Catecismo da Igreja Católica

PRIMEIRA PARTE - A PROFISSÃO DE FÉ

PRIMEIRA SEÇÃO

"EU CREIO" - "NÓS CREMOS"

CAPÍTULO I

O HOMEM É "CAPAZ” DE DEUS

RESUMINDO

44             O homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso. Porque provém de Deus e para Ele caminha, o homem só vive uma vida plenamente humana se viver livremente sua relação com Deus.

45             O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra sua felicidade: "Quando eu estiver inteiramente em Vós, nunca mais haverá dor e provação; repleta de Vós por inteiro, minha vida será verdadeira"

46             Quando escuta a mensagem das criaturas e a voz de sua consciência, o homem pode atingir a certeza da existência de Deus, causa e fim de tudo.

47             A Igreja ensina que o Deus único e verdadeiro, nosso Criador e Senhor, pode ser conhecido com certeza por meio de suas obras graças à luz natural da razão humana

48             Podemos realmente falar de Deus partindo das múltiplas perfeições das criaturas, semelhanças do Deus infinitamente perfeito, ainda que nossa linguagem limitada não esgote seu mistério.

49             "Sem o Criador, a criatura se esvai”. Eis por que os crentes sabem que são impelidos pelo amor de Cristo a levar a luz do Deus vivo àqueles que o desconhecem ou o recusam.

CAPÍTULO II

DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

ARTIGO 1 – A REVELAÇÃO DE DEUS

RESUMINDO

68             Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem. Traz assim uma resposta definitiva e superabundante às questões que o homem se faz acerca do sentido e do objetivo de sua vida.

69             Deus revelou-se ao homem, comunicando-lhe gradualmente seu próprio Mistério por meio de ações e de palavras.

70             Para além do testemunho que Deus dá de si mesmo nas coisas criadas, ele manifestou-se pessoalmente aos nossos primeiros pais. Falou-lhes e, depois da queda, prometeu-lhes a salvação e ofereceu-lhes sua aliança.

71             Deus fez com Noé uma aliança eterna entre Ele e todos os seres vivos. Esta há de durar enquanto durar o mundo.

72             Deus escolheu Abraão e fez uma aliança com ele e sua descendência. Daí formou seu povo, ao qual revelou sua lei por intermédio de Moisés. Pelos profetas preparou este povo a acolher a salvação destinada à humanidade inteira.

73             Deus revelou-se plenamente enviando seu próprio Filho, no qual estabeleceu sua Aliança para sempre. O Filho é a Palavra definitiva do Pai, de sorte que depois dele não haverá outra Revelação.

ARTIGO 2 - A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA

RESUMINDO

96             O que Cristo confiou aos apóstolos, estes o transmitiram por sua pregação e por escrito, sob a inspiração do Espírito San­to, a todas as gerações, até a volta gloriosa de Cristo.

97             "A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só sagrado depósito da Palavra de Deus," no qual, como em um espelho, a Igreja peregrinante contempla a Deus, fonte de todas as suas riquezas.

98             "Em sua doutrina, vida e culto, a Igreja perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê.

99             Graças a seu senso sobrenatural da fé, o Povo de Deus inteiro não cessa de acolher o dom da Revelação divina, de penetrá-lo mais profundamente e viver dele com mais plenitude.

100         O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus foi confiado exclusivamente ao Magistério da Igreja, ao Papa e aos bispos em comunhão com ele.

ARTIGO 3 - A SAGRADA ESCRITURA

RESUMINDO

134         Omnis Scriptura divina unus liber est, et hic unus liber est Christus, "quia omnis Scriptura divina de Christo loquitur, et omn is Scriptura divina in Christo impletur" - Toda a Es­critura divina é um único livro, e este livro único é Cristo, já que toda Escritura divina fala de Cristo, e toda Escritura di­vina se cumpre em Cristo.

135         "As Sagradas Escrituras contêm a Palavra de Deus e, por serem inspiradas, são verdadeiramente Palavra de Deus. "

136         Deus e o autor da Sagrada Escritura inspirar seus autores humanos; age neles e por meio dele. Fornece assim a garan­tia de que seus escritos ensinem sem erro a verdade salvífica.

137         A interpretação das Escrituras inspiradas deve antes de tudo estar atenta àquilo que Deus quer revelar por intermédio dos autores sagrados para nossa salvação. O que vem do Espírito só é plenamente entendido pela ação do Espírito.

138         A Igreja recebe e venera como inspirados os 46 livros do Antigo e os 27 livros do Novo Testamento.

139         Os quatro Evangelhos ocupam um lugar central, já que Cristo Jesus é o centro deles.

140         A unidade dos dois Testamentos decorre da unidade do proje­to de Deus e de sua Revelação. O Antigo Testamento prepara o Novo, ao passo que este último cumpre o Antigo; os dois se iluminam reciprocamente; os dois são verdadeira Palavra de Deus.

141         "A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor": ambos alimentam e dirigem toda a vida cristã. "Tua Palavra é a lâmpada para meus pés, e luz para meu caminho" (Sl 119,105).

CAPÍTULO III.

A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS

ARTIGO 1 - EU CREIO

ARTIGO 2 - NÓS CREMOS

RESUMINDO

176         A fé é uma adesão pessoal do homem inteiro a Deus que se revela. Ela inclui uma adesão da inteligência e da vontade à Revelação que Deus fez de si mesmo por suas ações e palavras.

177         Por conseguinte, "crer" tem uma dupla referência: à pessoa e à verdade; à verdade, por confiança na pessoa que a atesta.

