domingo e em outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa. "

2193     "No domingo e nos outros dias de festa de preceito, os fiéis se absterão das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo."

2194     A instituição do domingo contribui para que "todos tenham tempo de repouso e de lazer suficiente para lhes permitir cultivar sua vida familiar, cultural, social e religiosa.

2195     Todo cristão deve evitar impor sem necessidade aos outros aquilo que os impediria de guardar o dia do Senhor.

 

CAPÍTULO II - "AMARÁS O PRÓXIMO COMO A TI MESMO"

Jesus disse a seus discípulos: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13,34).

ARTIGO 4 - O QUARTO MANDAMENTO

Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias terra que o Senhor, teu Deus, te dá (Ex 20,12).

Era-lhes submisso (Lc 2,51).

O próprio Senhor Jesus recorda a força desse "mandamento de Deus" O Apóstolo ensina: "Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isso é justo. 'Honra teu pai e tua mãe' é primeiro mandamento com promessas: 'para seres feliz e teres uma longa vida sobre a terra"' (Ef 6,1-3).

RESUMINDO

2247     "Honra teu pai e tua mãe" (Dt 5,16; Mc 7,8).

2248     De acordo com o quarto mandamento, Deus quis que, depois dele, honrássemos nossos pais e os que Ele, para nosso bem, investiu de autoridade.

2249     A comunidade conjugal está fundada na aliança e no consenti­mento dos esposos. O casamento e a família estão ordenados para o bem dos cônjuges, a procriação e a educação dos filhos.

2250     "A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamen­te ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar."

2251     Os filhos devem a seus pais respeito, gratidão, justa obediên­cia e ajuda. O respeito filial favorece a harmonia de toda a vida familiar.

2252     Os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos na fé, na oração e em todas as virtudes. Têm o dever de prover, na medida do possível, às necessidades físicas e espirituais de seus filhos.

2253     Os pais devem respeitar e favorecer a vocação de seus filhos. Lembrem e ensinem que a primeira vocação do cristão con­siste em seguir a Jesus.

2254     A autoridade pública deve respeitar os direitos fundamentais da pessoa humana e as condições de exercício de sua liberdade.

2255     É dever dos cidadãos trabalhar com os poderes civis para a edificação da sociedade num espírito de verdade, de justiça, de solidariedade e de liberdade.

2256     O cidadão está obrigado em consciência a não seguir as pres­crições das autoridades civis, quando contrárias às exigên­cias da ordem moral. "É preciso obedecer antes a Deus que aos homens" (At 5,29).

2257     Toda sociedade baseia seus juízos e sua conduta numa visão do homem e de seu destino. Sem as luzes do Evangelho a respeito de Deus e do homem, as sociedades facilmente se tornam totalitárias.

 

ARTIGO 5 - O QUINTO MANDAMENTO

Não matarás (Ex 20,13).

Ouvistes o que foi dito aos antigos: "Não matarás. Aquele que matar terá de responder ao tribunal". Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal (Mt 5,21-22).

RESUMINDO

2318     "Deus tem em seu poder a alma de todo ser vivo e o espírito de todo homem carnal" (Jó 12,10).

2319     Toda vida humana, desde o momento da concepção até a morte, é sagrada, porque a pessoa humana foi querida por si mesma à imagem e à semelhança do Deus vivo e santo.

2320     O assassinato de um ser humano é gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador.

2321     A proibição de matar não ab-roga o direito de tirar a um opressor injusto a possibilidade de prejudicar. A legítima defesa é um dever grave para quem é responsável pela vida alheia ou pelo bem comum.

2322     Desde a concepção, a criança tem o direito à vida. O aborto direto, isto é, o que se quer como um fim ou como um meio, é uma pratica infame" , gravemente contrária à lei moral. A Igreja condena com pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana.

2323     Visto que deve ser tratado como uma pessoa desde a sua concepção, o embrião deve ser defendido em sua integridade, cuidado e curado como qualquer outro ser humano.

2324     A eutanásia voluntária, sejam quais forem as formas e os mo­tivos, constitui um assassinato. E gravemente contrária à dig­nidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador.

2325     O suicídio é gravemente contrario a Justiça, à esperança e à caridade. É proibido pelo quinto mandamento.

2326     O escândalo constitui uma falta grave quando, por ação ou por omissão, leva deliberadamente o outro a pecar gravemente.

2327     Por causa dos males e injustiças que toda guerra acarreta, devemos fazer tudo o que for razoavelmente possível para evitá-la. A Igreja ora: "Da fome, da peste e da guerra livrai-nos, Senhor".

2328     A Igreja e a razão humana declaram a validade permanente da lei moral durante os conflitos armados. As práticas de1iberadamente contrárias ao direito dos povos e a seus princípios universais constituem crimes.

2329     "A corrida armamentista é uma praga extremamente grave da humanidade e lesa os pobres de maneira intolerável.

2330     "Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5,9).

 

ARTIGO 6 - O SEXTO MANDAMENTO

"Não cometerás adultério" (Ex 20, 14)

Ouvistes o que foi dito: "Não cometerás adultério". Eu, porém, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração (Mt 5,27-28).

RESUMINDO

2392     "O amor é a vocação fundamental e originária do ser humano. "

2393     Ao criar o ser humano, homem e mulher, Deus dá a dignidade pessoal de uma maneira igual a ambos. Cada um, homem e mulher, deve chegar a reconhecer e aceitar sua identidade sexual.

2394     Cristo é o modelo da castidade. Todo batizado é chamado a levar uma vida casta, cada um segundo seu estado de vida próprio.

2395     A castidade significa a integração da sexualidade na pessoa. Inclui a aprendizagem do domínio pessoal.

2396     Entre os pecados gravemente contrários à castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais.

2397     A aliança que os esposos contraíram livremente implica um amor fiel. Impõe-lhes a obrigação de guardar seu casamento indissolúvel.

2398     A fecundidade é um bem, um dom, um fim do casamento. Dando a vida, os esposos participam da paternidade de Deus.

2399     A regulação da natalidade representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade responsáveis. A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo, a esterilização direta ou a contracepção).

2400     O adultério e o divórcio, a poligamia e a união livre são ofensas graves à dignidade do casamento.

 

ARTIGO 7 - O SÉTIMO MANDAMENTO

Não roubarás (Ex 20,15).

Não roubarás (Mt 19,18).

RESUMINDO

2450     "Não roubarás" (Dt 5,19). "Nem os ladrões, nem os avarentos... nem os rapinadores herdarão o Reino de Deus" (1 Cor 6,10).

2451     O sétimo mandamento prescreve a prática da justiça e da caridade na administração dos bens terrenos e dos frutos do trabalho dos homens.

2452     Os bens da criação são destinados a todo o gênero humanos. O direito à propriedade privada não abole a destinação universal dos bens.

2453     O sétimo mandamento proíbe o roubo. O roubo é a usurpação de um bem de outrem contra a vontade razoável do proprietário;

2454     Toda forma de apropriação e uso injusto dos bens de outrem é contrária ao sétimo mandamento. A injustiça cometida exige reparação. A justiça comutativa exige a restituição do bem roubado.

2455     A lei moral proíbe os atos que, visando a fins mercantis ou totalitários, conduzem à servidão dos seres humanos, à sua compra, venda e troca como mercadorias.

2456     O domínio concedido pelo Criador sobre os recursos minerais, vegetais e animais do universo não pode ser separado do respeito às obrigações morais, inclusive para com as gerações futuras.

2457     Os animais são confiados à administração do homem, que lhes deve benevolência. Podem servir para a justa satisfação das necessidades do homem.

2458     A Igreja emite um juízo em matéria econômica e social quando os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas exigem. Preocupa-se com o bem comum temporal dos homens em razão de sua ordenação ao Sumo Bem, nosso fim último.

2459     O próprio homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida econômica e social. O ponto decisivo da questão social é que os bens criados por Deus para todos de fato cheguem a todos conforme a justiça e com a ajuda da caridade.

2460     O valor primordial do trabalho depende do próprio homem, que é seu autor e destinatário. Por meio de seu trabalho, o homem participa da obra da criação. Unido a Cristo, o trabalho pode ser redentor.

2461     O verdadeiro desenvolvimento abrange o homem inteiro. O que importa é fazer crescer a capacidade de cada pessoa de responder à sua vocação, portanto, ao chamamento de Deus.