178         Não devemos crer em ninguém a não ser em Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo

179         A fé é um dom sobrenatural de Deus. Para crer, o homem tem necessidade dos auxílios interiores do Espírito Santo

180         "Crer" e um ato humano, consciente e livre, que corresponde à dignidade da pessoa humana.

181         "Crer" e um ato eclesial. A fé da Igreja precede, gera, tenta e alimenta nossa fé. A Igreja é a mãe de todos os crentes. "Ninguém pode ter a Deus por Pai, que não tenha Igreja por mãe. "

182         "Nós cremos em tudo o que está contido na Palavra de Deus escrita ou transmitida, e que a Igreja propõe a crer c divinamente revelado. "

183         A fé é necessária à salvação. O próprio Senhor afirma: 'Aquele que crer e for batizado será salvo; aquele que não crer será condenado" (Mc 16, 16).

184         "A fé é um antegozo do conhecimento que nos tornará bem-aventurados na vida futura".

O CREDO

Símbolo dos Apóstolos

Símbolo niceno-constantinopolitano

Creio em Deus

Pai Todo-Poderoso,

criador do céu e da terra.

Creio em um só Deus,

Pai Todo-Poderoso,

criador do céu e da terra,

de todas as coisas visíveis e invisíveis.

E em Jesus Cristo,

seu único Filho,

Nosso Senhor,

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo

Filho Unigênito de Deus,

nascido do Pai antes de todos os séculos Deus de Deus,

Luz da Luz,

Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;

gerado, não criado,

consubstancial ao Pai.

Por ele todas as coisas foram feitas.

E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus

que foi concebido pelo poder do

espirito Santo,

nasceu da Virgem Maria,

padeceu sob Pôncio Pilatos,

foi crucificado, morto

e sepultado.

Desceu à mansão dos mortos,

Ressuscitou ao terceiro dia,

e se encarnou pelo Espírito Santo,

no seio da Virgem Maria,

e se fez homem.

Também por nós foi crucificado sob

Pôncio Pilatos,

padeceu e foi sepultado.

Ressuscitou ao terceiro dia,

conforme as Escrituras,

subiu aos céus

está sentado à direita de Deus Pai

Todo-Poderoso,

donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

e subiu aos céus,

onde está sentado à direita do Pai.

E de novo há de vir, em sua glória,

para julgar os vivos e os mortos;

e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,

Creio no Espírito Santo,

Senhor que dá a vida

e procede do Pai e do Filho;

e com o Pai e o Filho

é adorado e glorificado:

na Santa Igreja católica,

na comunhão dos santos,

Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja,

una, santa, católica e apostólica.

na remissão dos pecados,

na ressurreição da carne,

na vida eterna. Amém.

Professo um só batismo

para a remissão dos pecados.

E espero a ressurreição dos mortos

e a vida do mundo que há de vir.

Amém.

PRIMEIRA PARTE - SEGUNDA SEÇÃO

A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

OS SÍMBOLOS DA FÉ

CAPÍTULO I - CREIO EM DEUS PAI

ARTIGO 1

"CREIO EM DEUS PAI TODO-PODEROSO,

CRIADOR DO CÉU E DA TERRA"

PARÁGRAFO 1 - CREIO EM DEUS

RESUMINDO

228         "Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o Único Senhor...”. (Dt 6,4; Mc 12,29). "É preciso necessariamente que o supremo seja único, isto é, sem igual... Se Deus não for único não é Deus"

229         A fé em Deus leva-nos a nos voltar só para Ele como nossa primeira origem e nosso fim último, e a nada preferir nem substitui-lo por nada.

230         Ao revelar-se, Deus permanece Mistério inefável: "Se o compreendesses, ele não seria Deus ".

231         O Deus de nossa fé revelou-se como Aquele que é; deu-se a conhecer como "cheio de amor e fidelidade" (Ex 34,6). Seu próprio ser é Verdade e Amor.

PRIMEIRA PARTE - SEGUNDA SEÇÃO - A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

OS SÍMBOLOS DA FÉ

PARÁGRAFO 2 - O PAI

RESUMINDO

261         O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus no-lo pode dar a conhecer, revelado-se como Pai, Filho e Espírito Santo

262         A Encarnação do Filho de Deus revela que Deus é o Pai eterno, e que o Filho é consubstancial ao Pai, isto é, que ele é no Pai e com o Pai o mesmo Deus único.

263         A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho e pelo Filho "de junto do Pai" (Jo 15,26), revela que o Espírito é com eles o mesmo Deus único. "Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado."

264         "O Espírito Santo procede do Pai enquanto fonte primeira e, pela doação eterna deste último ao Filho, do Pai e do Filho em comunhão”.

265         Pela graça do Batismo "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19) somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na terra, na obscuridade da fé, e para além da morte, na luz eterna.

266         "Fides autem catholica haec est, ut unum Deum in Trinitate, et Trinitatem in unitate veneremur, neque confundentes personas, neque substantiam separantes: alia enim est persona Patris, alia Filii, alia Spiritus Sancti; sed Patris et Fuji et Spiritus Sancti est una divinitas, aequalis gloria, coaeterna majestas – A fé católica é esta: que veneremos o único Deus na Trindade, e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem   separando a substância: pois uma é a pessoa do Pai, outra, a do Filho, outra, a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade”

267         Inseparáveis naquilo que são, da mesma forma o são naquilo que fazem. Mas na única operação divina cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito.

 

PARÁGRAFO 3 - O TODO-PODEROSO

RESUMINDO

275         Juntamente com Jó, o justo, nós confessamos: "Reconheço que tudo podes e que nenhum dos teus desígnios fica frustado" (Jó 42,2).

276         Fiel ao testemunho da Escritura, a Igreja dirige com freqüência sua prece ao "Deus Todo-Poderoso e eterno" ("omnipotens sempiterne Deus..."), crendo firmemente que "nada é impossível a Deus" (Lc 1,37)

277         Deus manifesta sua onipotência convertendo-nos dos nossos pecados e restabelecendo-nos em sua amizade pela graça ("Deus, qui omnipotentiam tuam parcendo maxime et miserando manifestas... - O Deus, que manifestais o vosso poder sobretudo na misericórdia...".

278         Se não crermos que o amor de Deus é Todo-Poderoso, como crer que o Pai pôde nos criar, o Filho, remir-nos, o Espírito, santificar-nos?

PARÁGRAFO 4 - O CRIADOR

RESUMINDO

315         Na criação do mundo e dos homens, Deus colocou o primeiro e universal testemunho de seu amor Todo-Poderoso e de sua sabedoria, o primeiro anúncio de seu "desígnio benevolente", o qual encontra sua meta na nova criação em Cristo.

316         Embora a obra da criação seja particularmente atribuída ao Pai, é igualmente verdade de fé que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são o único e indivisível princípio da criação.

317         Só Deus criou o universo, livremente, diretamente, sem nenhuma ajuda.

318         Nenhuma criatura tem o poder infinito que é necessário para "criar" no sentido próprio da palavra, isto é, produzir e dar o ser àquilo que não o tinha de modo algum (chamar à existência "ex nihilo" "do nada").

319         Deus criou o mundo para manifestar e para comunicar sua glória. Que suas criaturas participem de sua verdade, de sua bondade e de sua beleza, é a glória para a qual Deus as criou.

320         Deus, que criou o universo o mantém na existência por seu Verbo, "este Filho que sustenta o universo com o poder de sua palavra" (Hb 1,3) e pelo seu Espírito Criador que dá a vida.

321         A Divina Providência são as disposições pelas quais Deus conduz com sabedoria e amor todas as criaturas até seu fim último.

322         Cristo convida-nos à entrega filial à Providência de nosso Pai celeste, e o Apóstolo São Pedro lembra: "Lançai sobre ele toda a vossa preocupação porque é ele que cuida de vós".

323         A Providência divina age também por meio da ação das criaturas. Aos seres humanos Deus concede cooperar livremente para seus desígnios.

324         A permissão divina do mal físico e do mal moral é um mistério que Deus ilumina por seu Filho, Jesus Cristo, morto e ressuscitado para vencer o mal. A fé nos dá a certeza de que Deus não permitiria o mal se do próprio mal não tirasse o bem, por caminhos que só conheceremos plenamente na vida eterna.

PARÁGRAFO 5 -O CÉU E A TERRA

RESUMINDO

350         Os anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar e servem a seus desígnios salvíficos em relação às demais criaturas: "Ad omnia bona nostra cooperantur angeli. - Os anjos cooperam para todos os nossos bens”

351         Os anjos cercam Cristo, seu Senhor. Servem-no particularmente, no cumprimento de sua missão salvífica para com os homens.

352         A Igreja venera os anjos que a ajudam em sua peregrinação terrestre e protegem cada ser humano.

353         Deus quis a diversidade de suas criaturas e a bondade própria delas, sua interdependência e ordem. Destinou todas a criaturas materiais ao bem do gênero humano. O homem, e por meio dele a criação inteira, destina-se à glória de Deus.

354         Respeitar as leis inscritas na criação e as relações que derivam da natureza das coisas é princípio de sabedoria e fundamento da moral.

PARÁGRAFO 6 -O HOMEM

RESUMINDO

380         "Pai Santo, criastes o homem e a mulher à vossa imagem e lhes confiastes todo o universo, para que, servindo a Vós, seu Criador, dominassem toda criatura"

381         O homem é predestinado a reproduzir a imagem do Filho de Deus feito homem   "imagem do Deus invisível" (Cl 1,15), a fim de que Cristo seja o primogênito de uma multidão de irmãos e de irmãs

382         O homem é "corpore et anima unus" (uno de corpo e alma). A doutrina da fé afirma que a alma espiritual e imortal é criada diretamente por Deus.

383         "Deus não criou o homem solitário. Desde o início, 'Deus os criou varão e mulher' (Gn 1,27). Esta união constituiu a primeira forma de comunhão de pessoas."

384         A revelação dá-nos a conhecer o estado de santidade e de justiça originais do homem e da mulher antes do pecado: da amizade deles com Deus advinha a felicidade da existência  deles no Paraíso.

PARÁGRAFO 7 - A QUEDA

RESUMINDO

413         "Deus não fez a morte, nem tem prazer em destruir os viventes ... Foi pela inveja do Diabo que a morte entrou no mundo” (Sb 1,13, 2,24).

414         Satanás ou o Diabo, bem como os demais demônios, são anjos decaídos por terem se recusado livremente a servir a Deus a seu desígnio. Sua opção contra Deus é definitiva. Eles tentam associar o homem à sua revolta contra Deus.

415         "Constituído por Deus em estado de justiça, o homem, instigado pelo Maligno, desde o início da história, abusou da própria liberdade. Levantou-se contra Deus, desejando atingir seu objetivo fora dele."

416         Por seu pecado, Adão, na qualidade de primeiro homem, perdeu a santidade e a justiça originais que havia recebido de Deus não somente para si, mas para todos os seres humanos.