2462     A esmola dada aos pobres é um testemunho de caridade fra­terna; é também uma prática de justiça que agrada a Deus.

2463     Na multidão de seres humanos sem pão, sem teto, sem terra, como não reconhecer Lázaro, mendigo faminto da parábo­1a? Como não ouvir Jesus, que diz: "Foi a mim que o deixastes de fazer" (Mt 25,45)?

 

ARTIGO 8 - O OITAVO MANDAMENTO

Não apresentarás um falso testemunho contra teu próximo (Ex 20,16).

Ouvistes também o que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos para com o Senhor (Mt 5,33).

RESUMINDO

2504     "Não levantarás falso testemunho contra teu próximo" (Ex 20,16 Os discípulos de Cristo "revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade" (Ef 4,24).

2505     A verdade ou veracidade é a virtude que consiste em mostrar-se verdadeiro no agir e no falar, fugindo da duplicidade, dê simulação e da hipocrisia.

2506     O cristão não deve "se envergonhar de dar testemunho de Nosso Senhor" (2Tm 1,8) em atos e palavras. O martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé.

2507     O respeito à reputação e à honra das pessoas proíbe toda atitude ou palavra de maledicência ou calúnia.

2508     A mentira consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar o próximo.

2509     Toda falta cometida contra a verdade exige reparação.

2510     A regra de ouro ajuda a discernir, nas situações concretas, se convém ou não revelar a verdade àquele que a pede.

2511     "O sigilo sacramental é inviolável. " Os segredos profissio­nais devem ser guardados. As confidências prejudiciais a outros não devem ser divulgadas.

2512     A sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade, na liberdade e na justiça. É conveniente que se imponham mo­deração e disciplina no uso dos meios de comunicação social.

2513     As artes, mas sobretudo a arte sacra, têm em vista, "por nature­za, exprimir de alguma forma nas obras humanas a beleza infinita de Deus e procuram aumentar seu louvor e sua glória na medida em que não tiverem outro propósito senão o de contribuir poderosamente para encaminhar os corações hu­manos a Deus"

 

ARTIGO 9 - O NONO MANDAMENTO

Não cobiçarás a casa de teu próximo, não desejarás sua mulher, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo (Ex 20,17). Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já co­meteu adultério com ela em seu coração (Mt 5,28).

RESUMINDO

2528     "Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidino­so já cometeu adultério com ela em seu coração" (Mt 5,28).

2529     O nono mandamento adverte contra a cobiça ou concupiscên­cia carnal.

2530     A luta contra a cobiça carnal passa pela purificação do co­ração e pela prática da temperança.

2531     A pureza do coração nos permitirá ver a Deus e nos permite desde já ver todas as coisas segundo Deus.

2532     A purificação do coração exige a oração, a prática da casti­dade, a pureza da intenção e do olhar.

2533     A pureza do coração exige o pudor, que é paciência, modéstia e discrição. O pudor preserva a intimidade da pessoa.

ARTIGO 10

O DÉCIMO MANDAMENTO

Não cobiçarás... coisa alguma que pertença a teu próximo (Ex 20,17).

Tu não desejarás para ti a casa de teu próximo, nem seu campo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, qualquer coisa que pertença a teu próximo (Dt 5,21).

Onde está o teu tesouro, aí estará também teu coração (Mt 6,21).

RESUMINDO

2551     "Onde está teu tesouro, aí estará teu coração" (Mt 6,21).

2552     O décimo mandamento proíbe a ambição desregrada, nascida paixão imoderada das riquezas e de seu poder.

2553     A inveja é a tristeza sentida diante do bem de outrem e o desejo imoderado de dele se apropriar. E um vício capital.

2554     O batizado combate a inveja pela benevolência, pela humildade e pelo abandono nas mãos da Providência divina.

2555     Os fiéis de Cristo "crucificaram a carne com suas paixões concupiscências" (Gl 5,24); são conduzidos pelo Espírito e seguem os desejos dele.

2556     O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos Céus. "Bem-aventurados os pobres de coração."

2557     Eis o verdadeiro desejo do homem: "Quero ver a Deus A sede de Deus é saciada pela água da Vida Eterna.

 

Resumindo – 2ª Parte

Folha de Apresentação

Resumindo –  4ª parte

 
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Rev.2 de  dez/2003