417         À sua descendência, Adão e Eva transmitiram a natureza humana ferida por seu primeiro pecado, portanto privada da santidade e da justiça originais. Esta privação é denominada "pecado original".

418         Em conseqüência do pecado original, a natureza humana está enfraquecida em suas forças, submetida à ignorância, sofrimento e à dominação da morte, e inclinada ao pecado (inclinação chamada de "concupiscência").

419         "Afirmamos, portanto, com o Concílio de Trento, que o pecado original é transmitido com a natureza humana, 'não por imitação, mas por propagação', e que ele é, portanto, próprio de cada um.

420         A vitória sobre o pecado, conseguida por Cristo, deu-nos bens melhores do que aqueles que o pecado nos havia tirado: "Onde avultou o pecado, a graça superabundou" (Rm 5,20).

421         "Segundo a fé dos cristãos, este mundo foi criado e conservado pelo amor do Criador; na verdade, este mundo foi reduzido à servidão do pecado, mas Cristo crucificado e ressuscitado quebrou o poder do Maligno e libertou o mundo..." .

 

CAPITULO II - CREIO EM JESUS CRISTO, FILHO ÚNICO  DE DEUS

ARTIGO 2 - "E EM JESUS CRISTO, SEU FILHO ÚNICO, NOSSO SENHOR"

RESUMINDO

452         O nome de Jesus significa "Deus que salva". A criança nascida da Virgem Maria é chamada "Jesus", "pois Ele salvará seu povo de seus pecados" (Mt 1,21): "Não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4,12).

453         O nome Cristo significa "Ungido", "Messias". Jesus é o Cristo pois "Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder" (At 10,38). Ele era "aquele que há de vir" (Lc 7,19), o objeto da "esperança de Israel".

454         O nome Filho de Deus significa a relação única e eterna de Jesus Cristo com Deus, seu Pai: Ele é o Filho Único do Pai e o próprio Deus. Crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus é necessário para ser cristão”

455         O nome Senhor designa a soberania divina. Confessar ou invocar Jesus como Senhor é crer em sua divindade. "Ninguém pode dizer 'Jesus é Senhor' a não ser no Espírito Santo" (1 Cor 12,3).

ARTIGO 3

"JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO,    NASCEU DA VIRGEM MARIA"

PARÁGRAFO 1

O FILHO DE DEUS SE FEZ HOMEM

RESUMINDO

479         No tempo determinado por Deus, o Filho Único do Pai, a Palavra Eterna, isto é, o Verbo e a Imagem substancial do Pai, encarnou sem perder a natureza divina, assumiu a natureza humana.

480         Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, na unidade de sua Pessoa Divina: por isso Ele é o único mediador entre Deus e os homens.

481         Jesus Cristo possui duas naturezas, a divina e a humana, não confundidas, mas unidas na única Pessoa do Filho de Deus.

482         Sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Cristo tem uma inteligência e uma vontade humanas, perfeitamente concordantes com e submetidas a sua inteligência e a sua vontade divinas que tem em comum com o Pai e o Espírito Santo

483         A Encarnação é, portanto, o Mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única Pessoa do Verbo.

PARÁGRAFO 2

“...CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO,

NASCIDO DA VIRGEM MARIA"

RESUMINDO

508         Na descendência de Eva, Deus escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe de seu Filho. "Cheia de graça", ela é "o fruto mais excelente da Redenção". Desde o primeiro instante de sua concepção, foi totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.

509         Maria é verdadeiramente "Mãe de Deus", visto ser a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus.

510         Maria "permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre" : com todo o seu ser Ela é "a Serva do Senhor" (Lc 1,38).

511         A Virgem Maria cooperou "para a salvação humana com livre fé e obediência"  Pronunciou seu 'fiat" (faça-se) "em representação de toda a natureza humana"  Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes.

PARÁGRAFO 3

OS MISTÉRIOS DA VIDA DE CRISTO

RESUMINDO

561         "Toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinamento: seus silêncios, seus milagres, seus gestos, sua oração, seu amor ao homem, sua predileção pelos pequenos e pelos pobres, a aceitação do sacrifício total na Cruz pela redenção do mundo, Sua Ressurreição constituem a atuação de sua palavra e o cumprimento da Revelação.

562         Os discípulos de Cristo devem conformar-se com Ele até Ele se formar neles" É por isso que somos inseridos nos mistérios de sua vida, com Ele configurados, com Ele mortos e com Ele ressuscitados, até que com Ele reinemos.

563         "Seja pastor, seja mago, não se pode atingir a Deus na terra senão ajoelhando-se diante da manjedoura de Belém e adorando-o escondido na fraqueza de uma criança.

564         Por sua submissão a Maria e José, assim como por seu humilde trabalho durante longos anos em Nazaré, Jesus nos dá o exemplo da santidade na vida cotidiana da família e do trabalho.

565         Desde o início de sua vida pública, em seu Batismo, Jesus é o "Servo", inteiramente consagrado à obra redentora que se realizará  pelo "Batismo" de sua paixão.

566         A tentação no deserto mostra Jesus, Messias humilde que triunfa sobre Satanás por sua total adesão ao desígnio de salvação querido pelo Pai.

567         O Reino dos céus foi inaugurado na terra por Cristo. "Manifesta-se lucidamente aos homens na palavra, nas obras e na presença de Cristo. "A Igreja é o germe e o começo desde Reino. Suas chaves são confiadas a Pedro.

568         A Transfiguração de Cristo tem por finalidade fortificar a fé dos apóstolos em vista da Paixão: a subida à "elevada montanha" prepara a subida ao Calvário. Cristo, Cabeça da Igreja, manifesta o que seu Corpo contém e irradia nos sacramentos "a esperança da Glória" (Cl 1,27).

569         Jesus subiu voluntariamente a Jerusalém, embora soubesse que lá  morreria de morte violenta por causa da contradição por parte dos pecadores.

570         A entrada de Jesus em Jerusalém manifesta a vinda do Reino que o Rei-Messias, acolhido em sua cidade pelas crianças e pelos humildes de coração, vai realizar por meio da Páscoa de sua Morte e Ressurreição.

ARTIGO 4

"JESUS CRISTO PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS,

FOI CRUCIFICADO,

MORTO E SEPULTADO"

RESUMINDO

592         Jesus não aboliu a Lei do Sinai, mas a cumpriu com tal perfeição que revela seu sentido último e resgata as transgressões contra ela.

593         Jesus venerou o Templo, subindo a ele nas festas judaicas de peregrinação, e amou com amor cioso esta morada de Deus entre os homens. O Templo prefigura seu próprio mistério. Se anuncia a destruição do Templo, é como manifestação de sua própria morte e da entrada em uma nova era da História da Salvação, na qual seu Corpo será  o Templo definitivo.

594         Jesus realizou atos como o perdão dos pecados – que o manifestaram como o próprio Deus Salvador. Alguns judeus, não reconhecendo o Deus feito homem e vendo nele um homem que se faz Deus", julgaram-no blasfemo.

PARÁGRAFO 2

JESUS MORREU CRUCIFICADO

RESUMINDO

619         "Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras" (1Cor 15,3).

620         Nossa salvação deriva da iniciativa de amor de Deus para conosco, pois “foi Ele quem nos amou e enviou seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10). "Foi Deus que em Cristo reconciliou o mundo consigo" (2 Cor 5,19).

621         Jesus ofereceu-se livremente por nossa salvação. Este, dom, ele o significa e o realiza por antecipação durante a Última Ceia: "Isto é meu corpo, que será dado por vós" (Lc 22,19).

622         Nisto consiste a redenção de Cristo: ele "veio dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt 20,28), isto é, "amar os seus até o fim" (Jo 13,1), para que sejais "libertados da vida fútil que herdastes de vossos pais".

623         Por sua obediência de amor ao Pai, "até a morte de cruz" (Fl 2,8), Jesus realizou sua missão expiadora do Servo Sofredor que “justificará a muitos e levar  sobre si as suas transgressões".

PARÁGRAFO 3

JESUS CRISTO FOI SEPULTADO

RESUMINDO

629         Em benefício de todo homem, Jesus experimentou a morte. Foi verdadeiramente o Filho de Deus feito homem que morreu e que foi sepultado.

630         Durante a permanência de Cristo no túmulo, sua Pessoa Divina continuou a assumir tanto a sua alma como o seu corpo, embora separados entre si pela morte. Por isso o corpo Cristo morto "não viu a corrupção" (At 2,27).

ARTIGO 5

"JESUS CRISTO DESCEU AOS INFERNOS, RESSUSCITOU DOS MORTOS NO TERCEIRO DIA"

PARÁGRAFO I - CRISTO DESCEU AOS INFERNOS

RESUMINDO

636         Na expressão "Jesus desceu à mansão dos mortos", o símbolo confessa que Jesus morreu realmente e que, por sua morte por nós, venceu a morte e o Diabo, "o dominador da morte. (Hb 2,14)

637         O Cristo morto, em sua alma unida à sua pessoa divina, desceu à Morada dos Mortos. Abriu as portas do Céu aos justos que o haviam precedido.

PARÁGRAFO 2

NO TERCEIRO DIA RESSUSCITOU DOS MORTOS

RESUMINDO

656         A fé na Ressurreição tem por objeto um acontecimento ao mesmo tempo historicamente atestado pelos discípulos que encontraram verdadeiramente o Ressuscitado e misteriosamente transcendente, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus.

657         O sepulcro vazio e os panos de linho no chão significam por si mesmos que o corpo de Cristo escapou às correntes da morte e da corrupção pelo poder de Deus. Eles preparam os discípulos para o reencontro com o Ressuscitado.

658         Cristo, "primogênito dentre os mortos" (Cl 1 ,18), é o princípio de nossa própria ressurreição, desde já  pela justificação de nossa alma, mais tarde pela vivificação de nosso corpo".

ARTIGO 6

"JESUS SUBIU AOS CÉUS, ESTÁ SENTADO ·

DIREITA DE DEUS PAI TODO-PODEROSO"

RESUMINDO

665         A ascensão de Cristo assinala a entrada definitiva da humanidade de Jesus no domínio celeste de Deus, donde voltará, mas que até lá  o esconde aos olhos dos homens.

666         Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, nos precede no Reino glorioso do Pai para que nós, membros de seu Corpo, vivamos na esperança de estarmos um dia eternamente com Ele.

667         Tendo entrado uma vez por todas no santuário do céu, Jesus Cristo intercede sem cessar por nós como mediador que nos garante permanentemente a efusão do Espírito Santo

ARTIGO 7

“DONDE VIRÁ JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS"

RESUMINDO

680         Cristo Senhor já  reina pela Igreja, mas ainda não lhe estão submetidas todas as coisas deste mundo. O triunfo do Reino de Cristo não se dará sem uma última investida das potências do mal.

681         No dia do juízo, por ocasião do fim do mundo, Cristo virá na glória para realizar o triunfo definitivo do bem sobre o mal os quais, como o trigo e o joio, terão crescido juntos ao longo da história.

682         Ao vir no fim dos tempos para julgar os vivos e os mortos, Cristo glorioso revelará  a disposição secreta dos corações e retribuirá  a cada um segundo suas obras e segundo tiver acolhido ou rejeitado sua graça.

 

CAPITULO III - CREIO NO ESPÍRITO SANTO

Artigo 8 - "CREIO NO ESPÍRITO SANTO"

RESUMINDO

742         "E, porque sois filhos, enviou Deus a nossos corações Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai" (Gl 4,6).

743         Desde o início até a consumação do tempo, quando Deus envia seu Filho, envia sempre seu Espírito: a missão dos dois é conjunta e inseparável.

744         Na plenitude do tempo, o Espirito Santo realiza em Maria todas as preparações para a vinda de Cristo no Povo de Deus. Pela ação do Espírito Santo nela, o Pai dá ao mundo o Emanuel, "Deus-conosco" (Mt 1,23).

745         O Filho de Deus é consagrado Cristo (Messias) pela unção do Espírito Santo em sua Encarnação

746         Por sua Morte e Ressurreição, Jesus é constituído Senhor e Cristo na glória. De sua Plenitude, derrama o Espírito Santo sobre os apóstolos e a Igreja.

747         O Espírito Santo que Cristo, Cabeça, derrama em seus membros constrói, anima e santifica a Igreja. Ela é o sacramento da Comunhão da Santíssima Trindade e dos homens.

 ARTIGO 9 - "CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA"

PARÁGRAFO I - A IGREJA NO DESÍGNIO DE DEUS

RESUMINDO

777         A palavra "Igreja" significa "convocação". Designa a assembléia daqueles que a Palavra de Deus convoca para formarem o Povo de Deus e que, alimentados pelo Corpo de Cristo, se tornam Corpo de Cristo.

778         A Igreja é ao mesmo tempo caminho e finalidade do desígnio de Deus: prefigurada na criação, preparada na Antiga Aliança, fundada pelas palavras e atos de Jesus Cristo, realizada por sua Cruz redentora e por sua Ressurreição, ela é manifestada como mistério de salvação pela efusão do Espírito Santo. Será  consuma na glória do céu como assembléia de todos os resgatados da terra. 

779         A Igreja é ao mesmo tempo visível e espiritual, sociedade hierárquica e Corpo Místico de Cristo. Ela é una, formada de elemento humano e um elemento divino. Somente a fé pode acolher este mistério. 

780         A Igreja é no mundo presente o sacramento da salvação, o sinal e o instrumento da comunhão de Deus e dos homens.

PARÁGRAFO 2 - A IGREJA  -

POVO DE DEUS, CORPO DE CRISTO TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

RESUMINDO

802         "Cristo Jesus entregou-se a si mesmo por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e para purificar um povo que lhe pertence" (Tt 2,14)

803         "Vós sois uma raça eleita, um sacerdócio régio, uma nação santa, o Povo de sua particular propriedade" (1 Pd 2,9).

804         Ingressa-se no Povo de Deus pela fé e pelo Batismo. "Todos os homens são chamados a fazer parte do Povo de Deus", a fim de que, em Cristo, "os homens constituam uma só família e um só Povo de Deus".

805         A Igreja é o Corpo de Cristo. Pelo Espírito e pela ação deste nos sacramentos, sobretudo a Eucaristia, Cristo morto e ressuscitado constitui a comunidade dos crentes como seu Corpo.

806         Na unidade deste Corpo existe diversidade de membros e de junções. Todos os membros estão ligados uns aos outros, particularmente aos que sofrem, são pobres e perseguidos.

807         A Igreja é este Corpo do qual Cristo é a Cabeça: ela vive dele nele e por ele; ele vive com ela e nela.

808         A Igreja é a Esposa de Cristo: ele a amou e entregou-se por ela. Purificou-a com seu sangue. Fez dela a Mãe fecunda de todos os filhos de Deus.

809         A Igreja é o Templo do Espírito Santo O Espírito é como a alma do Corpo Místico, princípio de sua vida, da unidade na diversidade e da riqueza de seus dons e carismas.

810         Desta maneira a Igreja universal aparece como `um povo que traz sua unidade' da unidade do Pai."

 

PARÁGRAFO 3 - A IGREJA É UNA, SANTA, CATÓLICA  E APOSTÓLICA

RESUMINDO

866         A Igreja é una: tem um só Senhor, confessa uma só fé, nasce de um só Batismo, forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, em vista de uma única esperança, no fim da qual serão superadas todas as divisões.

867         A Igreja é santa: o Deus Santíssimo é seu autor; Cristo, seu esposo, se entregou por ela para santificá-la; o Espírito de santidade a vivifica. Embora congregue pecadores, ela é "imaculada (feita) de maculados" ("ex maculatis immaculata"). Nos santos brilha a santidade da Igreja; em Maria esta já  é a toda santa .

868         A Igreja é católica: anuncia a totalidade da fé; traz em si e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada a todos os povos; dirige-se a todos os homens; abarca todos os tempos; "ela é, por sua própria natureza, missionária".

869         A Igreja é apostólica: está  construída sobre fundamentos duradouros: "Os doze Apóstolos do Cordeiro"; ela é indestrutível; é infalivelmente mantida na verdade: Cristo a governa por meio de Pedro e dos demais apóstolos, presentes em seus sucessores, o Papa e o colégio dos Bispos.

870         "A única Igreja de Cristo, que no Símbolo confessamos una, santa, católica e apostólica... subsiste na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele, embora fora de sua estrutura visível se encontrem numerosos elementos de santificação e de verdade. "

PARÁGRAFO 4

OS FIÉIS DE CRISTO - HIERARQUIA, LEIGOS, VIDA CONSAGRADA

RESUMINDO

934         "Por instituição divina, há  entre os fiéis na Igreja ministros sagrados, que no direito são também chamados clérigos; os outros fiéis são também denominados leigos." Há, finalmente, fiéis que pertencem a uma ou outra das duas categorias e que, pela profissão dos conselhos evangélicos, se consagraram a Deus e servem, assim, à missão da Igreja.

935         Para anunciar a fé e para implantar seu Reino, Cristo envia seus apóstolos e seus sucessores. Dá-lhes participação em sua missão. De Cristo recebem o poder de agir em seu nome.

936         O Senhor fez de São Pedro o fundamento visível de sua Igreja. Entregou-lhe suas chaves. O Bispo da igreja de Roma, sucessor de São Pedro, é "a cabeça do colégio dos Bispos, Vigário de Cristo e, aqui na terra, pastor da igreja ".

937         O Papa "tem, por instituição divina, poder supremo, pleno, imediato e universal na cura das almas".

938         Os Bispos, estabelecidos pelo Espírito Santo, sucedem aos Apóstolos. São, "cada um por sua parte, princípio visível e, fundamento da unidade em suas igrejas particulares.

939         Ajudados pelos presbíteros, seus cooperadores, e pelos diáconos, os Bispos têm o oficio de ensinar autenticamente a fé, de celebrar o culto divino, sobretudo a Eucaristia, e de dirigir suas Igrejas como verdadeiros pastores. A seu oficio pertence também a solicitude por todas as Igrejas, com o Papa e sob a direção dele.

940         "Sendo a característica do estado leigo viver em meio ao mundo e aos negócios seculares, são eles chamados por Deus a exercer seu apostolado no mundo à guisa de fermento, graças ao vigor de seu espírito cristão."

941         Os leigos participam do sacerdócio de Cristo: cada vez mais unidos a ele, desenvolvem a graça do Batismo e da Confirmação em todas as dimensões da vida pessoal, familiar, social e eclesial e realizam, assim, o chamado à santidade, dirigido a todos os batizados.

942         Graças à sua missão profética, os leigos "são também chamados a serem testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana"

943         Graças à sua missão régia, os leigos têm o poder de vencer o império do pecado em si mesmos e no mundo, por sua abnegação e pela santidade de sua vida.

944         A vida consagrada a Deus caracteriza-se pela profissão pública dos conselhos evangélicos de pobreza, de castidade e de obediência em um estado de vida permanente reconhecido pela Igreja.

945         Entregue a Deus supremamente amado, aquele que pelo Batismo já  havia sido destinado a Ele encontra-se, no estado de vida consagrada, mais intimamente votado ao serviço divino e dedicado ao bem de toda a Igreja.

PARÁGRAFO 5

A COMUNHÃO DOS SANTOS

RESUMINDO

960         A Igreja é "comunhão dos santos": esta expressão designa primeiro as "coisas santas" (sancta) e antes de tudo a Eucaristia, pela qual "é representada e realizada a unidade dos fiéis que, em Cristo, formam um só corpo"

961         Este termo designa também a comunhão das "pessoas santas" (sancti) em Cristo, que "morreu por todos", de sorte que aquilo que cada um faz ou sofre em Cristo e por ele produz fruto para todos.

962         "Cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo, dos que são peregrinos na terra, dos de juntos que estão terminando a sua purificação, dos bem-aventurados do céu, formando, todos juntos, uma só Igreja, e cremos que nesta comunhão o amor misericordioso de Deus e de seus santos está  sempre à escuta de nossas orações."

PARÁGRAFO 6

MARIA - MÃE DE CRISTO, MÃE DA IGREJA

RESUMINDO

973         Ao pronunciar o 'fiat" (faça-se) da Anunciação e ao dar seu consentimento ao Mistério da Encarnação, Maria já colabora para toda a obra que seu Filho deverá  realizar. Ela é Mãe onde Ele é Salvador e Cabeça do Corpo Místico.

974         Depois de encerrar o curso de sua vida terrestre, a Santíssima Virgem Maria foi elevada em corpo e alma à glória do Céu, onde já  participa da glória da ressurreição de seu Filho, antecipando a ressurreição de todos os membros de seu corpo.

975         "Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no Céu sua junção materna em relação aos membros de Cristo."

 

ARTIGO 10: "CREIO NO PERDÃO DOS PECADOS"

RESUMINDO 

984         O Credo relaciona "o perdão dos pecados" com a profissão de fé no Espírito Santo Com efeito, Cristo ressuscitado confiou aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados quando lhes deu o Espírito Santo 

985         O Batismo é o primeiro e o principal sacramento para o perdão dos pecados: une-nos a Cristo morto e ressuscitado nos dá  o Espírito Santo 

986         Pela vontade de Cristo, a Igreja possui o poder de perdoar os pecados dos batizados e o exerce por meio dos Bispos e dos presbíteros de maneira habitual no sacramento da Penitência.

987         "Na remissão dos pecados, os presbíteros e os sacramentos são meros instrumentos dos quais nosso Senhor Jesus Cristo, único  autor e dispensador de nossa salvação, se apraz em se servir para apagar nossas iniqüidades e dar-nos a graça da justificação.

"ARTIGO 11

"CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE"

RESUMINDO

1015     "Caro salutis est cardo" (A carne é o eixo da salvação). Cremos em Deus, que é o criador da carne; cremos no Verbo feito carne para redimir a carne; cremos na ressurreição da carne, consumação da criação e da redenção da carne.

1016     Pela morte, a alma é separada do corpo, mas na ressurreição Deus restituirá  a vida incorruptível ao nosso corpo transformado, unindo-o novamente à nossa alma. Assim como Cristo ressuscitou e vive para sempre, todos nós ressuscitaremos no último dia.

1017     "Cremos na verdadeira ressurreição desta carne que possuímos agora. " Contudo, semeia-se no túmulo um corpo corruptível, ele ressuscita um corpo incorruptível, um corpo espiritual" (1 Cor 15,44).

1018     Em conseqüência do pecado original, o homem deve sofrer "a morte corporal, à qual teria sido subtraído se não tivesse pecado".

1019     Jesus, o Filho de Deus, sofreu livremente a morte por nós em uma submissão total e livre à vontade de Deus, seu Pai. Por sua morte ele venceu a morte, abrindo, assim, a todos os homens a possibilidade da salvação.

ARTIGO 12 : "CREIO NA VIDA ETERNA"

RESUMINDO

1051     Cada homem, em sua alma imortal, recebe sua retribuição eterna a partir de sua morte, em um Juízo Particular feito por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos.

1052     "Cremos que as almas de todos os que morrem na graça de Cristo constituem o povo de Deus para além da morte, a qual será  definitivamente vencida no dia da ressurreição, quando essas almas serão novamente unidas a seus corpos."

1053     "Cremos que a multidão daquelas que estão reunidas em torno de Jesus e de Maria no paraíso forma a Igreja do Céu, onde na beatitude eterna vêem a Deus tal como Ele é, e onde estão também, em graus diversos, associadas com os santos anjos ao governo divino exercido pelo Cristo na glória, intercedendo por nós e ajudando nossa fraqueza por sua solicitude fraterna."

1054     Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão totalmente purificados, embora seguros de sua salvação eterna, passam depois de sua morte por uma purificação, afim de obter a santidade necessária para entrar na alegria de Deus.

1055     Em virtude da "comunhão dos santos", a Igreja recomenda os defuntos à misericórdia de Deus e oferece em favor deles sufrágios, particularmente o santo sacrifício eucarístico.

1056     Seguindo o exemplo de Cristo, a Igreja adverte os fiéis acerca da "triste e lamentável realidade da morte eterna, denominada também de "inferno".

1057     A pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira.

1058     A Igreja ora para que ninguém se perca: "Senhor, não permitais que eu jamais seja separado de vós"  Se é verdade que ninguém pode salvar-se a si mesmo, também é verdade que "Deus quer que todos sejam salvos" (1 Tm 2,4), e que para Ele "tudo é possível" (Mt 10,26).

1059     "A santíssima Igreja romana crê e confessa firmemente que no dia do juízo todos os homens comparecerão com seu próprio corpo diante do tribunal de Cristo para dar contas de seus próprios atos. "

1060     No fim dos tempos, o Reino de Deus chegar  à sua plenitude. Então, os justos reinarão com Cristo para sempre, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo material será transformado. Então Deus será "tudo em todos" (1 Cor 15,28), na Vida Eterna.

"AMÉM"

1061     O Credo, como também o último livro da Sagrada Escritura, termina com a palavra hebraica amen. Ela encontra-se com freqüência no fim das orações do Novo Testamento. Também a Igreja conclui suas orações com o "amém". 

1062     Em hebraico, a palavra "amém" está ligada à mesma raiz da palavra "crer". Esta raiz exprime a solidez, a confiabilidade, a fidelidade. Assim, compreendemos por que o "amém" pode ser dito da fidelidade de Deus para conosco e de nossa confiança nele.

1063     No profeta Isaias encontramos a expressão "Deus de verdade", literalmente "Deus do amém", isto é, o Deus fiel às suas promessas: "Todo aquele que quiser ser bendito na terra quererá  ser bendito pelo Deus do amém" (Is 65,16). Nosso Senhor emprega com freqüência o termo "amém", por vezes em forma duplicada, para sublinhar a confiabilidade seu ensinamento, sua autoridade fundada na verdade de Deus .

1064     O "amém" final do Credo retoma e confirma, portanto, suas duas primeiras palavras: "eu creio". Crer é dizer "amém” às palavras, às promessas, aos mandamentos de Deus, ê confiar totalmente naquele que é o "Amém" de infinito amor e de  fidelidade perfeita. A vida cristã de cada dia será, então, o "amém" ao "eu creio" da profissão de fé de nosso Batismo:

O teu Símbolo seja para ti como um espelho. Olha-te nele para veres se crês tudo o que declaras crer e alegra-te cada dia por tua fé.

1065     O  próprio Jesus Cristo é "o Amém" (Ap 3,14).  Ele é o "Amém" definitivo do amor do Pai por nós; assume e consuma nosso "Amém" ao Pai: "todas as promessas de Deus, com efeito, têm nele (Cristo) seu sim; por isso, é por Ele que dizemos 'amém' a Deus para a glória de Deus" (2Cor 1,20):

Por Cristo, com Cristo, em Cristo,

a vós, Deus Pai Todo-Poderoso,

na unidade do Espírito Santo,

toda honra e toda glória,

agora e para sempre.

AMÉM

Fidei Depositum

Folha de Apresentação

(resumindo –2ª parte)

 
FastCounter by bCentral

Qualquer falha constatada avise-nos

Rev.2 de  dez/2003